Como comentei na semana passada, acompanhei os lançamentos de novas opções de modelos do grupo Stellantis. No post anterior, comentei os da marca Citroën. Hoje, falo da Peugeot, que apresentou a linha 2026 de seus atuais modelos 208 e 2008 – com destaque para as versões topo de linga GT, que agora passam a contar com um sistema híbrido leve. Trato mais profundamente de um deles, o hatch compacto 208 neste vídeo da TV Rebimboca (abaixo), no qual você vai poder conferir tanto a aparência e os “predicados” do carro, como também um pouco de seu desempenho, em um curto test-drive.
Vale dizer que nem o 208 nem seu irmão SUV 2008 sofreram alterações significativas em sua aparência e recursos em relação aos modelos 2025. A grande novidade é mesmo o pacote híbrido, o mesmo que a Stellantis – grupo a que a marca pertence, junto com Citroën, Fiat, Ram, Jeep e outras – já embarcava, desde o ano passado, nos SUVs Pulse e Fastback, da Fiat.

Um sistema desenvolvido aqui no Brasil, sob os auspícios do programa governamental Mover, e que tem como principal objetivo, segundo seu site oficial, “melhorar a qualidade dos automóveis por meio de tecnologia, inovação e eficiência energética”. Neste caso, podemos dizer que esses híbridos leves são uma espécie de primeiro passo em direção à transição energética de nossos carros.
Um passo ainda um pouco tímido – afinal, na ponta do lápis, ele proporciona a esses novos carros uma economia de combustível (e redução de emissões) de até 10% em relação às versões anteriores, que só contavam com o tradicional motor flex a explosão, segundo medições do INMETRO. Mas também um passo importante – como são todos os primeiros passos, não raro, os mais difíceis de se dar, em qualquer direção.

Mas vamos a um resumo sobre esses dois carros: seu motor a combustão é o T200, que é um 1.0 turbo flex de três cilindros e 12 válvulas (quatro por cilindro), que gera até cento e trinta cavalos de potência e pouquinho mais de 20 kgfm de torque. E ele funciona acoplado a um câmbio automático do tipo CVT, continuamente variável, que simula sete marchas.

Nesse arranjo híbrido, esse motor turbo é “ajudado” por um outro pequeno motor elétrico, que entra no lugar dos tradicionais arranque e alternador e que atua principalmente nas arrancadas e retomadas de velocidade. Ele é alimentado por uma pequena bateria de íons de lítio, de 12 volts, que fica instalada no assoalho do carro, sob o banco do motorista. É alimentado, mas também alimenta, a mesma bateria, recuperando a energia em reduções e nos próprios giros do motor.

Se não parece ser assim tão sofisticado, esse sistema tem entre outras vantagens a de pesar pouco – são apenas 30 kg a mais em comparação com os carros sem isso – e também a de não encarecer significativamente o modelo. Segundo a Peugeot, em comparação aos 208 e 2008 ano 2025, esses GT 2026 custam apenas R$ 2 mil a mais – nada que destoe muito das atualizações de preço a que estamos acostumados nas mudanças de ano-modelo.

Como digo no vídeo, acho o Peugeot 208 com essa mecânica T200 o hatch compacto mais prazeroso de guiar em sua categoria – a B, segundo degrau do segmento. Embora não seja propriamente um esportivo, ele traz vários ingredientes nesse sentido, a começar pela posição de dirigir (que pode ser bem baixa, junto ao chão) e pela disposição e estilo dos instrumentos e volante. Coisa rara nesses nossos tempos de SUVmania.

Vá lá que os bancos, embora bonitos e de boa qualidade, não sejam muito envolventes, que o império dos plásticos mantenha o seu ataque em todas as partes e que o espaço interno – falo especificamente do dedicado aos passageiros de trás – não seja lá muito generoso (para usar um eufemismo). Mas, de resto, tudo é bem caprichado, tem recursos de assistência ao motorista, boa conectividade e até um teto panorâmico. Esse 208 GT Hybrid custa R$ 127 mil (ou dez reais a menos que isso).

Mas se o espaço atrás é importante e é justamente o que você procura, o mano SUV 2008 é uma boa escolha. Na versão GT, tem exatamente a mesma mecânica híbrida, painel de instrumentos e recursos, seu teto solar abre (ao contrário do que ocorre no 208) e, nele, uma família de quatro adultos viaja confortável.

Não é tão divertido de guiar quanto o hatch, pois pesa mais, é mais alto e… bom, é um SUV. Mas anda bem, é econômico e, para o meu gosto, tem também uma ótima – e original – aparência. Custa nesta versão cerca de R$ 167 mil, preço competitivo em seu segmento, especialmente levando em conta seu pacote de recursos e, agora, a propulsão híbrida.

Fotos: Divulgação
Fonte: Rebimboca Comunicação

