Depois de mais de um século de idas e vindas*, ao que tudo indica, os carros elétricos estão finalmente ganhando terreno e, em mais alguns anos, vão começar a dominar o mercado. Por que afirmo isso com tanta segurança? Simples: a quantidade de novos modelos elétricos apresentados como conceitos nos salões de automóveis mais recentes (inclusive o de SP) é expressiva. “Mas isso já aconteceu antes”, lembrará o leitor, coberto de razão. É, só que, agora, esses conceitos chegam acompanhados de datas para o lançamento de sua versão definitiva. Esse é o caso do bonitão aí nas fotos, o Jaguar I-PACE, um crossover (que é como os marqueteiros chamam automóveis que misturam estilos e funções de diferentes segmentos) de alto luxo e propulsão totalmente elétrica. Mais do que isso, o CEO da JLR, que também é dona da Land Rover, promete que, até 2020, terá a disposição de quem puder pagar versões elétricas para pelo menos metade dos modelos que estiver vendendo.
BMW i3, já no mercado e com visual totalmente diferente do padrão da marca
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Posição semelhante assumiu recentemente a BMW – que, como a Jaguar-Land Rover possui uma fábrica aqui no Brasil. E o mesmo caminho seguirão suas conterrâneas germânicas – até porque, este ano, foi aprovada uma lei na Alemanha que obriga os fabricantes a progressivamente substituir os motores a combustão por alternativas “limpas”. E, não somente lá, mas em todo o Primeiro Mundo, uma primeira fase, com a multiplicação do número de veículos híbridos, muito mais econômicos e menos poluentes, já começou.
Aqui vai demorar mais
É claro que em nosso Terceiro Mundo, os efeitos dessa transição devem demorar mais um pouco para serem sentidos, especialmente com a perspectiva de que a crise econômica leve ainda mais alguns anos para ser revertida. Nesse contexto, grandes investimentos em produtos totalmente novos ficam mais distantes, também. Mais uma vez, é provável que acompanhemos, de longe, a mudança do perfil dos automóveis nos países ricos para somente depois vermos o resultado disso em nossas ruas.
Mais do que uma simples mudança de tecnologia e de matriz energética – como chamam os especialistas -, a troca do combustível pela eletricidade vai exigir uma verdadeira mudança de mentalidade do consumidor brasileiro. E isso passa obrigatoriamente por grandes campanhas de marketing, patrocínios, divulgação… ou seja, muito investimento. Mas não se enganem, tudo isso vai mesmo acontecer e mais cedo do que muita gente boa pensa.
Jaguar I-PACE
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Quinhentos km de autonomia
Voltando ao I-PACE, ele está sendo mostrado por esses dias no Salão do Automóvel de Los Angeles – a Califórnia é justamente o estado americano em que o mercado para híbridos e elétricos está mais avançado. Segundo a Jaguar, ele é capaz de rodar até 500 km sem precisar de recarga nas baterias de lítio de 90kWH (kiloWatt/hora). Como motores elétricos que geram 400cv e 70 kgf.m de torque, ele promete uma performance digna do emblema que traz no capô, indo de zero a 100 km/h em 4.1 segundos. Sua versão definitiva chegará às lojas já em 2018.
Jaguar I-PACE
Um último comentário: diferentemente de outras montadoras, como a Tesla e a já mencionada BMW, a Jaguar manteve em seu modelo elétrico a mesma identidade visual de seus outros carros, a gasolina. Especialmente a grande “boca” de felino sob o capô, que imediatamaente associamos à uma tomada de ar para o motor. Em princípio, carros elétricos podem ter um design totalmente diferente dos que trazem motores a combustão. Tudo bem que, se você olhar direitinho, vai ver que o nariz desse Jaguar é muito menor que os que estamos acostumados a ver, vestindo motores de seis e oito cilindros. Mas a ideia, pelo menos por enquanto, é fazer uma transição entre um e outro modo de propulsão procurando manter ao máximo os demais atributos da marca, como agressividade, sofisticação, exclusividade etc. E esses argumentos todos já são automaticamente associados pelo público aos modelos que têm determinada “cara”. Num segundo momento, porém, é provavável que comecem a aprecer mudanças estéticas e funcionais bem mais radicais. Em mais alguns anos, os carros irão mudar bastante. Espere e verá.
(*) Até mais ou menos 1920, um terço dos automóveis em circulação nas maiores cidades americanas eram movidos a eletricidade, e havia diversos modelos equipados com motores a vapor, também. A opção definitiva pela gasolina só aconteceu um pouco depois e está mais relacionada ao baixo custo e à facilidade de estocagem e de transporte que a sua eficiência.
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