Sim, sei que este assunto já está meio que enchendo o saco. É o mesmo assunto todo dia, na mídia falada, escrita ou televisiva.
Mas, nesta semana, uma grande controvérsia está se formando nas Redes Sociais e Mídia com relação à vacinação. Um ou mais grupos de empresas (num consórcio) solicitou ao Ministério da Saúde, autorização para a aquisição de vacinas para aplicar em seus funcionários. São megaempresas, com muitos funcionários.
Obviamente, a turma do politicamente correto e a do complexo de vira-latas começou uma grita geral alegando que estaríamos privilegiando os “mais abastados” em detrimento daqueles de menor poder aquisitivo.
Acho que esta proposta poderia ser aceita, primeiramente, para vacinas não usadas pelo Programa de Vacinação, por exemplo, a Pfizer, a Moderna e outras que aparecerem para evitar a concorrência com o SUS. Assim não estaríamos competindo com o público-alvo do SUS.
A aquisição de vacinas por um consórcio de empresas privadas, na minha opinião seria, sim, muito bem-vinda, principalmente porque aqueles funcionários e familiares que seriam imunizados neste processo, estariam saindo da fila do SUS, possibilitando um atendimento mais rápido do Sistema Público e abrangendo um número maior de pessoas de menor poder aquisitivo…
Insisto. Não vejo privilégio nesta compra. Vejo sim uma forma, como eu disse, de acelerar o atendimento do SUS. Pelo que vi, me parece que a proposta seria que metade das vacinas adquiridas por este consórcio estariam sendo cedidas ao SUS, o que seria ótimo para os cofres públicos.
Vejo ainda uma outra opção: as clínicas particulares de vacinação, independente do consórcio, se conseguissem, poderiam também adquirir as vacinas e cobrar por elas… de novo, o mesmo raciocínio… aumentar a velocidade da imunização no SUS. Quem pode pagar, que pague!
Outra controvérsia sobre vacinação nesta semana, foi com relação ao número de doses, pretendendo-se com isso aumentar a faixa de pessoas imunizadas, atrasando-se a segunda dose. Há que se pensar se temos certeza da entrega do estoque necessário para a segunda dose. Seria um erro grave as pessoas tomarem a primeira dose e ficar sem a segunda por questão de prazo entre as doses.
Por fim, a nossa jabuticaba, ou, se preferirem, o nosso jabuti na árvore: os fura-filas!!!
Prefeitos e outros políticos, assim como diretores de hospitais, chefes de posto de saúde, criaram uma fila separada. Se for familiar, tá dentro, pode ser vacinado… duvido que isso tenha ocorrido em qualquer outro país. Mas era de se esperar que o Brasil tentasse burlar as regras, afinal somos mestres nisso.
Como a ordem de vacinação não é lei, não é crime direto. Poderíamos considerar, no caso de funcionário público, um peculato, ou no caso de um dirigente de improbidade…
Falta de moral, ética e de vergonha na cara, infelizmente ainda não é crime!
Quem sabe os fura-filas da vacinação pudessem ser punidos, não recebendo a segunda dose do imunizante ou sendo jogados para o final da
fila. Que tal expor essa galera desobediente publicando nome e foto nos principais meios de comunicação do país? Na Idade Média, eles seriam apedrejados em praça pública.
O prefeito do Rio, assim como os de outras cidades, na impossibilidade de multiplicar as vacinas ora disponíveis, resolveu multiplicar o público alvo. Furou a fila por decreto e passou a considerar como prioritários todos os profissionais de saúde, física ou mental, de qualquer especialidade, que sejam maiores de 60 anos e que tenham registro no respectivo conselho de classe.
Com isso, estão sendo vacinados não apenas aqueles que estão na linha de frente, como também os que, no conforto dos seus consultórios e residências, deveriam esperar a sua vez de acordo a sua faixa etária. O tempo na fila para quem não se enquadra nessa condição aumentará consideravelmente.
Para terminar, um monte de perguntas:
Qual a eficiência da primeira dose? Em quanto tempo já há proteção? Devo manter o confinamento até a segunda dose?
É urgente que haja divulgação dos protocolos que devemos seguir para não se perder a imunização coletiva.
O governo deve iniciar a divulgação da vacinação bem como os procedimentos necessários para sua eficácia.
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