Texto: Fabio Steinberg
No turismo, assim como em qualquer outra área, costumam aparecer expressões que invadem a comunicação. A bola da vez atende pelo nome de turismo transformativo. Ou, para alguns, turismo transformacional. Poderia ser definido como “o viajante transformar as férias em oportunidade que dê sentido à sua vida”. Afinal, trata-se de mais um modismo com vida curta, ou algo que veio para ficar?
Não chega a ser novidade a busca do crescimento individual através do aprendizado e vivência intensa durante uma viagem. O que mudou foi a indústria de turismo ter se apropriado da tendência para estabelecer uma nova vertente de negócios.
Há uma evidente exaustão da tradicional fórmula do turismo contemplativo, principalmente pelo turista experiente. Ele está cansado de ser mero expectador de um lugar e seus habitantes. Sem se envolver com as pessoas nem ajudar a modificar o ambiente, é como se ele visitasse um zoológico.
Viagem de transformação
O turismo transformativo, ao contrário, quer proporcionar viagens ricas em experiências autênticas, voltadas ao bem-estar. E o mais importante, promete levar a uma transformação individual em um nível emocional profundo. Como, por exemplo, promover excursões à Antártida para investigar as mudanças climáticas do planeta. Ou oferecer hospedagem em um monastério para buscar a paz e silêncio absoluto.
Nesta gaveta cabem ainda contatos diretos com a natureza bruta, sem retoques civilizatórios, em parques nacionais ou países como a Costa Rica. Uma variação seriam “passeios solitários”, com bastante tempo para refletir, auxiliado por cartazes nas trilhas que fazem parar para pensar.
Há outras formas, como explorações culinárias ou passeios a cavalo em aldeias remotas e desertos em diferentes pontos do planeta. Ao final do dia, seja em volta de uma fogueira ou uma tenda, os guias convidam o grupo a discutir sobre o que viu no trajeto.
Pé na lama
As opções parecem infinitas. Por exemplo, a Muddy Shoe Adventures (aventuras em sapatos enlameados), combina atividades físicas desafiadoras com experiências culturais imersivas em lugares inóspitos como a Tasmânia, Patagônia ou Colorado.
A essência do turismo transformativo é servir de inspiração para o viajante. Ao promover o desenvolvimento pessoal, permite uma avaliação da própria vida e como contribuir para a sustentabilidade dos destinos visitados.
A nova missão
Os defensores desta modalidade acreditam que ela estabelece uma oportunidade única para reescrever a própria missão da indústria. Além de oferecer os tradicionais benefícios do lazer, seria uma aposta para despertar no viajante a paixão e a energia para fazer o bem pela humanidade.
Fonte: https://turismosemcensura.com.br