27 de abril de 2024
Vinhos

Como começar no mundo do vinho?

Existem várias respostas para esta pergunta, bem comum, aliás. A mais óbvia seria se inscrever num curso ou oficina sobre o tema. Há vantagens e desvantagens nesta sugestão: cursos são genéricos e abrangentes e os instrutores nem sempre podem se dedicar a um aluno somente.

Existem outros caminhos que podem ser seguidos. Um deles é muito interessante e consiste em associarmos os sabores aos quais estamos acostumados, por exemplo, café, cerveja, outras bebidas alcoólicas, com vinhos que nos transmitam sensações similares.

A mais popular bebida brasileira é um bom começo. Partindo de algumas formas básicas de preparar um cafezinho, podemos explorar diversas possibilidades. Para começar, responda esta questão básica:

Qual a sua xícara preferida?

Se for um belo e encorpado expresso, a nossa indicação são vinhos bem encorpados como um Cabernet Sauvignon ou um Malbec de primeira linha.

Vamos deixar claro uma coisa: não são sabores iguais, embora seja possível identificar notas de café num vinho que passou por madeira. O que vai tornar esta “semelhança” interessante é o peso da bebida na boca, no nosso jargão, o corpo.

Se a sua preferência for uma das mil variações do nosso café com leite, capuccino, flat White, latte etc., o caminho serão os brancos leves, como um Chardonnay que não foi barricado. Para os que preferem um “pingado”, basta seguir a trilha dos brancos que passaram por conversão malolática, deixando aquelas deliciosas sensações cremosas, como as de laticínios,  em evidência.

Para os aficionados pelas cervejas e até mesmo a turma dos refrigerantes, o caminho é o dos frisantes e espumantes. Se quiser ficar dentro da vibe mais recente, não deixem de experimentar um Pet-Nat.

Para alguém da turma que aprecia coquetéis diversos, precisamos de mais informações: qual o estilo que mais lhe agrada.

Misturas mais secas e com notas cítricas, as chances de um Sauvignon Blanc cair no seu gosto é enorme. Ou, quem sabe, um Alvarinho ou um Loureiro, tradicionais vinhos verdes da terrinha, não sejam uma boa escolha?

Se o coquetel for mais adocicado, o ideal seria experimentar um rosado ou o tradicional Pinot Noir. Se for o caso, o Beaujolais Nouveau pode ser bem interessante, mas é um vinho de temporada.

Por último, se você não se encaixou em nenhuma destas categorias, ainda assim temos uma indicação: Pinot Grigio. Um vinho leve, com fama indevida de ser pouco aromático e saboroso, não compartilhada com sua contraparte francesa, o Pinot Gris. Com baixo teor alcoólico e corpo leve é uma ótima primeira experiência.

O que acontece se uma desta opções servir?

A primeira atitude é um conselho que sempre passamos neste blog: anote tudo – nome do vinho, a/as uvas, o produtor e a região. Com estes dados em mãos, na próxima vez que for a um mercado ou loja de vinhos, peça ajuda ao Sommelier para encontrar vinhos semelhantes.

Teste e continue testando e nunca se conforme com a sua “zona de conforto”. A grande diversão deste mundo dos vinhos é encontrar novos caminhos, sempre.

Saúde e bons vinhos!

CRÉDITOS: imagem de pch.vector no Freepik

Tuty

Engenheiro, Sommelier, Barista e Queijeiro. Atualiza seus conhecimentos nos principais polos produtores do mundo. Organiza cursos, oficinas, palestras, cartas de vinho além de almoços ou jantares harmonizados.

author
Engenheiro, Sommelier, Barista e Queijeiro. Atualiza seus conhecimentos nos principais polos produtores do mundo. Organiza cursos, oficinas, palestras, cartas de vinho além de almoços ou jantares harmonizados.

    Deixe um comentário

    O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *