25 de abril de 2024
Adriano de Aquino

Colônia e ultramarinos

Imagem meramente ilustrativa – Arquivo Google

Já faz tempo que se protela o debate sobre a transmutação do velho status de colônia para termos mais palatáveis, tipo territórios ultramarinos.
Essa manobra marota envergonha os defensores da soberania dos povos e dos territórios outrora ocupados pelos velhos colonialistas europeus.
Portugal, por exemplo, perdeu suas colônias na África. Inglaterra,perdeu os grandes territórios da Índia britânica, Holanda e Bélgica perderam territórios na Indonésia e na África. Esses eventos ocorreram nas bordas do século XX.
Contudo, em pleno XXI, as “Guianas” permanecem territórios ‘cinzas’, sob a tutela das metrópoles.
Coisa velha e deplorável!
A Guiana francesa é um território ultramarino (leia-se; colônia) francês “atrativo por seu meio ambiente, sobretudo para os migrantes do Suriname, do Brasil e do Haiti”.
Um dos atrativos é o programa a “Montanha d’Ouro que propõe a extração de 85 toneladas de ouro num período de doze anos, o equivalente a sete toneladas por ano. Se aprovado, 900 pessoas devem ser contratadas para o período de preparação das infraestruturas, de 2019 a 2021. Durante a fase de exploração, de 2022 a 2033, 750 poderiam encontrar um emprego na companhia”.
Não há cinismo ou hipocrisia que oculte a intenção de uma feroz escalada da mineração naquele território ultramarino.
Uma grande parte da população local é contra o projeto.
“A preocupação dos opositores ao projeto se funda no fato de que a mina se situaria perto de duas reservas biológicas integrais, onde qualquer exploração vegetal é proibida.
Segundo a ONG WWF, o projeto equivaleria a 2.161 terrenos de futebol em termos de desmatamento.”
Mas, ainda que “cortina de fumaça” soprada pelo presidente francês tenha levantado alguma polêmica, ela não consegue ocultar os disparates que as decisões da “metrópole” impõem à velha colôni a- vulgo território ultramarino – e suas consequências para o meio ambiente em uma região da Amazônia, contígua ao território brasileiro.

Adriano de Aquino

Artista visual. Participou da exposição Opinião 65 MAM/RJ. Propostas 66 São Paulo, sala especial "Em Busca da Essência" Bienal de São Paulo e diversas exposições individuais no Brasil e no exterior. Foi diretor dos Museus da FUNARJ, Secretário de Estado de Cultura do Rio de Janeiro, diretor do Instituto Nacional de Artes Plásticas /FUNARTE e outras atividades de gestão pública em política cultural.

Artista visual. Participou da exposição Opinião 65 MAM/RJ. Propostas 66 São Paulo, sala especial "Em Busca da Essência" Bienal de São Paulo e diversas exposições individuais no Brasil e no exterior. Foi diretor dos Museus da FUNARJ, Secretário de Estado de Cultura do Rio de Janeiro, diretor do Instituto Nacional de Artes Plásticas /FUNARTE e outras atividades de gestão pública em política cultural.

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