Geraldo Alckmin, Lula, Jair Bolsonaro e Marina Silva (Foto: Montagem Blog do Noblat)
Geraldo Alckmin quer polarizar com Lula, que quer polarizar com Bolsonaro, que prefere polarizar com Lula, que corre o risco de não ser candidato, o que facilitaria a vida de Marina Silva que não quer polarizar com ninguém. O melhor para Marina é que todos a esqueçam, menos os eleitores, naturalmente.
Alckmin tem pressa em crescer nas pesquisas de intenção de voto. Lula não tem, é o líder em todas, e quanto mais apanha, mais sobe. Bolsonaro não pode reclamar do que tem, e o ideal para ele seria avançar nem tão rapidamente que pareça temerário, nem tão devagar que pareça em dificuldades.
Quanto ao que os principais aspirantes à vaga de Temer terão a dizer ao distinto público… Por ora, Lula fala pela boca da jararaca, uma de suas encarnações desde que começou a sentir-se acossado pela Lava Jato. A hora é de ele bater em tudo à sua frente – Moro, Temer, elites em geral e a mídia em particular.
Se não for impedido de candidatar-se em 2018, dará um jeito de se oferecer como o único político perseguido pela Justiça capaz de reunificar o país. Nada de estranho para quem reconheceu um dia não passar de uma metamorfose ambulante. Misturará ameaças com apelos à reconciliação dos brasileiros.
Se não murchar antes do tempo, Bolsonaro tentará se mostrar mais confiável à parte dos que o refugam, especialmente ao mercado financeiro que se não dispuser de outro nome mais confiável para enfrentar Lula ou o poste a ser apoiado por ele, irá com qualquer um, até mesmo com Bolsonaro. Não foi assim com Collor em 1989?
Fora as platitudes de sempre que, por platitudes, não devem ser necessariamente desprezadas, Marina ainda não deu sinais do que tem a dizer e do que dirá. Aposta na polarização entre a direita e a-esquerda para saudar o povo e pedir passagem. Aposta no espaço da terceira via que tem se ampliado a cada nova eleição presidencial.
O que esperar de Alckmin às voltas com um partido rachado e salpicado de lama? No último sábado, ao ser eleito presidente do PSDB, ele conseguiu a proeza de falar muito e de em momento algum referir-se à principal preocupação dos eleitores – a corrupção. É verdade que o senador Aécio Neves o escutava. Mas e daí?
Alckmin espancou Lula e esqueceu Aécio. Nunca foi do estilo dele espancar ninguém. Deu-se mal em 2006 quando atacou Lula sem dor e piedade durante um debate na televisão. Ali, perdeu pontos quando esperava ganhar. Quer distanciar-se de Temer para não ser contaminado por sua impopularidade, mas precisa do PMDB. E aí?
O discurso da ética está órfão por enquanto. E outra vez poderá influir pouco no resultado das eleições.
Fonte: Blog do Noblat
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