16 de fevereiro de 2025
Vinhos

Lentilha e Cotechino (Codeguim)

Mais uma tradição italiana para as festas de fim de ano. Na verdade, são duas, a lentilha e o Codeguim, uma enorme linguiça feita com a pele e os cortes secundários de um suíno.

Cada uma destas peças tem um sentido e, ao juntar as duas num delicioso prato, tudo que se espera é um novo ano cheio de prosperidade.

Nos tempos dos Romanos, era comum presentear amigos e familiares com a “Scarsella”, uma pochete cheia de lentilhas. A ideia era associar o formato desta leguminosa, similar a pequenas moedas, com o dinheiro. Quando cozidas, seu tamanho aumenta consideravelmente, como se a fortuna crescesse. Imaginava-se que poderiam se transformar, magicamente, em moedas de ouro.

Olhando para outras tradições, não era costume servir aves na ceia de final de ano: “ciscam para trás”, o que poderia atrasar a vida de todos, um ano ruim.

Já os suínos, “fuçam para frente”, o que significa um bom avanço na vida, um ano cheio de coisas boas e muita sorte.

O Cotechino, um tradicional embutido italiano, é produzido no Brasil, mas é difícil encontrá-lo nos grandes mercados. São praticamente artesanais. Outra possibilidade é um “primo”, o Zampone, obtido recheando as patas de um porco, mantendo o couro como invólucro. Infelizmente, é mais complicado achar esta especialidade por aqui.

Mas existem outros embutidos suínos que podemos usar como alternativa, entre elas, algumas das nossas deliciosas linguiças. O ideal é que sejam bem grossas e possam ser cortadas como pequenas moedas. Vejam a foto ilustrativa.

Como não poderia deixar de ser, há um rito, um momento certo para degustar este rico prato: logo depois da 12ª badalada do relógio, desejando fortuna, sorte e prosperidade. Quanto mais comermos, maiores as chances. Mas não exagerem.

Vinhos não podem faltar nesta mesa farta. O mais tradicional companheiro deste cozido é o Lambrusco, um saboroso frisante, com origem na região da Emilia-Romagna.

Existem versões em branco, rosado e tinto, sendo esta última a mais indicada. Com baixo teor alcoólico e servido gelado, é uma ótima opção para os dias mais quentes.

Para os que preferem vinhos mais sérios, duas castas italianas, a Barbera e a Bonarda, produzem bons vinhos. Podem ser servidos refrescados.

Pinot Noir e Merlot completam o leque de possibilidades. Interessante notar que alguns dos nossos melhores tintos são baseados na Merlot.

Para encerrar este 2024, bem ao estilo deste blog sobre vinhos, aqui vai uma curiosidade quase esquecida: a festa de Ano Novo também reverencia um Santo, neste caso, São Silvestre.

31 de dezembro de 335 DC foi o dia de falecimento do Papa Silvestre I. Atribui-se a ele, a conversão do Imperador Constantino I, trazendo uma época de paz na Igreja Católica.

Saúde, bons vinhos e um grande 2025 para todos!

Dica da Karina – Cave Nacional

Area 15 – Corte Bordalês – Cuvée

A Vinícola Boutique Area 15 localiza-se no Vale dos Vinhedos e tem como missão produzir vinhos e espumantes diferenciados buscando uvas de parceiros. O Área 15 Corte Bordales é um blend de uvas e safras, sendo Cabernet Sauvignon de Pinheiro Machado – RS (30%), Cabernet Sauvignon de São Joaquim – SC (20%), Cabernet Franc de Monte Belo do Sul – RS (30%) e Merlot de Antonio Prado – RS (20%). Um vinho harmonioso entre a robustez da Cabernet Sauvignon, a elegância da Cabernet Franc e a suavidade da Merlot. Uma minuciosa combinação entre variedades e safras, para proporcionar aromas intensos. Especiarias, frutas e aromas terciários. Como cravo da índia, baunilha, couro e amêndoas. No paladar taninos vivos, equilíbrio entre álcool e acidez, toque de madeira presente com elegância. Ótimo potencial de guarda.

A Cave Nacional envia para todo o Brasil.

CRÉDITOS: Cotechino por Popo le Chien está licenciada sob CC BY-SA 3.0.

Tuty

Engenheiro, Sommelier, Barista e Queijeiro. Atualiza seus conhecimentos nos principais polos produtores do mundo. Organiza cursos, oficinas, palestras, cartas de vinho além de almoços ou jantares harmonizados.

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Engenheiro, Sommelier, Barista e Queijeiro. Atualiza seus conhecimentos nos principais polos produtores do mundo. Organiza cursos, oficinas, palestras, cartas de vinho além de almoços ou jantares harmonizados.

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