28 de março de 2024
Adriano de Aquino Colunistas

Reinvestindo na velha prática

Imagem: Google Imagens – Diálogos do Sul – UOL

Em maio de 2020, o ex presidente dos EUA comemorou o acordo histórico com o talibã e deu inicio à retirada das tropas americanas do Afeganistão.

Ao tomar posse, Biden, o novo ‘gerente’ dos negócios bélicos dos EUA, anunciou duas medidas da sua política externa para o Oriente Médio.

A primeira intenção é reabrir em Washington uma representação diplomática palestina, desativada por força da lei antiterror.

A segunda é ‘apagar’ o acordo assinado entre Trump e o poderoso grupo insurgente e negociar a seu modo com o talibã.

A primeira intenção ainda não foi efetivada porque depende de um extenso debate interno para desmanchar a lei antiterror e fazer vigorar o desejo do novo gerente.

Hoje, contudo, o novo gerente dos EUA para os negócios bélicos, tem motivo para comemorar.

Não negociou com o talibã, mas atendeu os ‘falcões’ do Pentágono e encheu de entusiasmo os fabricantes de armas e equipamentos que suprem as forças armadas, estendendo por mais tempo a permanência de tropas no Afeganistão.

“Exclusivo: tropas estrangeiras permanecerão no Afeganistão além do prazo de maio – fontes da Otan”. Rupam Jain, Charlotte Greenfield para Reuters(link da matéria completa no box de comentário)

Naquela explosiva região do mundo, qualquer zumbido de abelha é entendido como alerta para ataque de drones, massacre da população civil e destruição total de cidades,aldeias e vilarejos.

Morte e ruínas para todo lado, são os monumentos da política dos presidentes americanos do partido democrata para o Oriente Médio.

Não duvido que o talibã tenha recebido a mensagem como uma afronta, tendo em vista que o acordo de paz assinado com Trump, vigorava até ontem.

Hoje, certamente, tudo mudou.

O talibã não é um bando festivo que invade o Capitólio, ameaça a democracia americana(sic) e depois vira gincana parlamentar.

O arraigado poder de luta dos talibãs responderá a essa mudança com ira redobrada.

Em dezoito anos de conflito armado a resposta talibã só intensificou.

Muitos ‘alvos’ – jovens americanos e das tropas aliadas – voltaram para casa embalados em sacos pretos.

Não precisa ser profeta para vislumbrar que a manutenção por mais tempo de contingentes militares no Afeganistão, coloca em risco o tratado assinado no ano passado.

Para mim parece claro que a decisão de alongar a presença de tropas americanas no Afeganistão é a estratégia do novo gerente dos EUA.

Ele apenas deseja um motivo sangrento o bastante para acionar nova escalada militar e engrossar o  envio de mais tropas americanas  à região.

Adriano de Aquino

Artista visual. Participou da exposição Opinião 65 MAM/RJ. Propostas 66 São Paulo, sala especial "Em Busca da Essência" Bienal de São Paulo e diversas exposições individuais no Brasil e no exterior. Foi diretor dos Museus da FUNARJ, Secretário de Estado de Cultura do Rio de Janeiro, diretor do Instituto Nacional de Artes Plásticas /FUNARTE e outras atividades de gestão pública em política cultural.

Artista visual. Participou da exposição Opinião 65 MAM/RJ. Propostas 66 São Paulo, sala especial "Em Busca da Essência" Bienal de São Paulo e diversas exposições individuais no Brasil e no exterior. Foi diretor dos Museus da FUNARJ, Secretário de Estado de Cultura do Rio de Janeiro, diretor do Instituto Nacional de Artes Plásticas /FUNARTE e outras atividades de gestão pública em política cultural.

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