24 de abril de 2024
Adriano de Aquino Colunistas

Soldados americanos e seus cortes de cabelo

A modelagem da engenharia social pós-moderna, que deu origem às vertentes politicamente corretas e os vários adereços subsequentes, como o identitarismo, entra em parafuso quando se trata de encarar fatos da vida real.

A foto desse post e a versão do texto original em inglês, foram copiados da TL WW2 Colourised Photos.

Esse registro histórico me leva a imaginar a reação da militância identitária e sua ânsia de cancelar e condenar ao esquecimento os valentes soldados das tropas aliadas que se ‘apropriaram’ do corte de cabelo moicano – sim, dos guerreiros moicanos.

Desde os primeiros contatos com o europeu (1609) os moicanos eram uma confederação composta por cinco tribos e quarenta aldeias que viviam em torno do vale do rio Hudson (principalmente na região da atual cidade de Albany, no estado de Nova Iorque). Eles se chamavam a si próprios muh-he-con-neok, termo que significa “povo das águas que nunca param”.[wikipédia)

Desde então ou talvez mesmo antes disso, os moicanos já não se entendiam muito bem com os mohawks, assim como com os europeus. Curioso de tudo isso é ver soldados americanos adotarem o corte de cabelo moicano para ir guerrear na Europa. Ainda que as falanges identitárias reajam a essa atitude, o fato é que os ‘moicanos’ originais por sua valentia foram reverenciados pelos guerreiros brancos que derrotaram os nazistas. O que coloca os ativistas identitários numa posição ambígua.

Será que a revisão da história feita por eles preferiria a vitória dos nazistas ‘originais’ (Fonte :WW2 Colourised Photos)

“Os 17º Paraquedistas Aerotransportados dos EUA, com os cabelos cortados no estilo moicano, são informados para o salto do dia seguinte através do Reno, Arras France, 23 de março de 1945. O soldado na frente direita tem um coldre de pistola alemão no cinto, provavelmente capturado na Bélgica.

A Operação Varsity, o salto através do Reno para apoiar a travessia do rio de Montgomery, incluiu uma divisão britânica – a 6ª mais canadenses – e uma divisão aérea americana – a 17ª. o 6º saltou para a Normandia; o 17º não havia feito um salto de combate, mas lutou muito bem como infantaria durante a campanha das Ardenas (Bulge).

O salto e o ataque de planador seguinte ocorreu à luz do dia (por causa do erro de quase todas as unidades na Normandia), e aterrissou em cima das unidades alemãs. Foi bem sucedido, mas sofreu baixas extremamente altas.

Com o sucesso da Operação Varsity, a rota do norte para o coração industrial da Alemanha estava agora aberta. O custo, porém, foi alto. O 6º Aerotransportado sofreu 590 mortos e outros 710 feridos ou desaparecidos.

Várias centenas de soldados tidos como desaparecidos, reencontraram o caminho e reapareceram mais tarde para se juntar às suas unidades, no entanto. O 17º Aerotransportado teve 430 mortos, com 834 feridos e 81 desaparecidos.As baixas entre os pilotos de planadores e os pilotos e tripulações do avião de tropas incluíram 91 mortos, 280 feridos e 414 desaparecidos em ação.

Oitenta aviões foram derrubados e apenas 172 dos 1.305 planadores que pousaram na Alemanha foram posteriormente considerados recuperáveis. Um total de 1.111 soldados aliados foram mortos durante os combates do dia.

Em comparação, a 101ª Divisão Aerotransportada havia perdido 182 mortos e a 82ª Divisão Aerotransportada 158 no Dia D.

A Operação Varsity, 24 de março de 1945, foi o pior dia para as tropas aerotransportadas aliadas.

PEÇA DE JAKE colorida: Foto: Roberto Capa

Adriano de Aquino

Artista visual. Participou da exposição Opinião 65 MAM/RJ. Propostas 66 São Paulo, sala especial "Em Busca da Essência" Bienal de São Paulo e diversas exposições individuais no Brasil e no exterior. Foi diretor dos Museus da FUNARJ, Secretário de Estado de Cultura do Rio de Janeiro, diretor do Instituto Nacional de Artes Plásticas /FUNARTE e outras atividades de gestão pública em política cultural.

Artista visual. Participou da exposição Opinião 65 MAM/RJ. Propostas 66 São Paulo, sala especial "Em Busca da Essência" Bienal de São Paulo e diversas exposições individuais no Brasil e no exterior. Foi diretor dos Museus da FUNARJ, Secretário de Estado de Cultura do Rio de Janeiro, diretor do Instituto Nacional de Artes Plásticas /FUNARTE e outras atividades de gestão pública em política cultural.

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