19 de abril de 2024
Vinhos

Quais as suas manias ao escolher um vinho?

Nem tentem negar! Todos temos pequenos cacoetes em algum momento de nossas vidas. Quem sabe o seu não aparece na hora de escolher um vinho?

Eu tenho vários e nem sempre sei a razão de assim proceder. A “coisa” se manifesta principalmente no momento de decidir sobre um vinho, seja na loja onde estou comprando ou procurando uma garrafa da minha adega para consumir ou contemplar um amigo e até mesmo no momento de indicar um vinho na carta de um restaurante.

Tenho algumas regras indeléveis, por exemplo, vinho com nome de Santo ou Santa eu passo longe. Deve haver uma razão para isso, mas a minha decisão se deve ao fato de nunca ter degustado um vinho desses que prestasse. Há uma honrosa exceção: o Pinot Grigio Santa Margherita, da região do Alto Adige, Itália.

Fora esse, tolero as vinícolas que foram batizadas com esses nomes, por exemplo, a ótima Santa Rita, chilena. Claro que sou apreciador do excelente Vin Santo, da Itália. Degusto com Cantucci.

Mas se tiver santo/santa no rótulo…

Outra implicância está na aparência dos rótulos e um pouco na garrafa e seu fechamento. Já melhorei muito, mas se achar que o material empregado é de baixa qualidade ou mal feito, vai ficar na prateleira.

Por um longo tempo cismei com as cápsulas de plástico que protegem o gargalo e a rolha. Preferia as que fossem metálicas. Hoje mudei, acho as plásticas mais seguras e higiênicas, mas ainda seleciono, escolhendo aquelas que ficam menos coladas na garrafa: são mais fáceis de remover completamente.

Outra mania é não apreciar determinadas castas e dependendo da situação, evito até mesmo vinhos de certos países de origem. Isto tende a mudar. Já impliquei com Cabernet Sauvignon, hoje implico com Carménère…

Teor alcoólico é outra preocupação, prefiro os mais baixos. Ando muito interessado nos vinhos obtidos a partir de vinhedos sustentáveis. Quanto aos métodos de produção, estou na fase de “pouca madeira”.

Desde que andei provando excelentes vinhos feitos nos já consagrados ovos de concreto e nas tradicionais ânforas ou talhas descobri novos e deliciosos aromas e sabores. Para acertar neste segmento tem que analisar muito bem a compra. Como em qualquer outro segmento da nossa sociedade, há muita gente vendendo gato por lebre.

Em Portugal, um tradicionalíssimo produtor vende um “Tinto da Talha”, que é elaborado em tanques de aço inox…

Outra das minhas manias, esta eu acho bem saudável, é desconfiar de expressões como Reserva, Reservado e similares. Na grande maioria das vezes é puro marketing. Tomo como base as normas espanholas, uma das melhores, que impõe regras bem claras sobre o que um produtor deve fazer para colocar um Reserva no seu rótulo.

Honestamente, prefiro procurar por IG, DOC ou as recentes indicações de Vinhedo Único, que variam de país para país. São dados mais seguros, se você souber em que terreno está pisando.

Por último, uma mania que tem me perseguido há muito tempo, o preço. Funciona assim: não gasto mais que um determinado valor e desconfio de valores muito baixos.

Vamos começar com as “ofertas”: na maioria das vezes, o vinho já está no fim de sua vida útil e o vendedor se desfaz de seu estoque a qualquer preço.

O outro lado da moeda é não gastar demasiado num vinho. Eu creio que há um limite superior no famoso equilíbrio entre o custo e o benefício. Estabeleci um valor máximo, em moeda estrangeira, para gastar por garrafa. Nunca me arrependi e nunca degustei um vinho que ultrapassasse esse valor que realmente me surpreendesse.

Coisas da vida, talvez. Em algumas ocasiões troquei uma garrafa de valor máximo por duas ou três de menor valor e fiquei muito satisfeito com a decisão.

Apreciar vinhos é exatamente isso.

Que tal vocês contarem um pouco de suas manias?

Pode ser nos comentários, por e-mail (coluna.do.tuty@gmail.com), Instagram (@oboletimdovinho), código morse, sinal de fumaça ou batida de tambores.

Só não pode é ficar em silêncio.

Saúde e bons vinhos!

Créditos: imagem de abertura de Comfreak por Pixabay

Tuty

Engenheiro, Sommelier, Barista e Queijeiro. Atualiza seus conhecimentos nos principais polos produtores do mundo. Organiza cursos, oficinas, palestras, cartas de vinho além de almoços ou jantares harmonizados.

author
Engenheiro, Sommelier, Barista e Queijeiro. Atualiza seus conhecimentos nos principais polos produtores do mundo. Organiza cursos, oficinas, palestras, cartas de vinho além de almoços ou jantares harmonizados.

    2 Comentários

    • Admin 18 de março de 2021

      Oi, amigo.
      Sim, também tenho minhas manias, afinal quem não as têm? Parafraseando a música de nossa época MANIAS – dentre as manias que eu tenho, uma é gostar de você (do jeito de amigo/irmão, é claro rs), as outras vão por aí, mas vamos aos vinhos:
      – Roubartilhei a sua mania de vinho com nome de Santo(a), também evito. Não sou tão radical quanto vc, mas evito.
      – Estou na fase de preguiça, portanto, tenho procurado vinhos com tampa de rosca (é difícil), logo esta mania, na maioria das vezes, fica pra trás.
      – Reservado, nunca! Reserva eu ainda aturo… a propósito, gosto da Caménère, rs
      – o preço tb aprendi com vc. O fato de o vinho ser caro não me anima, primeiro pelo bolso e segundo porque sendo caro, ele tem obrigação de ser bom. Prefiro garimpar. Também tenho limite de valor para comprar um vinho.
      – quando estou meio sem saco, eu vou num kit… assim o vendedor coloca uns dois vinhos razoáveis e descarta outros 4 pra montar uma caixa… para o dia a dia, atende bem…
      abraços
      Valter

    • Tuty Pinheiro 18 de março de 2021

      Valter
      Boas manias. respeito todas elas.
      Abs

    Deixe um comentário

    O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *