Outro filme achado na TV (Canal Max Up) que é imperdível. Trata-se do filme “A hora da mudança” de 2017. Uma comédia italiana dirigida e protagonizada pelos atores/diretores/comediantes #SalvatoreFicarra e #ValentinoPicone que conta a história de uma eleição para prefeito de uma pequena cidade na Sicilia, Itália.
A eleição se dá entre o prefeito, clone de Silvio Berlusconi, e o candidato da oposição, um professor, que com o apoio da maioria da população, ganha a eleição e para surpresa de todos começa a cumprir as promessas de campanha e a mudar o cotidiano e os hábitos dos moradores enraizados por anos e anos de governos corruptos e negligentes onde tudo se resolvia com um “jeitinho”.
Aí é a parte mais engraçada e a sátira mais impiedosa. O novo prefeito provoca uma verdadeira revolução: coloca todos os servidores para trabalhar incluindo o próprio cunhado, onde já se viu? HAHAHA; os guardas municipais agora multam a população por não separar o lixo – coleta passou a ser seletiva – multam por estacionar em local proibido; o novo prefeito fecha a fábrica da cidade por crime ambiental enfim, todas as desobediências às leis são punidas sem privilégios a ninguém e atingindo todos, amigos e parentes inclusos.
Essa honestidade toda provoca uma reação indignada dos moradores, a cidade está ótima mas cada morador quer continuar a tirar uma vantagem qualquer do setor público. Por exemplo: a igreja vai começar a pagar imposto. Um absurdo. O padre está perplexo. E por aí vai.
Os cidadãos ficam revoltados até com a prioridade aos pedestres nas vias públicas em detrimento dos automóveis. É um acinte!
Qualquer semelhança com a realidade não é mera coincidência.
Os moradores se organizam para fazer as coisas voltarem ao que era antes, ao bem bom da impunidade, a troca de favores entre o setor público e os cidadãos, a máquina administrativa a serviço de pequenos grupos, aos bons tempos de que pagar imposto era uma raridade, coisa de otário, e ser educado e civilizado era apenas uma vontade de cada um dependendo de certas circunstâncias e de com quem estava lidando.
Enfim, um conceito abstrato. Eu adorei e recomendo. Para umas boas risadas e uma reflexão de que os maus políticos não agem sozinhos, tem sempre a cumplicidade dos eleitores.
Eliana de Morais
Cinema na TV: A hora da mudança
- Por O Boletim
- 29 de março de 2018
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