Sinuca de bico. A economia brasileira é cativa do Estado.
A exploração, produção e distribuição de combustível é majoritariamente estatal. Quando a petroleira estatal ficou à mercê dos ‘gerentes’, alocados na Petrobras pela vontade do Executivo petista, em negociação com as forças políticas com cadeira no Congresso Nacional, o que se viu foi a tradicional manipulação de preços que findou por corroer a competitividade da companhia.
Quando a petroleira, arrasada pelos 15 anos de predominância gerencial dos demolidores, ajustados com os interesses do governo, chegou ao fundo do poço, nada mais tinha para ser roubado sem que a Lava Jato detectasse. Então,as revelações eclodiram em escândalos,investigações,processos judiciais no país e em cortes internacionais e denúncias cabeludas contra os diretores da companhia. Enfim, foi um deus nos acuda que provocou a debandada de investidores internacionais, penalizando seriamente os acionistas brasileiros.
Nessas condições, a petroleira não tinha como se reerguer sem que a mão do Estado se afastasse da política da companhia.Pedro Parente assume a petroleira com a missão de resgatar o patrimônio destruído e praticar uma política de preços realista. Os efeitos de uma política austera são duros e muito impopulares.
Agora, a gana tributaria, somada a alta do preço internacional do produto, meteram o governo numa sinuca de bico. Lembrando que a caçapa, onde a bola sete vai entrar na porrada, é a sociedade como um todo.
Esse é só um dos males da centralização da economia na mão do Estado.
Se o governo optar por manipular os preços do combustível, o país volta a rodar mas, o investidor internacional e os acionistas brasileiros vão ‘rodar’ de novo,comprometendo o perfil internacional da petroleira em gradual recuperação. Se isso ocorrer, ela sofrerá grande abalo.
Investidores internacionais resgatam rapidamente seus recursos e transferem para mercados mais confiáveis.Por sua vez, os acionistas brasileiros irão, de novo, chorar nas estradas,agora interditadas pelos caminhoneiros.
Capitalismo de Estado é uma usina de tragédias anunciadas.
Artista visual. Participou da exposição Opinião 65 MAM/RJ. Propostas 66 São Paulo, sala especial “Em Busca da Essência” Bienal de São Paulo e diversas exposições individuais no Brasil e no exterior. Foi diretor dos Museus da FUNARJ, Secretário de Estado de Cultura do Rio de Janeiro, diretor do Instituto Nacional de Artes Plásticas /FUNARTE e outras atividades de gestão pública em política cultural.