3 de outubro de 2024
Eliana de Morais

Turismo transformativo. Que treco é este?

O turismo evoluiu de buscar experiências à participação do viajante para seu crescimento pessoal e da comunidade visitada.
Texto: Fabio Steinberg
No turismo, assim como em qualquer outra área, costumam aparecer expressões que invadem a comunicação. A bola da vez atende pelo nome de turismo transformativo. Ou, para alguns, turismo transformacional. Poderia ser definido como “o viajante transformar as férias em oportunidade que dê sentido à sua vida”. Afinal, trata-se de mais um modismo com vida curta, ou algo que veio para ficar?
Não chega a ser novidade a busca do crescimento individual através do aprendizado e vivência intensa durante uma viagem. O que mudou foi a indústria de turismo ter se apropriado da tendência para estabelecer uma nova vertente de negócios.

SOMA – O turista pode contribuir com ideias e engajamento para o crescimento individual e coletivo

Há uma evidente exaustão da tradicional fórmula do turismo contemplativo, principalmente pelo turista experiente. Ele está cansado de ser mero expectador de um lugar e seus habitantes. Sem se envolver com as pessoas nem ajudar a modificar o ambiente, é como se ele visitasse um zoológico.
Viagem de transformação
O turismo transformativo, ao contrário, quer proporcionar viagens ricas em experiências autênticas, voltadas ao bem-estar. E o mais importante, promete levar a uma transformação individual em um nível emocional profundo. Como, por exemplo, promover excursões à Antártida para investigar as mudanças climáticas do planeta. Ou oferecer hospedagem em um monastério para buscar a paz e silêncio absoluto.
Nesta gaveta cabem ainda contatos diretos com a natureza bruta, sem retoques civilizatórios, em parques nacionais ou países como a Costa Rica. Uma variação seriam “passeios solitários”, com bastante tempo para refletir, auxiliado por cartazes nas trilhas que fazem parar para pensar.
Há outras formas, como explorações culinárias ou passeios a cavalo em aldeias remotas e desertos em diferentes pontos do planeta. Ao final do dia, seja em volta de uma fogueira ou uma tenda, os guias convidam o grupo a discutir sobre o que viu no trajeto.
Pé na lama
As opções parecem infinitas. Por exemplo, a Muddy Shoe Adventures (aventuras em sapatos enlameados), combina atividades físicas desafiadoras com experiências culturais imersivas em lugares inóspitos como a Tasmânia, Patagônia ou Colorado.

REPENSANDO A VIDA – Longe de tudo, viagem é a oportunidade para reflexão e aprimoramento pessoal

A essência do turismo transformativo é servir de inspiração para o viajante. Ao promover o desenvolvimento pessoal, permite uma avaliação da própria vida e como contribuir para a sustentabilidade dos destinos visitados.
A nova missão
Os defensores desta modalidade acreditam que ela estabelece uma oportunidade única para reescrever a própria missão da indústria. Além de oferecer os tradicionais benefícios do lazer, seria uma aposta para despertar no viajante a paixão e a energia para fazer o bem pela humanidade.
Fonte: https://turismosemcensura.com.br

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