Sem dúvida, alguma coisa muito séria e surrealista está acontecendo.
A partir do momento em que o pai, Jair Bolsonaro, na qualidade de Presidente da República, não consegue deter os filhos Eduardo e, principalmente, Carlos em suas críticas ao vice-presidente, Hamilton Mourão, dá para desconfiar.
Uma vez que, agora, eles se voltam também contra Rodrigo Maia – que está sendo essencial para a reforma da Previdência – pois ele, Maia, na falta de Mourão, tornar-se-á o substituto direto do Presidente, a minha desconfiança fica ainda mais sólida.
Entretanto, não acredito que o mandato de Jair Bolsonaro esteja em perigo. Para mim, o motivo é outro. Seus filhos, que se elegeram em seu rastro, almejam algo muito maior. Se der certo, como parece que vai dar a reforma da Previdência, a economia voltará a crescer e o país deverá sair deste atoleiro para um círculo virtuoso.
Quem vai colher os frutos dessa vitória? Bolsonaro, é claro!
Mas, acontece que ele não quer reeleição. Dessa forma, as personalidades que atualmente estão mais visíveis por seus posicionamentos e atuações são o vice, Hamilton Mourão e o presidente da Câmara, Rodrigo Maia.
Para seus filhos, Carlos ou Eduardo pretenderem faturar em cima do nome do pai e darem continuidade ao poder do clã na Presidência da República, têm de tirar de campo quem está em evidência, isto é, Mourão e Maia. Não falo do Flávio, que, por sinal, está bem quietinho, pois é melhor não aparecer, uma vez que o seu caso com o COAF está um pouco esquecido.Por causa disso, ele é carta fora do baralho; não vale a pena arriscar com quem tem o rabo preso.
Vejam o caso do ridículo – e sem qualquer fundamento jurídico – pedido de impeachment do vice-presidente, influenciado pelo guru astrólogo, protocolado pelo não menos ridículo Marco Feliciano.
Por que o Olavo de Carvalho aparece tanto, sempre despejando impropérios e ofensas, atirando contra o Mourão? Por que, na eventualidade de um dos dois príncipes ser herdeiro da coroa, digo, da faixa, ele continuará sendo uma espécie de eminência parda, indicando nomes desastrosos para compor o primeiro escalão do governo, mantendo uma influência nefasta, que pode, isso sim, desestabilizar tudo.
Eu me pergunto: será que se os militares deixarem de dar apoio ao Bolsonaro, o apoio do Olavo de Carvalho vai ser suficiente para substitui-lo?
Tradutora do inglês, do francês (juramentada), do italiano e do espanhol. Pelas origens, deveria ser também do russo e do alemão. Sou conciliadora no fórum de Pinheiros há mais de 12 anos e ajudo as pessoas a “falarem a mesma língua”, traduzindo o que querem dizer: estranhamente, depois de se separarem ou brigarem, deixam de falar o mesmo idioma… Adoro essa atividade, que me transformou em uma pessoa muito melhor! Curto muito escrever: acho que isso é herança familiar… De resto, para mim, as pessoas sempre valem a pena – só não tenho a menor contemplação com a burrice!