A decisão do STJ em anular a quebra de sigilo de Flávio Bolsonaro anuncia tempos mais sombrios ainda.
O processo que levou à prisão de Fabricio Queiroz, de uma certa maneira, conteve os ímpetos autoritários de Jair Bolsonaro.
Com essa blindagem de Flávio ele voltará a carga, embora esta semana já tenha produzido confusão suficiente com sua intervenção na Petrobras.
Por falar em blindagem, Artur Lira comanda um processo de fortalecimento da imunidade parlamentar. Eles vão reescrever as condições pelas quais um deputado pode ser preso em flagrante e, certamente ,tornar cada mais difícil essa operação.
Os deputados resolveram apoiar a decisão do STF no caso Daniel Silveira. Mas perceberam que poderiam usar esta situação para simultaneamente sacrificar Silveira e construir uma blindagem para os outros.
Bolsonaro indicou hoje que vetará a compra das vacinas da Pfizer, aparentemente as melhores do mercado ocidental.Ele quer que a empresa se responsabilize por danos colaterais, algo que outros países não o fizeram, porque examinaram com lupa a segurança da vacina.
O Brasil, através da Anvisa, também aprovou a vacina da Pfizer e concedeu autorização definitiva. De um ponto de vista constitucional é uma vacina como as outras e poderia até entrar no mercado através de empresas privadas.
A Pfizer diz que venderá somente para o governo federal mas ainda não se tocou que Bolsonaro não comprará, exceto se mudar de ideia, algo um pouco difícil nele.
Por falar em vacina, Eduardo Paes anunciou que restabelecerá a vacinação de idosos, a partir de quinta. Nessa data, serão vacinados os de 82 anos..
Será preciso calcular muito bem para não haver novas paradas abruptas. Na medida em que cai a idade, aumentam os candidatos à vacina.
Enquanto isso, a pandemia avança. São Paulo retomará restrições, Araraquara está em lockdown e as noticias de Chapecó também não são boas: hospitais lotados.
Hoje apareceu uma baleia em São Conrado. De vez em quando, a natureza nos lembra que estamos no Brasil com tantas maravilhas. Li uma entrevista de um coronel reformado do Exército que deixou o Ibama, dizendo que o órgão foi paralisado por Salles e que o trabalho vai muito mal no Brasil.
Ele era superintendente no Mato Grosso do Sul e chama-se Luis Marchetti. Corajosamente denunciou que o Ibama não cobra multas e foi neutralizado por Ricardo Salles, o anti-ministro.
Falei hoje na tevê sobre o auxilio emergencial. Super necessário. Mas o governo quer financiá-lo com dinheiro da saúde e da educação, setores que servem aos mais pobres. Aliás a ideia é essa: os mais pobres financiam a si próprios. Não sei se vai colar, existem alguns deputados/as no Congresso que devem resistir e propor alternativas.
Para finalizar, as noticias sobre a vacina da Johnson e Johnson são bastante positivas. Ela alcançou uma eficácia de 72 por cento nos EUA e 64 por cento na África do Sul, onde circula uma forte variante. E tudo isso com uma só dose.
Fonte: Blog do Gabeira