Acreditem ou não, mais uma vez, uma decisão monocrática de um órgão colegiado por excelência, faz com que, não só os brasileiros, mas também o mundo, vejam a bagunça jurídica que reside por aqui.
Embora eu não concorde, se Fachin, de início tivesse feito seu voto contra a Jurisdição da 13a. Vara de Curitiba, a gente poderia até discutir seu voto, mas não… Quanto tempo de Turmas, do Plenário do STF, STJ e TRF não se perdeu porque Fachin não deu seu voto, que de tão claro que estava – como ele argumenta – poderia ter decidido de imediato, mas fez com que ele levasse tanto tempo para decidir?
Imagem: Google Imagens – charge de Lézio Junior publicada na Tribuna da Internet
Fachin jogou no lixo quatro anos de sentenças de juízes das primeira, segunda e terceira instâncias, muito dinheiro e tempo da Justiça e do povo brasileiro. Com esta simples, mas demorada canetada. Como consequência imediata, além dos problemas de saúde e econômicos que o país já enfrenta pela pandemia, a Bolsa caiu, o dólar subiu e houve uma reviravolta na corrida pelas eleições de 2022.
Foram necessários cinco anos para Fachin descobrir que a Operação Lava-Jato estava no lugar errado? Mandou desmanchar tudo e fazer novamente no lugar certo! Foi mais ou menos como a construção de um arranha-céu. Quando ele ficou pronto, vem um engenheiro e diz: infelizmente teremos que derrubá-lo porque as fundações foram feitas erradamente. Não é uma analogia interessante?
Outra hipótese seria que Fachin é daqueles que acreditam que Lula comprou duas coberturas em São Bernardo do Campo, um triplex em Guarujá e um sítio em Atibaia com sua aposentadoria do INSS e seu salário de presidente? Também deve acreditar em Papai Noel e na Fada do Dente.
Quando o general Eduardo Villas Bôas gracejou sobre o atraso de 3 anos para que Fachin se desse conta da pressão que o militar revelou em livro sobre o golpe militar para impedir que o STF concedesse habeas corpus a Lula em 2018, ninguém poderia imaginar que o referido juiz fosse levar mais de 6 anos para notar que a 13a Vara Federal de Curitiba fosse o fórum inadequado para julgar as falcatruas do ex-presidente Lula.
Essa reação atrasada demonstra quão lenta, obscura, imprevisível e injusta pode ser a Justiça no país e que pode causar uma reviravolta inesperada e tumultuar, mais ainda, a vida da sociedade já tão combalida com a pandemia.
Creio que enquanto ministros do Supremo Tribunal Federal puderem se “sentar em cima de processos” por tempo indeterminado e só os colocá-los para julgamento quando houver melhores condições de êxito da posição que defendem, nós não teremos Justiça.
A sentença “apartidária” proferida por Fachin enterrou, junto com a Lava-Jato, nossas esperanças de um país justo e cultor dos valores morais. Pior ainda: transformou em zumbis dezenas de corruptos sentenciados e presos; e deletou milhares de páginas de confissões e delações premiadas, além de devoluções aos cofres públicos de cerca de R$4bi.
Tudo o que se viu e leu no Petrolão não passou de obra de ficção? É de embrulhar o estômago.
Por outro lado, como uma bruxa má em um conto infantil, deu nova vida a personagens de triste fama na História do Brasil e que andavam ausentes da mídia. E, como esperado, no ato seguinte deste macabro roteiro, fomos obrigados a rever a figura embusteira de Lula esbravejando seu roto e conhecido discurso, aquele que sempre reserva para si o papel de vítima, na busca do apoio dos seus ferrenhos seguidores.
Com esta decisão, o ex-presidente e agora, ex-criminoso e ex-condenado, fica disponível para disputar as eleições de 2022. Qual será seu slogan? De novo, “Lulinha paz e amor” ou que tal, “Lulinha Ficha Limpa”?
O que desanima os cidadãos de bem é ver a insegurança jurídica, perceber que sentenças de quaisquer instâncias não valem de nada.
Acho que precisamos, urgentemente, exigir um exame psicotécnico no concurso para juiz.
Obrigado, amigo… infelizmente há gente que pensa diferente, mas no fundo isso é bom, pq a melhor coisa da democracia é o debate em nível razoável, sem ofensas, ameaças, etc…
Valeu pela leitura e comentário
Valter
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