Numa democracia, manifestações espontâneas e pacíficas são um bom termômetro para medir o grau de satisfação do cidadão. O que não se admite, como se viu nos protestos de quarta-feira, foi a violência, com a queima de ônibus e arruaça. O mais impressionante foi ver a enorme presença de grupos oportunistas organizados com faixas e balões, como sindicatos e centrais trabalhistas, que nada tinham a ver com o mote do movimento, mas que só queriam afrontar um governo democraticamente eleito que tirou as regalias dessa turma.
A maioria dos discursos, que se ouvia nos carros de som, era contra a reforma da previdência, desemprego, retirada do Imposto Sindical e Lula livre. O tempo dedicado aos professores, alunos ou representantes de seus sindicatos eram irrisórios, sendo o microfone rapidamente retirado de suas mãos, muitas vezes em meio à suas falas, sem permitir sua conclusão. Isso é prova de que os estudantes e professores foram realmente usados como massa de manobra pelo viés ideológico do que tornou a manifestação.
Ao contrário das manifestações apolíticas que aconteceram em 2013, onde não se viam bandeiras sindicais e partidos políticos, o movimento, desta vez, foi, como dito, totalmente político, com centenas de bandeiras da CUT, de partidos e cartazes de “Lula livre”, comprovando que a intenção era uma manifestação política usando como fachada o contingenciamento de parte do orçamento das Universidades e Institutos Federais. A maior grita foi contra a extinção do Imposto Sindical, pois isso acabou com as mordomias e mamatas dos sindicatos.
A esquerda insiste em “corte” e, mais de uma vez, o Ministro da Economia, da Educação e o próprio presidente já disseram e confirmaram que é “contingenciamento”. Há uma grande diferença entre o que significa uma e outra palavra. Naquela, a verba é reduzida e nesta, reservada, ou seja, ao invés de eu liberar toda a sua verba orçamentária de uma vez, como ocorria, eu vou liberar a necessária para o primeiro semestre e quanto à do segundo, vamos ver para qual destino posso liberar. O ministro até tentou explicar com chocolates a diferença, mas foi alvo de piadas.
Quem não consegue – ou não interessa – entender, qualquer explicação fica prejudicada.
Leiam este texto colhido no Face e que, até agora, ninguém descobriu a autoria: “No Brasil, o orçamento da educação pode ser dividido basicamente em duas partes: gastos obrigatórios e gastos discricionários. Os gastos obrigatórios são aqueles que, goste o reitor ou não, devem ser gastos com suas especificações, o que inclui salários e aposentadorias, e até mesmo o “bandejão” para o aluno se alimentar. Já os gastos discricionários são a parcela do orçamento que a universidade pode alocar conforme sua gestão entender.
Para se ter uma noção, aproximadamente 88% do orçamento das universidades no Brasil são de gastos obrigatórios, ou seja, 88% do orçamento não são passíveis de cortes e devem ser gastos. Os outros 12% restantes do orçamento estavam previstos para mais receita.Agora, deverão se adequar.
O que fez o governo? Um contingenciamento.
Contingenciar despesas não significa cortar: significa que os gastos que estavam previstos devem ser segurados e retardados, porque a receita de fato foi menor do que a receita prevista. Cortar significa que ontem tinha e hoje não tem mais, independente de haver receita ou não. Contingenciar significa segurar o gasto até que a receita se realize.
E onde o governo contingenciou? Onde ele pode: nos gastos discricionários.
Quando falaram em “corte de 30% nas universidades”, na verdade, houve um erro conceitual: trata-se de um contingenciamento de 30% sobre os 12% de gastos discricionários: ou seja, de fato, algo entre 3,5% do orçamento da universidade. A conta é simples: (100%-88%) x 30%.”
Artista visual. Participou da exposição Opinião 65 MAM/RJ. Propostas 66 São Paulo, sala especial “Em Busca da Essência” Bienal de São Paulo e diversas exposições individuais no Brasil e no exterior. Foi diretor dos Museus da FUNARJ, Secretário de Estado de Cultura do Rio de Janeiro, diretor do Instituto Nacional de Artes Plásticas /FUNARTE e outras atividades de gestão pública em política cultural.
Artista visual. Participou da exposição Opinião 65 MAM/RJ. Propostas 66 São Paulo, sala especial "Em Busca da Essência" Bienal de São Paulo e diversas exposições individuais no Brasil e no exterior. Foi diretor dos Museus da FUNARJ, Secretário de Estado de Cultura do Rio de Janeiro, diretor do Instituto Nacional de Artes Plásticas /FUNARTE e outras atividades de gestão pública em política cultural.
Usamos cookies em nosso site para oferecer a você a experiência mais relevante, lembrando suas preferências e visitas repetidas. Ao clicar em “Aceitar tudo”, você concorda com o uso de TODOS os cookies. No entanto, você pode visitar "Configurações de cookies" para fornecer um consentimento controlado.
This website uses cookies to improve your experience while you navigate through the website. Out of these, the cookies that are categorized as necessary are stored on your browser as they are essential for the working of basic functionalities of the website. We also use third-party cookies that help us analyze and understand how you use this website. These cookies will be stored in your browser only with your consent. You also have the option to opt-out of these cookies. But opting out of some of these cookies may affect your browsing experience.
Necessary cookies are absolutely essential for the website to function properly. These cookies ensure basic functionalities and security features of the website, anonymously.
Cookie
Duração
Descrição
cookielawinfo-checkbox-analytics
11 months
This cookie is set by GDPR Cookie Consent plugin. The cookie is used to store the user consent for the cookies in the category "Analytics".
cookielawinfo-checkbox-functional
11 months
The cookie is set by GDPR cookie consent to record the user consent for the cookies in the category "Functional".
cookielawinfo-checkbox-necessary
11 months
This cookie is set by GDPR Cookie Consent plugin. The cookies is used to store the user consent for the cookies in the category "Necessary".
cookielawinfo-checkbox-others
11 months
This cookie is set by GDPR Cookie Consent plugin. The cookie is used to store the user consent for the cookies in the category "Other.
cookielawinfo-checkbox-performance
11 months
This cookie is set by GDPR Cookie Consent plugin. The cookie is used to store the user consent for the cookies in the category "Performance".
viewed_cookie_policy
11 months
The cookie is set by the GDPR Cookie Consent plugin and is used to store whether or not user has consented to the use of cookies. It does not store any personal data.
Functional cookies help to perform certain functionalities like sharing the content of the website on social media platforms, collect feedbacks, and other third-party features.
Performance cookies are used to understand and analyze the key performance indexes of the website which helps in delivering a better user experience for the visitors.
Analytical cookies are used to understand how visitors interact with the website. These cookies help provide information on metrics the number of visitors, bounce rate, traffic source, etc.
Advertisement cookies are used to provide visitors with relevant ads and marketing campaigns. These cookies track visitors across websites and collect information to provide customized ads.