Depois de muita repercussão negativa, a Câmara dos Deputados decidiu recuar ligeiramente na chamada PEC da Impunidade.
Mudaram a parte que tornava mais fácil a eleição de fichas sujas. Na lei, para que a ficha se torne suja, basta uma condenação por um órgão colegiado. Eles queriam dobrar a exigência: depois de condenado por um tribunal regional, o candidato deveria ser condenado também por uma instância superior.
Muitas outras barbaridades continuam. Uma delas é entregar o deputado preso em flagrante para a própria Câmara. Onde é que ele ficaria preso? Na lanchonete?
O mais interessante é observar como eles correram com a emenda constitucional. Existe um rito para aprovação de PECs. Simplificaram tudo para resolver logo a questão da impunidade. Aproveitaram o caso de Daniel Silveira, votaram pela prisão do deputado, e armaram uma blindagem que dificilmente permitirá a prisão de um deputado.
E tudo isso acontecendo num momento trágico. Há lockdown em algumas cidades metropolitanas de São Paulo, além de Araraquara. Na Bahia, 90 por cento das cidades vão entrar em lockdown. A situação é complicada também no Amazonas, no sul do país, enfim estamos vivendo um novo auge da pandemia.
Uma das esperanças é a vacina. O Supremo deu um passo, autorizando a compra de vacinas por estados e municípios. O Congresso deu outro permitindo que o governo assuma a responsabilidade por danos colaterais, em vacinas aprovadas pela Anvisa.
Isto iria liberar a compra da vacina da Pfizer. Bolsonaro disse que não aceita esse projeto. Mas as condições da Pfizer foram aceitas pela Comunidade Europeia, Estados Unidos e Israel.
Ao mesmo tempo em que Bolsonaro ameaça dificultar o processo, Pazuello continua fazendo trapalhadas no Ministério da Saúde. A última foi enviar para o Amapá vacinas destinadas ao Amazonas e vice-versa.
Hoje vou encerrar meu trabalho mais cedo para ver o final do campeonato brasileiro. Continuo no final da noite vendo filmes e séries, apesar do cansaço. Acabei de ver Pose, uma história passada na comunidade gay de Nova York e vejo agora uma série inglesa, Behind Her Eyes. Muita loucura mas de qualquer forma dá para assistir.
Terminei a leitura de Guerra pela Eternidade, sobre o qual escrevi aqui. Faço uma nova referência no artigo do Globo de segunda.
Entrei agora numa leitura mais pesada e ela rende pouco depois de um dia de trabalho. Volta e meia me descubro fechando os olhos. O livro se chama Martin Heidegger e a Política Pós Moderna. É de um professor americano, Leslie Paul Thiele, traduzido em português de Portugal.
O fim de semana promete. Eduardo Paes disse que vai prosseguir a vacinação. Meu dia é sábado: se não acabar até lá…
Fonte: Blog do Gabeira