3 de outubro de 2024
Adriano de Aquino

Vamos falar de Pablo Marçal

Alguns dizem que ele é o verdadeiro representante da direita nas eleições municipais de São Paulo. Discordo. Ele é o representante da “não política”, do anti establishment.

Bolsonaro gravou vídeo em apoio ao atual prefeito, Ricardo Nunes, e indicou um vice de sua confiança. Aparentemente não adiantou.

Bolsonaro fez muito sucesso como a encarnação do antipetismo, imagem que permanece, mas a sua aura anti establishment se esvaiu ao longo de seu mandato e foi definitivamente enterrada, pelo menos em São Paulo, com o apoio a Nunes.

Há uma fatia do eleitorado que olha para Brasília e ainda não acredita que um partido como o PT voltou ao poder, mesmo depois de tudo o que foi descoberto em termos de corrupção. E voltou em grande estilo, montado no cavalo branco da democracia. Um escárnio com o pagador de impostos.

Pablo Marçal é o Cacareco (pesquisem), válvula de escape para a indignação, um tapa na cara do establishment.

Acusam o influencer de só estar ali para causar confusão, mas quem verdadeiramente causou confusão foi o establishment. Houvesse justiça digna do nome, figuras como Marçal não passariam de folclore. O fato de Marçal ter se tornado um candidato competitivo é, a exemplo das jornadas de junho de 2013, sinal de que algo está muito fora de lugar.

Curiosamente, o partido de Marçal é o PRTB, o mesmo que Levy Fidelix usou para candidatar-se em todas as eleições com o seu aerotrem. Com a morte de Fidelix, o partido encontrou outra figurinha carimbada. A diferença é que, agora, ele tem real chance de chegar ao segundo turno, e então, é outra eleição.

Adriano de Aquino

Artista visual. Participou da exposição Opinião 65 MAM/RJ. Propostas 66 São Paulo, sala especial "Em Busca da Essência" Bienal de São Paulo e diversas exposições individuais no Brasil e no exterior. Foi diretor dos Museus da FUNARJ, Secretário de Estado de Cultura do Rio de Janeiro, diretor do Instituto Nacional de Artes Plásticas /FUNARTE e outras atividades de gestão pública em política cultural.

Artista visual. Participou da exposição Opinião 65 MAM/RJ. Propostas 66 São Paulo, sala especial "Em Busca da Essência" Bienal de São Paulo e diversas exposições individuais no Brasil e no exterior. Foi diretor dos Museus da FUNARJ, Secretário de Estado de Cultura do Rio de Janeiro, diretor do Instituto Nacional de Artes Plásticas /FUNARTE e outras atividades de gestão pública em política cultural.

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