3 de dezembro de 2024
Editorial

Pra inglês ver

Imagem: Arquivo Google – Brasilagro

A mídia anda tão a fim de desancar o governo de Bolsonaro que a quase unanimidade da imprensa deu a notícia focando em um ponto único da reforma orgânica do governo. As manchetes eram: “Câmara derrota governo mantendo o COAF no Ministério da Fazenda” ou “Governo derrotado mais uma vez com a perda do COAF” ou “Nova derrota do governo no Congresso, Moro fica sem o COAF” e por aí vão…
Não vejo por que as pessoas acham que Bolsonaro foi derrotado. O fato de Moro ter perdido o COAF, não quer dizer que não possa trabalhar. O COAF existia e funcionava. Vai continuar prestando o mesmo serviço. O mesmo se pode falar da reforma administrativa. As estruturas já existiam apenas foram incorporadas. Quem pensou que ganhou apenas perdeu tempo. E prejudicou o país.
O COAF era apenas um item da grande reforma orgânica proposta pela equipe de governo. A redução dos ministérios com a incorporação de funções em ministérios mais “indispensáveis”. O Congresso tentou manter o número de ministérios em 29 como era com Temer, certamente, esperando o antigo toma-lá-dá-cá, mas certamente foram informados de que isto acabou, daí viram que era inútil e mantiveram em 22 o número de ministérios. As indicações políticas continuam abertas, mas sujeitas à aprovação técnica dos responsáveis por cada ministério.
Uma outra grande briga era a extinção do Ministério do Trabalho, antro de corrupção e apadrinhamento dos sindicatos que agora faz parte dos Ministérios da Economia e Justiça. A Cultura, continua junto ao Ministério da Educação, para que ter um Ministério só para a Cultura. Sempre foi MEC.
Mas o COAF era a cereja do bolo. Com o COAF nas mãos de Moro, os políticos, principalmente, sabiam que as ações de Moro chegariam onde eles não queriam e, por isso, estavam tremendo de medo, daí votaram contra a inclusão do COAF no Ministério da Justiça, mas não se preocupem, Moro já havia reestruturado o COAF, trocado as chefias e coordenações e Paulo Guedes já avisou a Moro que vai manter o COAF exatamente como ele (Moro) propôs.
É claro que no organograma o COAF estará sob a tutela de Guedes, mas este, como é esperto e já tem muita coisa para cuidar em seu super ministério, vai entregar a administração do COAF informalmente a Moro, ou seja, criaram só uma burocracia. Coisa de quem não tem nada de útil para fazer.
A comissão do Congresso não impôs uma derrota ao governo nem ao ministro Sergio Moro, mas, sim, ao Brasil. Foram 16 anos de corrupção e desgoverno que levaram o país à sua maior crise econômica e moral. Isso é uma vergonha.
Como eu disse, o COAF fica no Ministério da Economia… para inglês ver.

Valter Bernat

Advogado, analista de TI e editor do site.

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Advogado, analista de TI e editor do site.

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