Estamos sendo bombardeados por um sem número de propagandas, jingles, vídeos e, muito especialmente, grosserias sem fim quando se trata de atacar qualquer candidato que não seja o próprio: o lema é o de sempre, quem não está comigo, está contra mim…e não presta!
Há candidatos cuja plataforma eleitoral nunca me atraiu, outros que, ao longo do tempo mudaram genuinamente de postura e, por essa mudança parecer fruto de maior maturidade, respeito e gosto disso: afinal é o que seria de se esperar de pessoas coerentes e honestas consigo mesmas e com o seu eleitor.
Há candidatos “bons filhos”: a cada eleição lá estão eles de volta – não querendo perder a “boquinha” e nem ter que desalojar pais, filhos, sobrinhos, compadres e asseclas da avalanche de cargos e funções em seu gabinete, ou fora dele, a que um político tem direito e de onde jorra dinheiro para salários, convênios e conchavos.
Há os candidatos camaleão, mudam de partido e de discurso: qualquer mudança desde que seja para permanecer sustentado pelo dinheiro público. E quem seria o “público” dono do dinheiro? Nós, você, eu, o pipoqueiro da saída da escola dos nossos filhos e netos, o motorista de ônibus, o engenheiro, enfim, todos que trabalham duro para pagar suas contas.
Amanhã, sei em quem vou votar para governador, mas, definitivamente não sei se vou ter coragem de “perpetrar meu voto” para presidente; gostaria que não estivéssemos entre a cruz e a caldeirinha, gostaria de não ter que votar no menos pior, naquele que não me faz jurar em falso, porque prometi a mim mesma jamais votar no PT.
Não acho bom o voto útil ou sem coerência interna: não acredito que eu deva votar contra, mas que devo votar a favor. É simples: normalmente os candidatos têm programas que não preenchem todos os nossos requisitos e ansiedades, mas devem se mostrar minimamente maleáveis – e não por serem vira-casacas, mas por terem chegado a um consenso.
Quero votar de forma consciente e por convicção, só assim vou me sentir à vontade para reclamar. Mas desta vez está inacreditavelmente difícil, não consigo justificar nenhum dos dois candidatos…nem para mim!
Tradutora do inglês, do francês (juramentada), do italiano e do espanhol. Pelas origens, deveria ser também do russo e do alemão. Sou conciliadora no fórum de Pinheiros há mais de 12 anos e ajudo as pessoas a “falarem a mesma língua”, traduzindo o que querem dizer: estranhamente, depois de se separarem ou brigarem, deixam de falar o mesmo idioma… Adoro essa atividade, que me transformou em uma pessoa muito melhor! Curto muito escrever: acho que isso é herança familiar… De resto, para mim, as pessoas sempre valem a pena – só não tenho a menor contemplação com a burrice!