Amigos,
Esta semana foi muito… mas muito complicada pra mim. Primeiro a ansiedade da marcação da cirurgia da Vera (minha mulher) que precisava se submeter a uma cirurgia, que nos prendeu no hospital por 3 dias… daí ficou muito difícil pra mim, escrever alguma coisa… no entanto… vou tentar um pitaco no assunto do momento: Viagem de Bolsonaro à Rússia!
A agenda presidencial, aberta a qualquer um via internet, já previa, há mais ou menos um ano, que o Presidente iria visitar a Rússia e a Hungria, e por consequência, seus líderes, Putin e Viktor Orbán.
Especialmente quanto à viagem à Rússia, o nosso Ministério das Relações Exteriores e o próprio Presidente ficaram numa “banana”.
Diante do atual momento do enfrentamento da Rússia e da Ucrânia, seria prudente o Presidente visitar a Rússia agora?
Devemos analisar dois aspectos:
Opção 1: como a visita estava agendada há mais ou menos um ano, se ele não fosse, poderia estar mostrando ao mundo que ele estava “apoiando” a OTAN, e consequentemente, estaria contra a posição russa no atual conflito.
Opção 2: caso fosse, poderia demonstrar um “apoio à Rússia” no atual conflito.
Duas opções, para apenas uma decisão!!!
Bolsonaro resolveu cumprir a agenda… achei a decisão mais sensata, pois a “não ida” nos colocaria numa situação de confronto com a Rússia, participante do BRICS (Brazil, Russia, India, China e South Africa, em inglês). Temos um acordo comercial a cumprir e que nos interessa sobremaneira.
Sua ida apenas cumpre a agenda programada (sim, agenda programada é pleonasmo), mas é importantíssima para a importação de produtos agro em nosso país. A nossa agricultura, a maior do mundo em exportação, precisa dos fertilizantes russos para produzir mais e mais, e continuar sendo o 1o. do mundo em exportação agrícola.
Quanto à possível invasão da Ucrânia pela Rússia, é um problema da Rússia, da Ucrânia e da OTAN. O Brasil – apenas um “parceiro preferencial” da OTAN – nada tem a ver com isso, ao contrário, é sim um importante parceiro comercial da Rússia através do BRICS, mencionado acima. Devemos apenas aguardar os acontecimentos. Sem nos posicionar, assim como têm feito a maioria dos países até agora.
As Redes Sociais, pródigas em “Memes” – diante da notícia que a Rússia não iria invadir a Ucrânia e que a Rússia estava reduzindo seu quantitativo de tropas na fronteira – começaram a espoucar posts creditando a Bolsonaro o recuo da Rússia, o retorno de tropas… qual é, alguém acha que Bolsonaro tem este poder? Em apenas uma reunião de 45 minutos?
Outros líderes mundiais, alguns nem tão líderes assim, tentaram a conciliação e não tiveram sucesso. Outros tentaram apenas para ficarem bem perante a mídia.
Óbvio que numa reunião de mais ou menos 45 minutos Bolsonaro – que não possui qualquer poder de convencimento por argumentação – jamais conseguiria um recuo russo no problema.
Afinal, qual é o verdadeiro foco do problema?
Pra mim o foco está claro… a amiga Ligia Cruz, nossa colunista, em sua coluna de 11/2, explicou com detalhes toda a “trama”, mas na minha opinião o que fica claro, é que a Rússia não quer que a Ucrânia entre na OTAN, simplesmente porque não quer que a OTAN tenha uma base em uma de suas fronteiras… seria um primeiro passo para a OTAN convidar os demais ex- participantes da antiga URSS para seguir o mesmo caminho, cercando assim toda a fronteira sudoeste da Rússia.
Não acompanhei a evolução do “problema”, tendo em vista, o local e o estado de minha mulher no hospital… optei por focar neste assunto apenas para concluir um Editorial, colocando a opinião do Boletim.
Enfim, Bolsonaro não é causa e nem consequência deste problema!!!
A diplomacia, ela sim, tem que ser o caminho efetivo!!!
Advogado, analista de TI e editor do site.
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