

No dia 19 de outubro, o petista sofreu uma queda no banheiro do Palácio da Alvorada, em Brasília (DF).
Como eu já disse, foi tudo muito mal contado, desde o próprio acidente. A informação que tivemos, à época, foi que ele tinha escorregado e caído. Sabemos que isto é algo muito frequente de acontecer com idosos em banheiros, mas depois, disseram que ele estava tomando banho sentado num banquinho e caiu. A última versão divulgada foi que ele estava sentado num banquinho cortando a unha do pé, desequilibrando-se e caiu pra trás.
Ora, eu, obviamente, não sou presidente da república e vou à pedicure – ou ela vem à minha casa – uma vez ao mês. Será que o presidente não tem uma pedicure que possa atendê-lo no Alvorada?
Lula sentiu-se mal durante todo o dia, com sonolência e muita dor de cabeça, foi levado ao hospital Sírio Libanês ainda em Brasília para realizar exame de imagem. Estes exames mostraram uma hemorragia intracraniana – um hematoma subdural – decorrente do acidente domiciliar sofrido em outubro.
O hematoma subdural é uma condição de saúde que ocorre quando há um acúmulo de sangue entre o crânio e a dura-máter, a membrana que cobre o cérebro. O sangramento pode ser causado por uma ruptura de um vaso sanguíneo, e as principais causas são: acidentes de carro, quedas e agressões físicas.
Nesse momento, foi tomada a decisão de transferi-lo para São Paulo a fim de realizar a cirurgia para retirar o hematoma. Segundo as informações oficiais, Lula esteve lúcido durante os exames, na ambulância e durante o voo para São Paulo.
A cirurgia durou em torno de duas horas para drenar o hematoma no cérebro. O procedimento, chamado trepanação, colocou um dreno na cabeça do presidente para retirar o sangramento, que estava localizado entre o cérebro e a meninge. Ainda segundo o corpo médico, “não houve lesão no cérebro e o presidente está com todas as funções preservadas”. Afirmam que Lula não terá sequelas após mais uma emergência de saúde em seu 3º mandato
No entanto,o Dr Fernando Gomes, neurocirurgião e neurocientista, Professor da USP, que não pertence à equipe médica de Lula, diz que a craniotomia é considerada uma cirurgia complexa, com riscos elevados. “O tempo de recuperação pode variar, dependendo de fatores como a extensão da cirurgia, o estado geral do paciente e a condição tratada. Em geral, a recuperação inicial pode levar de algumas semanas a meses, e a reabilitação pode ser necessária para restaurar funções cognitivas ou motoras, e podem acontecer novos sangramentos e se houve algum problema subjacente que causariam nova hemorragia”, afirma o especialista.
Outro neurocirurgião, o Dr. Luiz Severo, explica que fatores como idade, uso de anticoagulantes e traumas seguidos aumentam o risco de recorrência do sangramento, o que se torna mais preocupante. De acordo com ele, a recorrência do sangramento intracraniano seguido de cirurgia podem aumentar as chances de sequelas, mas isso pode variar dependendo da gravidade da hemorragia e da rapidez com que o tratamento foi realizado.
O hematoma pode causar sequelas que incluem dificuldades motoras, como fraqueza, problemas de fala, como dificuldades na comunicação, alterações cognitivas, como dificuldade de memória, concentração e raciocínio, e emocionais, como depressão e ansiedade. “Algumas pessoas podem experimentar déficits cognitivos temporários, enquanto outras podem ter dificuldades de longo prazo. A reabilitação pode ser necessária para ajudar na recuperação das funções cognitivas”.
Todos ressaltaram que a equipe que atendeu Lula é de alto nível, e esta equipe descartou qualquer sequela, embora todos achem que é muito cedo para declarar que “não haverá sequelas”! Todos os pacientes que foram submetidos à craniotomia recebem medicamentos anticonvulsivantes no pós-operatório. Qual a consequência disso?
Os médicos do presidente disseram na coletiva que, na próxima semana, Lula já voltaria às suas atividades normais em Brasília… diante do que vimos, fica a pergunta: será?
Não acho que isso ocorrerá assim. Hoje foi divulgado que Lula se submeterá a outro procedimento. Segundo boletim médico do Hospital Sírio-Libanês, o presidente “fará complementação da cirurgia com procedimento endovascular (embolização de artéria meníngea média)”. Não será realizado em centro cirúrgico, é um cateterismo e faz parte do protocolo da cirurgia já realizada… Ora, então o sangramento não parou?
A hospitalização de emergência de Lula na noite de segunda-feira e a cirurgia nesta semana não são os únicos episódios envolvendo o quadro de saúde do presidente ao longo dos últimos meses e anos:
- Em 2010, Lula chegou a ser hospitalizado com um quadro de hipertensão, momento em que parou de fumar, após quase meio século de vício.
- O presidente também passou por emergências médicas ao longo dos anos. Um dos momentos mais complicados para a saúde do petista ocorreu em 2011. Logo após encerrar seu segundo mandato, Lula enfrentou um câncer na laringe (garganta). O tumor de três centímetros fez com que o ex-presidente passasse por dezenas de sessões de quimioterapia e radioterapia até ser considerado curado, em 2012.
- Cerca de uma década atrás, o presidente foi diagnosticado com pré-diabetes. É uma condição clínica caracterizada por níveis altos de glicose no sangue, mas não em patamares suficientes para caracterizar o diabetes tipo 2.
- Em setembro de 2023, ele passou por uma cirurgia de artroplastia total de quadril no Hospital Sírio-Libanês, em Brasília, para tratar uma artrose no fêmur direito. O procedimento cirúrgico foi feito para substituir a cabeça do fêmur pelo desgaste natural da cartilagem, diante da idade do presidente. Em julho, ele chegou a ser internado para tratar de fortes dores no quadril.
- Em março de 2023 Lula foi diagnosticado com uma broncopneumonia bacteriana e viral, causada pela Influenza A, e teve que adiar compromissos internacionais na China. Em outra ocasião, quando estava prestes a entrar em campanha eleitoral, em junho de 2022, Lula teve Covid-19, mas se recuperou sem sequelas.
- No começo de 2023, Lula se queixou de dores no joelho provocadas por uma bursite — inflamação que atinge a bursa, uma espécie de bolsa que contém um líquido destinado a amortecer impactos em articulações. Em anos anteriores, o presidente já havia manifestado incômodo com bursite no ombro.
- Em março do ano passado, Lula precisou cancelar de última hora uma viagem programada para a China por orientação médica. Ele precisava de mais tempo para se recuperar de uma broncopneumonia bacteriana e viral pelo vírus Influenza A.
Isso permitirá que a oposição questione se sua idade e quadro de saúde mais delicado oferecem a ele limitações, como ocorreu com Joe Biden nos EUA, para seguir no comando do Brasil ou mesmo para concorrer a uma possível reeleição em 2026.
Lula disse em uma entrevista recente que, do ponto de vista da saúde, se considera um menino, com tesão de 20 anos e disse que só deve concorrer daqui dois anos caso não haja ninguém habilitado a vencer o fascismo.
Vamos pagar pra ver?
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