Então a turma debandou do congresso e do senado no meio de uma crise e teve que ser convocada a retornar.
O custo extra vai para o saco sem fundo do brasileiro. Ah! eles moram em outros estados! Danem-se, foram eleitos para cumprir seus mandatos e não passear em Brasília.
Como pode o presidente se fazer de morto no meio da greve dos carreteiros e se preocupar tão somente em fazer seu sucessor, o candidato de seu partido na próxima eleição.
Esqueça! O fundo partidário vai rolar porque sua especialidade é arrecadar, barganhar, mas a vitória não.
O MDB vai minguar em número e não será um bom casamento para ninguém como vice.
Os caminhoneiros não estão com a faca e o queijo na mão porque sabem que não dá para confiar nessa gente. O frete continuará sendo impactado pelo custo do diesel em 50%, pelos pedágios extorsivos, pelas estradas precárias e os impostos.
A Petrobras está destroçada e Pedro Parente está a serviço dos acionistas. Outro que não mostrou habilidade nenhuma frente à estatal. E vai cair em breve.
A grita sussurrada de bastidores dos governadores e prefeitos pela redução do Cide/PIS/Cofins na receita já começou.
Quase ninguém mostrou a cara para declarar abertamente, mas teve um que não se aguentou: o representante do Piauí, Wellington Dias. Ele reclama que a falta da arrecadação da Cide sobre o diesel vai paralisar as obras nas estradas do seu estado. Como? Não é o próprio que está sendo denunciado pelo TCU e Ministério Público pelo desvio de R$ 270 milhões da infraestrutura rodoviária para outros fins? Virtuoso.
Apesar dos rasgos, os caminhoneiros representam o brasileiro na revolta contra a carga tributária pesada que ceifa sua qualidade de vida. Mesmo que a greve acabe, essa luta não pode parar. Não pode porque nenhum político que aí está vai se empenhar em defender a reforma tributária, velha cantilena de todos nós.
Jornalista, editora e assessora de imprensa. Especializada em transporte, logística e administração de crises na comunicação.