Em cinco meses sem Dilma, ações triplicam de valor.
Na área econômica, a melhor notícia da semana vem da Petrobrás.
Depois de tomada de assalto e saqueada pelo PT e seus aliados, depois de ter servido para a ladroagem de bilhões de reais e de ter seus interesses prejudicados por uma série de decisões irracionais, em que a política e a corrupção mandavam mais que o bom senso e a aritmética, a empresa começa a dar mostras de recuperação.
Será, necessariamente, uma recuperação bem lenta – mas ela já começou. Nem cinco meses depois de o país ter se livrado da incompetência, da soberba e do voluntarismo de Dilma Rousseff, a empresa que o lulo-petismo quase destruiu já emite sinais positivos, como se pôde ver no plano de negócios apresentado na terça-feira, 20/9, pela diretoria liderada por Pedro Parente.
Em abril, o último mês inteiro em que Dilma Rousseff pôde exercer sua abissal incompetência na Presidência, as ações da Petrobrás valiam R$ 4,2. Na semana que termina, tinham triplicado de valor, passando a R$ 13,5.
Em menos de cinco meses sem Dilma, o valor das ações já aumentou 3 vezes!
Em maio de 2008, o valor de mercado da Petrobrás atingiu o pico de R$ 510 bilhões. Ao longo dos oito anos seguintes, anos de Dilma Rousseff e Guido Mantega na presidência do Conselho da Estatal, cinco deles com Dilma na Presidência da República, esse valor caiu para R$ 73,7 bilhões em janeiro de 2016.
Uma queda de 85% no valor de mercado no período de oito anos de PT, Dilma, Mantega, corrupção, ladroagem, roubalheira, Pasadena, Abreu e Lima, Okinawa, Sete Brasil.
Em editorial sobre o plano de negócios para os próximos cinco anos, o Estadão saudou: “Sob nova gerência, a maior estatal brasileira será, se as promessas forem cumpridas, tratada como empresa. Será quase uma revolução”.
O nobre editorialista muito cuidadoso. Eu não usaria o quase. Será uma imensa revolução.
Em artigo no Globo e no Estadão de sexta-feira, 23/9, o economista Rogério Furquim Werneck afirmou:
“Em meio ao desolador cenário de devastação com que Michel Temer se deparou, em meados de maio, ao assumir a Presidência da República, a reconstrução da Petrobrás afigurava-se como um dos maiores desafios a enfrentar. Passados pouco mais de quatro meses, é auspicioso constatar que o penoso e complexo processo de recuperação da Petrobrás está bem encaminhado. Há um longo caminho a trilhar, mas o esforço de reconstrução contemplado parece promissor.”
A íntegra dos dois textos está mais abaixo.
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A semana teve outras boas notícias.
O Índice de Confiança da Indústria teve alta de 1,2 ponto na prévia da sondagem de setembro sobre agosto, segundo o Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getúlio Vargas. Também em setembro, a Intenção de Consumo das Famílias teve alta de 4,1% em relação a agosto, a maior alta mensal desde 2010, segundo levantamento da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC).
Mais um número positivo divulgado nesta semana: “No trimestre abril/junho, o Indicador de Custos Industriais da Confederação Nacional da Indústria (CNI) caiu 1,1% em relação ao trimestre janeiro/março. Isso não ocorria desde 2014 e se explica pela gravidade da recessão, combinada com menores preços em dólar. Ainda assim, é sinal positivo para a indústria, permitindo, em alguns casos, repassar a vantagem para o comércio e até para consumidores finais, ajudando a empurrar a inflação para baixo. Diminuíram, no trimestre, os três componentes do indicador: o índice de custo tributário cedeu 1,2%, o do custo de capital de giro arrefeceu 7,7% e o índice de custo com produção reduziu-se em 0,8%. Os custos com pessoal cresceram 2,5% no trimestre e o custo com energia aumentou 0,1%, mas o item com maior peso – o do custo com bens intermediários – cedeu 1,9%.”
O trecho do parágrafo anterior é de editorial econômico do Estadão da quinta-feira, 22/9.
Ainda um quarto número positivo: o IPCA-15, Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo – 15, a prévia da inflação oficial, saiu de uma alta de 0,45% em agosto para 0,23% em setembro, o menor resultado para o mês desde 2009, segundo o IBGE.
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“Os sinais de estabilização da economia estão chegando aos indicadores setoriais. Tudo é bem tênue, mas os últimos dados mostram que os setores pararam de cair ou tem um começo de elevação”, escreveu Míriam Leitão em sua coluna no Globo de sábado, 17/9.
Como venho insistindo aqui já há 15 semanas, reproduzindo dados, números e artigos de jornalistas da área econômica e economista, desde que Dilma Rousseff foi afastada da Presidência da República, dia 12 de maio, têm surgido sinais positivos. Sinais de que as coisas pararam de piorar, e, aqui e ali, há indicações que começam a melhorar. Devagar, devagarinho, porque o fundo do poço em que o desvario com que o governo Dilma Rousseff enfiou a economia do país é fundo demais. Como sintetizou com perfeição Míriam Leitão, “tudo é bem tênue, mas os últimos dados mostram que os setores pararam de cair ou tem um começo de elevação”. A íntegra da coluna da jornalista vai mais abaixo, após o editorial e o artigo sobre a Petrobrás.
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Petrobrás em reconstrução
Editorial do Estadão, 21/9/2016.
Reconstruir a Petrobrás, transformando-a numa empresa empenhada na busca da eficiência e da rentabilidade, é o grande objetivo indicado no plano de negócios apresentado ontem pela nova diretoria. Dois anos de aperto e de austeridade serão a fase inicial, condição necessária para a companhia “voltar a crescer em condições saudáveis”, segundo anunciou o presidente da estatal, Pedro Parente, ao expor à imprensa e ao mercado o roteiro para os próximos cinco anos. Até o cronograma do anúncio indicou um compromisso de mudança. Ficou para depois o detalhamento do plano perante o acionista controlador, a União. A precedência atribuída à opinião pública e aos investidores privados, nesse caso, foi uma forma de acentuar a independência política da atual administração, em contraste com a prática tradicional e, especialmente, com a total subordinação ao Palácio do Planalto durante o período petista. Uma data, informou, ainda seria combinada com o Ministério de Minas e Energia.
O aperto programado para os próximos dois anos, com forte redução dos investimentos previstos, venda de participação em negócios e menor atenção a atividades no exterior, é consequência daquele estilo de administração centrado na chefia de governo. Sob a direção petista, a empresa foi subordinada à ideologia e também às ambições – nem sempre legítimas – pessoais e partidárias do grupo no poder. Foi forçada a iniciar investimentos mal planejados, a assumir custos absurdos, a desviar-se de suas atividades mais importantes, a operar com preços politicamente contidos e a endividar-se de forma descontrolada. Tudo isso seria suficiente para devastar uma grande companhia, mas houve também o grande saque promovido em nome das alianças partidárias e dos objetivos eleitorais – história investigada na Operação Lava Jato.
A gestão imprudente converteu a Petrobrás na campeã mundial de endividamento, título mencionado várias vezes, nos últimos anos, por analistas do mercado financeiro internacional. A relação entre a dívida bruta e a capacidade de geração de caixa, conhecida como Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização), chegou em 2015 a 5,3 vezes.
O objetivo, agora, é baixar essa proporção para 2,5 vezes. Com o crédito afetado também pelo rebaixamento da nota soberana no Brasil, uma das façanhas da presidente Dilma Rousseff, a estatal se viu em dificuldades para ter acesso às fontes tradicionais do mercado e teve de recorrer, num dos momentos mais difíceis, a um amigável empréstimo chinês.
A primeira parte do plano de negócios é destinada basicamente à superação dos enormes danos causados pela administração sujeita às ordens dos presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma Rousseff. Com a severa diminuição de sua capacidade financeira, a Petrobrás terá de cortar de US$ 98,4 bilhões para US$ 74,1 bilhões o investimento programado para o período entre 2017 e 2021. Também deverá reduzir sua participação em petroquímica, produção de biocombustíveis e de fertilizantes e distribuição de derivados. Segundo a estimativa anunciada ontem, essa desmobilização deve render US$ 19,5 bilhões em 2017 e 2018.
Sem abandonar totalmente outras áreas de negócios, a empresa deverá concentrar-se nos objetivos tradicionais de pesquisar e produzir petróleo e gás. Mais tarde, quando tiver melhores condições financeiras, poderá, segundo se informou, examinar novas oportunidades de atuação no exterior.
A atuação ampla no setor de energia é compatível, obviamente, com a boa administração de uma empresa de petróleo, se as prioridades forem definidas com bom senso e bem avaliados os custos e a rentabilidade em cada tipo de negócio. Bom senso e respeito às normas de administração foram desprezados, no entanto, quando o governo petista resolveu usar a Petrobrás como instrumento de política industrial e até – por meio da política de preços – de maquiagem da inflação. Sob nova gerência, a maior estatal brasileira será, se as promessas forem cumpridas, tratada como empresa. Será quase uma revolução.
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Qual é a política de preços da Petrobrás?
Por Rogério Furquim Werneck, O Globo e Estadão, 23/9/2016.
Em meio ao desolador cenário de devastação com que Michel Temer se deparou, em meados de maio, ao assumir a Presidência da República, a reconstrução da Petrobrás afigurava-se como um dos maiores desafios a enfrentar. Passados pouco mais de quatro meses, é auspicioso constatar que o penoso e complexo processo de recuperação da Petrobrás está bem encaminhado. Há um longo caminho a trilhar, mas o esforço de reconstrução contemplado parece promissor.
Um avanço crucial nesse esforço foi o compromisso do governo de abandonar de vez o controle de preços de derivados, dando por encerrado o longo período de populismo que tanto custou à Petrobrás. Em declarações recentes, o presidente da empresa, Pedro Parente, tem procurado não deixar dúvida sobre a extensão dessa recém-conquistada autonomia da estatal: “(…) não precisamos fazer mudanças de preços já. Mas também não precisamos perguntar a ninguém se decidirmos que temos de mudar” (O Estado de S.Paulo, 21/9).
Ter a Petrobrás se livrado da manipulação populista de seus preços não é um fato menor. Merece comemoração. Quanto a isso, não há o que discutir. O que, sim, merece discussão é que uso a Petrobrás pretende dar à liberdade de fixar preços que agora supostamente tem.
Ninguém em sã consciência defenderia que uma empresa com o gigantesco poder de monopólio que ainda tem a Petrobrás possa fixar seus preços nos níveis que bem entender. O que aponta para a necessidade de que a empresa se paute por uma política transparente e defensável de preços. Até porque, sem isso, será difícil evitar que a liberdade de preços duramente conquistada volte a ser perdida no futuro. Um risco do qual a empresa precisa urgentemente se livrar.
O que deveria nortear tal política? Não há muito o que inventar. Na medida do possível, preços internos de derivados de petróleo deveriam estar alinhados aos preços vigentes no mercado internacional. A própria administração atual da Petrobrás parece concordar com isso. Mas como ir além de meras e vagas promessas de alinhamento? Como implementar, na prática, uma política de vinculação efetiva dos preços internos de derivados aos preços externos?
Há muitos anos venho defendendo a instauração de um sistema transparente de gestão dessa política de vinculação, que facilite o acompanhamento da lógica das decisões tomadas e a avaliação dos resultados obtidos. Voltando a fazer amplo uso do direito de autoplágio, reproduzo abaixo a essência da argumentação em defesa dessa proposta que apresentei em artigo publicado nesse mesmo espaço, em 8/11/2013, sob o título “Uma política de preços para a Petrobrás”.
Não faz sentido reduzir a ideia de vinculação à mera atrelagem mecânica do preço interno de cada derivado a um preço de referência externo. A política de vinculação que interessa exige análise mais ampla, tendo em conta amplo espectro de preços e a evolução do mercado internacional de petróleo como um todo. O que pode ser bem mais complexo do que se pensa.
O desafio de dar transparência a decisões discricionárias especialmente complexas e, ao mesmo tempo, permitir a avaliação contínua da qualidade dessas decisões vem sendo enfrentado, com razoável grau de sucesso, na política de metas para a inflação. Talvez se deva extrair dessa experiência lições importantes para a política de preços de derivados. O que parece estar faltando nessa política é algo similar ao Relatório de Inflação, por meio do qual o Banco Central explicita seus diagnósticos e premissas e justifica suas decisões, expondo-as à avaliação pública.
Não parece ser demais exigir que a cada três ou quatro meses a Petrobrás publique documento similar, justificando detalhadamente sua política de preços de derivados, à luz da evolução do mercado internacional de petróleo e da meta regulatória de alinhar preços internos aos preços internacionais. É uma iniciativa relativamente simples que permitiria tornar a política de preços de derivados menos ruidosa, mais consequente e mais previsível.
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Recomeço tênue
Por Míriam Leitão, O Globo, 17/9/2016. Os sinais de estabilização da economia estão chegando aos indicadores setoriais. Tudo é bem tênue, mas os últimos dados mostram que os setores pararam de cair ou tem um começo de elevação. Indústria, comércio e serviços ainda apontam quedas fortes quando comparados com 12 meses atrás, mas estão estáveis sobre o início do ano. O empresário Abílio Diniz afirma que está vindo muito investidor para o Brasil.
Entrevistei Abílio Diniz no programa da Globonews. Ele apoiou os governos de Lula e Dilma e agora apoia Michel Temer. Não vê contradição nisso. Afirma que o PT acertou quando incluiu milhões de brasileiros no consumo e agora acha que Temer comandará a agenda de reformas. No dia que eu o entrevistei, ele disse que tinha recebido um grande fundo de investimento estrangeiro na sua empresa de participações, a Península.
— O que você acha que eles vieram fazer? Querem investir no país — acredita o empresário.
Pode ser, mas há muitas dúvidas no cenário brasileiro, desde incertezas políticas até indefinições sobre o que acontecerá na economia. Ainda é cedo para falar de recuperação, mas já aparecem os primeiros sinais de fim do ciclo de retração. A mudança não é linear, ela oscila: esta semana foi divulgado que as vendas de varejo caíram em julho, na mesma proporção que haviam subido em junho. Números negativos e positivos vão se alternar, mas as quedas têm perdido força.
Os três gráficos mostram o comportamento da indústria, do comércio e dos serviços em número índice, descontados os efeitos sazonais, pelo IBGE. O comércio despencou de 118,2 pontos, em novembro de 2014, para 104,4, em janeiro de 2016, acumulando um tombo de 11,6%. De janeiro a julho, entretanto, ficou sempre crescendo em um mês e caindo no seguinte. Na soma final, o índice ficou em 104,1, praticamente estável sobre janeiro.
Na indústria, houve seis meses de alta e um de forte queda. O setor foi o mais atingido pela crise e acumulou um tombo gigantesco no período. A retomada será demorada. Mas se em dezembro do ano passado marcava 85,1 pontos, em julho foi para 86,5. Um crescimento tímido, mas que indica a mesma tendência de encerramento do pior do ciclo de retração.
O indicador do setor de serviços medido pelo IBGE engloba os serviços prestados às famílias, transporte aéreo, rodoviário, alojamentos, alimentação, tecnologia da informação e vários outros. É importante porque é um dos maiores empregadores da economia. Em setembro de 2014, o índice marcava 112 pontos, o auge da série histórica. Começou, então, um longo período de queda, para chegar a 102,7 pontos em fevereiro deste ano. A retração nesse período chegou a 8,3%. Já em julho, o número havia subido para 103,2 pontos.
De todos os índices, o que demorará mais a estabilizar, infelizmente, é o do emprego. A tendência é continuar piorando, inclusive no segundo semestre, quando normalmente há uma melhora sazonal. Esta saída da crise é mais lenta pelo muito que a economia caiu e pela força da crise política que elevou a incerteza.
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