Durante um período, tive a sensação de que todas as notícias fossem desanimadoras porque acabamos por fazer uso de fontes que utilizamos sempre. Ou seja, o hábito – ou talvez a inércia – nos leva a trilhar o mesmo caminho sempre, como burros tropeiros, como se dizia bem antigamente.
Aí, para meu desgosto, descubro que não, que não há novas trilhas com mensagens que valham a pena: para onde quer que você se volte, seja qual for a “tendência”, todas elas são assustadoras por aqui. Gente sem eira nem beira está colocada em postos de comando de assuntos sérios demais para serem tocados por aventureiros ignorantes…
Se buscarmos as redes sociais como ponto de apoio, veremos a Babel de opiniões sem estofo e o clima de beligerância se acentuar em torno do “sexo dos anjos” – leia-se, de nada que se aproveite. As opiniões mais descabidas, vindas de meros papagaios de “influencers” que, escondidos sob esse lindo adjetivo, não passam de “achadores profissionais” que se creem muito originais, difundindo ideias sem pé nem cabeça que caem como uma luva para um público sem critério…
Pensemos nessa ativista do clima, de 16 anos, Greta. É sueca, mas, falando um inglês impecável, esteve na ONU se fazendo ouvir e moveu milhares de jovens pelo mundo, fazendo reivindicações, às vezes muito válidas e às vezes exageradas, em tom raivoso – o tom adequado ao momento do mundo.
Surgem alguns que se lembram de Malala, a paquistanesa que, quando tinha a mesma idade da sueca ou pouco menos, levou um tiro e quase morreu por reivindicar, para as mulheres de seu país, o direito de estudar, e buscam comparar sua assertividade sem ódio, com a truculenta retórica da líder sueca. Não resta a menor dúvida que Greta faz mais barulho – e, depois de uma primeira surpresa com o que parecia enfatização momentânea – muitos agora a aproximam de “interesses comerciais” que, se existirem, não são necessariamente deletérios.
Voltemos aos “influencers” tupiniquins: estão arraigados a interesses comerciais de montão e, como sua carreira é efêmera, dificilmente serão seletivos o suficiente de modo a perder dinheiro… Desconfio de todos eles, cujos seguidores amorfos aceitam andar de cabeça para baixo e bunda de fora, achando que vão “abafar” e ganhar muitos “likes”… Há até mesmo os que, viciados no Instagram, tentam o suicídio se julgarem que não estão sendo devidamente apreciados!
E volto à Malala que, pela importância do que defendia, mobilizou muito menos jovens do que a menina sueca. Ouso pensar que parece bem mais atraente – pelo menos para os nossos jovens – fazer greve e não ir à escola às sextas-feiras, do que pleiteá-las…
Nos anos 80, algum educador bem intencionado – sabe-se que até o inferno está lotado de boas intenções – achou por bem “aproximar” os professores de seus alunos, transformando-os todos, de “senhor”, “professor” em “tio”. Não tenho dúvida alguma que foi a partir daí que o pseudo parentesco fez com que o relacionamento com o professor degringolou. O fruto dessa nova “educação” são os pais de hoje…
E, embora sabendo disso, nosso Ministro da Educação garante que a educação das crianças é dada em casa…
Tempos bicudos estes em que bons propósitos e ideias pertinentes, inteligentes que façam pensar para mudar nem sequer estão relegadas a um segundo plano. Tempos de ódio, desinformação e desesperança…
Tradutora do inglês, do francês (juramentada), do italiano e do espanhol. Pelas origens, deveria ser também do russo e do alemão. Sou conciliadora no fórum de Pinheiros há mais de 12 anos e ajudo as pessoas a “falarem a mesma língua”, traduzindo o que querem dizer: estranhamente, depois de se separarem ou brigarem, deixam de falar o mesmo idioma… Adoro essa atividade, que me transformou em uma pessoa muito melhor! Curto muito escrever: acho que isso é herança familiar… De resto, para mim, as pessoas sempre valem a pena – só não tenho a menor contemplação com a burrice!
Tradutora do inglês, do francês (juramentada), do italiano e do espanhol. Pelas origens, deveria ser também do russo e do alemão. Sou conciliadora no fórum de Pinheiros há mais de 12 anos e ajudo as pessoas a "falarem a mesma língua", traduzindo o que querem dizer: estranhamente, depois de se separarem ou brigarem, deixam de falar o mesmo idioma... Adoro essa atividade, que me transformou em uma pessoa muito melhor! Curto muito escrever: acho que isso é herança familiar... De resto, para mim, as pessoas sempre valem a pena - só não tenho a menor contemplação com a burrice!
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