Para lembrar sempre: quem fez a recessão foi o PT.
Se o PT fosse tão competente para governar, administrar, quanto é para agitar e propagandear, mentir, falsear, escamotear a verdade, juro que eu seria um eleitor fiel e abnegado do partido.
Na hora de fazer, realizar, é um fiasco total e absoluto. Mas para mentir, criar realidades alternativas, transformar inverdades em fatos nos quais muita gente acredito, ah, nisso o PT não tem competidor.
Para lembrar de uma ou duas ocasiões, bem rapidamente:
Em 2002, à medida em que se aproximava a eleição presidencial e as pesquisas indicavam que Lula venceria, os mercados ficaram inquietos, o dólar subiu muito, houve aumento da inflação. Medo de Lula, do PT – que eles combateram com a Carta aos Brasileiros, dizendo que não botariam fogo no país, respeitariam contratos, etc e tal.
Pois bem: o PT vende a história de que no governo FHC a inflação disparou, e Lula consertou a situação após assumir o governo, em janeiro de 2003.
Durante o primeiro mandato de Lula (2003-2006), a economia brasileira andou bem – por dois motivos básicos. Em primeiro lugar, porque, com Antonio Palocci na Fazenda e Henrique Meirelles no Banco Central, a política econômica dos oito anos de Fernando Henrique Cardoso foi mantida, com o tripé básico câmbio flutuante, metas fiscais e metas de inflação, e em segundo lugar por causa do bom momento da economia mundial em crescimento e com o preço das commodities em alta.
A partir do segundo mandato de Lula (2007-2010), com a saída de Palocci, a chegada de Guido Mantega e, mais para o final, a maior influência de Dilma Rousseff, a política econômica dos anos PSDB foi abandonada. Depois que Dilma assumiu, todos os princípios básicos foram deixados de lado, em nome de uma tal “nova matriz econômica”. Deu no que deu: quando o PT deixou o governo, depois de 13 anos, 4 meses e 12 dias, o Brasil era terra arrasada, com inflação e desemprego em grande alta, estatais saqueadas, a economia afundada na maior recessão da História.
Pois não é que o PT mente tanto, mas tanto, mas tanto, que há quem credite o buraco gigantesco em que o país se encontra ao ano e meio do governo Temer? Ou a uma pretensa soma de Dilma com Temer?
É chocante, é apavorante, mas outro dia mesmo, na sexta-feira, 17 de agosto, a coluna de Ancelmo Gois em O Globo deu não uma, mas duas notinhas falando de um suposto “Legado Dilma/Temer”. A primeira delas tem exatamente este titulo, “Legado Dilma/Temer”, e fala dos números do desemprego entre os jovens. A segunda é também sobre os números do desemprego, e termina dizendo: “Legado Dilma/Temer”.
É um absurdo total, é uma mentira, é falsidade. Não existe “legado Dilma/Temer”.
Enquanto Dilma governou, durante os tristes, miseráveis 5 anos, 4 meses e 12 dias, Michel Temer era um vice figurativo, como todos estão cansados de saber e ele mesmo divulgou. Nunca foi ouvido para nada. A política econômica que levou o país à maior recessão da História foi a de Dilma, nada a ver com Temer.
E, quando assumiu a presidência, ainda interinamente, em maio de 2016, Michel Temer deu um cavalo de pau total, completo – mudou tudo na economia, num giro de 180 graus.
E esse giro fez com que o buraco que vinha sendo cavado parasse de se aprofundar. O Brasil saiu da recessão graças ao governo Temer, o governo da economia anti-Dilma.
***
Miriam Leitão – que, como 99.99% dos jornalistas do país, torce o nariz para o governo Temer – escreveu em seu artigo deste sábado, 18/8, em O Globo, exatamente sobre o problema mais grave de todos, o desemprego:
“Os candidatos podem jogar toda a culpa no governo Temer. É tentador. Afinal ele é impopular e essa é uma mensagem fácil de entender. O problema é que daqui a quatro meses e doze dias ele sairá do Planalto e o problema permanecerá. A equipe de Temer na economia conseguiu duas vitórias importantes: reduziu a inflação, que chegou a dois dígitos no governo Dilma, para o centro da meta e diminuiu a taxa de juros de 14,25% para 6,5%. Tente imaginar o que seria o cenário atual com inflação e juros altos.”
Acho que foi a própria Miriam Leitão que escreveu, alguns meses atrás, que Temer é uma espécie de anti-Teflon (e portanto, neste caso, de anti-Lula): nada de positivo gruda nele.
Lula roubou, saqueou, pilhou, deixou o Estado tomado de assalto, dividiu o país ao meio, institucionalizou a corrupção – mas nada de ruim cola nele. Preso, condenado, tem cerca de 30% das intenções de voto (embora tenha por outro lado uma rejeição de mais de 50%).
Já em Temer nada de positivo cola.
Mesmo ao escrever que o governo Temer conseguiu vitórias importantes na economia, Miriam Leitão como que minimiza as conquistas destes dois anos de governo. Não fala que o governo Temer tirou o país da recessão – e tirou mesmo, tecnicamente, segundo os números do IBGE, como a própria jornalista já escreveu várias vezes.
Assim, dá algum alento ler na Folha de S. Paulo deste sábado, 18/8, artigo assinado pelo jornalista Leandro Narloch, autor de Guia Politicamente Incorreto da História do Brasil, mestre em filosofia pela Universidade de Londres, que, com imensa coragem, reconhece os feitos do governo Temer na área econômica:
“Mostrou um admirável comprometimento com reformas impopulares. Acabou com a farra dos subsídios de empréstimos do BNDES, aprovou o teto de gastos e a reforma trabalhista. A taxa de juros está em queda com inflação controlada”, escreveu ele.
E mais ainda:
“Temer teve coragem de enfrentar a ilusão eleitoreira de que leis (e não a produtividade e a oferta e procura) garantem direitos aos trabalhadores. Não fosse a fanfarronice da delação da JBS, teria conseguido aprovar a reforma da Previdência.”
***
Felizmente, nem todos caem nas mentiras do PT.
Editorial do Estadão, na quinta-feira agora, dia 16/8, desconstruiu a falácia de que os governos petistas fizeram e aconteceram na área social, tiraram milhões da miséria, esse blábláblá para boi dormir que os petistas não cansam de repetir como se fosse uma prece, um mantra
“É muito oportuna a pesquisa do Unicef (Fundo das Nações Unidas para a Infância) segundo a qual seis em cada dez crianças e adolescentes brasileiros até 17 anos vivem na pobreza”, começa o editorial. E vai direto à veia: “A vergonhosa estatística, com base em dados de 2015, escancara o tamanho da falácia lulopetista, repetida exaustivamente pelo departamento de agitação e propaganda do PT, segundo a qual no tempo em que Lula da Silva e Dilma Rousseff presidiram o Brasil trinta e tantos milhões de pessoas deixaram de ser miseráveis, por obra e graça do ‘pai dos pobres’ ora recolhido à carceragem da Polícia Federal em Curitiba.”
Aqui vão as íntegras do artigo de Leandro Narloch e do editorial do Estadão:
Ele tentou. Janot não deixou
Por Leandro Narloch, na Folha de S. Paulo, 18/8/2018
“Gângsters esclarecidos”, diz um amigo burocrata em Brasília. “Gângsters esclarecidos formam o governo Temer!” Não sei se Michel Temer chega a ser um gângster como o dono dos R$ 51 milhões encontrados num apartamento em Salvador (provavelmente Geddel Vieira Lima). Mas sim, foi um presidente surpreendentemente esclarecido.
Temer, é bom lembrar, foi vice de Erundina na eleição municipal de 2004. Sorriu ao lado de Dilma em 2014, auge da irresponsabilidade fiscal, quando ela adiou o ajuste para ganhar a eleição. E Temer é do MDB, o partido da malemolência, do deixa-disso. Justamente esse homem, desse partido, mostrou um admirável comprometimento com reformas impopulares. Acabou com a farra dos subsídios de empréstimos do BNDES, aprovou o teto de gastos e a reforma trabalhista. A taxa de juros está em queda com inflação controlada —se continuar assim, viveremos o fim do rentismo no Brasil.
É verdade que a reforma trabalhista foi meia-boca. A Constituição ainda impõe a unicidade sindical, esse monstrengo a la Mussolini que impede a concorrência entre sindicatos e incentiva a corrupção do Ministério do Trabalho.
Mas não sei se outro presidente faria uma reforma melhor. FHC pouco tempo atrás dizia que era impossível derrubar o imposto sindical no Brasil. Temer conseguiu —e só esse feito já valeu o impeachment de Dilma. O imposto criava uma máfia de parasitas que não se preocupavam em representar os trabalhadores, pois já tinham renda garantida.
A CLT era (e ainda é) um tiro no pé dos trabalhadores. Deixa patrões tremendo de medo de ter funcionários, o que impede a criação de vagas e prejudica quem deveria ajudar.
Temer teve coragem de enfrentar a ilusão eleitoreira de que leis (e não a produtividade e a oferta e procura) garantem direitos aos trabalhadores. Não fosse a fanfarronice da delação da JBS, teria conseguido aprovar a reforma da Previdência.
A economia viveria um gráfico em “V” —boa alta depois de uma grave recessão. Mas a delação adiou a retomada e nos empurrou para um gráfico em “L” —recessão seguida de marasmo. Temer tentou arrumar a casa —pena que Janot não deixou.
***
Futuro jogado fora
O Estado de S.Paulo, editorial, 16/8/2018
É muito oportuna a pesquisa do Unicef (Fundo das Nações Unidas para a Infância) segundo a qual seis em cada dez crianças e adolescentes brasileiros até 17 anos vivem na pobreza. A vergonhosa estatística, com base em dados de 2015, escancara o tamanho da falácia lulopetista, repetida exaustivamente pelo departamento de agitação e propaganda do PT, segundo a qual no tempo em que Lula da Silva e Dilma Rousseff presidiram o Brasil trinta e tantos milhões de pessoas deixaram de ser miseráveis, por obra e graça do “pai dos pobres” ora recolhido à carceragem da Polícia Federal em Curitiba.
O critério usado pelo Unicef para mensurar o alcance da pobreza entre crianças e adolescentes no Brasil leva em conta não somente a renda, mas também a qualidade do acesso dessas pessoas à infraestrutura e aos serviços públicos necessários para seu desenvolvimento, como educação e saneamento básico, além de moradia decente, proteção contra o trabalho infantil e acesso à informação.
Assim, o quadro apresentado pelo levantamento mostra o quanto é questionável a propaganda de Lula da Silva a respeito de seus feitos na Presidência. Levando-se em consideração apenas a renda, o estudo mostra que de fato houve melhora na última década, provavelmente como resultado da política de distribuição forçada de renda – da qual o Bolsa Família é o exemplo mais vistoso nos palanques petistas. No entanto, corretamente, o Unicef considera que não basta atingir um certo nível de renda para que se possa considerar satisfatório o combate à pobreza. “Os resultados mostram que a pobreza monetária na infância e na adolescência foi reduzida no Brasil na última década, mas as múltiplas privações a que meninas e meninos estão sujeitos não diminuíram na mesma proporção”, diz a pesquisa.
Utilizando dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) de 2015, o Unicef concluiu que 61% das crianças e adolescentes do País são pobres, quer porque estejam em famílias com renda insuficiente, quer porque sofrem diversas privações – ou uma combinação entre as duas situações, o que é ainda mais dramático.
São 18 milhões de crianças e adolescentes que vivem em famílias com renda insuficiente, dos quais 12 milhões também não têm acesso à infraestrutura e aos serviços sem os quais terão enorme dificuldade para se desenvolver. Outros 14 milhões até dispõem de renda considerada suficiente, mas sofrem privações múltiplas em outros aspectos essenciais.
A privação que mais afeta as crianças pobres brasileiras é a de saneamento básico, que atinge 13,3 milhões de pessoas. Em seguida vêm educação (8,8 milhões), água tratada (7,6 milhões), acesso à informação (6,8 milhões), moradia adequada (5,9 milhões) e proteção contra o trabalho infantil (2,5 milhões).
Há gradações em cada um desses aspectos. No caso de educação, por exemplo, é considerada “sem privação” a criança em idade escolar que frequenta escola sem atraso e sabe ler e escrever. Já a “privação intermediária” é aquela em que a criança acima de 7 anos de idade frequenta a escola com atraso e é analfabeta. E a “privação extrema” é aquela em que a criança acima de 7 anos não vai à escola nem é alfabetizada. Passa de 20% o total de crianças que estão em alguma dessas categorias de privação.
Em relação ao saneamento básico, 21,9% das crianças e adolescentes moram em casas onde há apenas fossas rudimentares ou esgoto sem tratamento. São mais de 13 milhões de brasileiros jovens vivendo em condições insalubres, majoritariamente no Norte e no Nordeste.
Tudo isso poderia ter sido ao menos atenuado nos mais de dez anos em que o PT esteve no poder, mas Lula da Silva preferiu o caminho fácil da demagogia de “dar dinheiro na mão de pobre”, que é como o ex-presidente costuma descrever suas políticas assistencialistas. Como mostrou o estudo do Unicef, essas políticas serviram apenas para mascarar a pobreza, iludir os tolos e render muitos votos ao hoje presidiário de Curitiba. Enquanto isso, o País vê toda uma geração ser condenada ao subdesenvolvimento.
Na hora de fazer, realizar, é um fiasco total e absoluto. Mas para mentir, criar realidades alternativas, transformar inverdades em fatos nos quais muita gente acredito, ah, nisso o PT não tem competidor.
Para lembrar de uma ou duas ocasiões, bem rapidamente:
Em 2002, à medida em que se aproximava a eleição presidencial e as pesquisas indicavam que Lula venceria, os mercados ficaram inquietos, o dólar subiu muito, houve aumento da inflação. Medo de Lula, do PT – que eles combateram com a Carta aos Brasileiros, dizendo que não botariam fogo no país, respeitariam contratos, etc e tal.
Pois bem: o PT vende a história de que no governo FHC a inflação disparou, e Lula consertou a situação após assumir o governo, em janeiro de 2003.
Durante o primeiro mandato de Lula (2003-2006), a economia brasileira andou bem – por dois motivos básicos. Em primeiro lugar, porque, com Antonio Palocci na Fazenda e Henrique Meirelles no Banco Central, a política econômica dos oito anos de Fernando Henrique Cardoso foi mantida, com o tripé básico câmbio flutuante, metas fiscais e metas de inflação, e em segundo lugar por causa do bom momento da economia mundial em crescimento e com o preço das commodities em alta.
A partir do segundo mandato de Lula (2007-2010), com a saída de Palocci, a chegada de Guido Mantega e, mais para o final, a maior influência de Dilma Rousseff, a política econômica dos anos PSDB foi abandonada. Depois que Dilma assumiu, todos os princípios básicos foram deixados de lado, em nome de uma tal “nova matriz econômica”. Deu no que deu: quando o PT deixou o governo, depois de 13 anos, 4 meses e 12 dias, o Brasil era terra arrasada, com inflação e desemprego em grande alta, estatais saqueadas, a economia afundada na maior recessão da História.
Pois não é que o PT mente tanto, mas tanto, mas tanto, que há quem credite o buraco gigantesco em que o país se encontra ao ano e meio do governo Temer? Ou a uma pretensa soma de Dilma com Temer?
É chocante, é apavorante, mas outro dia mesmo, na sexta-feira, 17 de agosto, a coluna de Ancelmo Gois em O Globo deu não uma, mas duas notinhas falando de um suposto “Legado Dilma/Temer”. A primeira delas tem exatamente este titulo, “Legado Dilma/Temer”, e fala dos números do desemprego entre os jovens. A segunda é também sobre os números do desemprego, e termina dizendo: “Legado Dilma/Temer”.
É um absurdo total, é uma mentira, é falsidade. Não existe “legado Dilma/Temer”.
Enquanto Dilma governou, durante os tristes, miseráveis 5 anos, 4 meses e 12 dias, Michel Temer era um vice figurativo, como todos estão cansados de saber e ele mesmo divulgou. Nunca foi ouvido para nada. A política econômica que levou o país à maior recessão da História foi a de Dilma, nada a ver com Temer.
E, quando assumiu a presidência, ainda interinamente, em maio de 2016, Michel Temer deu um cavalo de pau total, completo – mudou tudo na economia, num giro de 180 graus.
E esse giro fez com que o buraco que vinha sendo cavado parasse de se aprofundar. O Brasil saiu da recessão graças ao governo Temer, o governo da economia anti-Dilma.
***
Miriam Leitão – que, como 99.99% dos jornalistas do país, torce o nariz para o governo Temer – escreveu em seu artigo deste sábado, 18/8, em O Globo, exatamente sobre o problema mais grave de todos, o desemprego:
“Os candidatos podem jogar toda a culpa no governo Temer. É tentador. Afinal ele é impopular e essa é uma mensagem fácil de entender. O problema é que daqui a quatro meses e doze dias ele sairá do Planalto e o problema permanecerá. A equipe de Temer na economia conseguiu duas vitórias importantes: reduziu a inflação, que chegou a dois dígitos no governo Dilma, para o centro da meta e diminuiu a taxa de juros de 14,25% para 6,5%. Tente imaginar o que seria o cenário atual com inflação e juros altos.”
Acho que foi a própria Miriam Leitão que escreveu, alguns meses atrás, que Temer é uma espécie de anti-Teflon (e portanto, neste caso, de anti-Lula): nada de positivo gruda nele.
Lula roubou, saqueou, pilhou, deixou o Estado tomado de assalto, dividiu o país ao meio, institucionalizou a corrupção – mas nada de ruim cola nele. Preso, condenado, tem cerca de 30% das intenções de voto (embora tenha por outro lado uma rejeição de mais de 50%).
Já em Temer nada de positivo cola.
Mesmo ao escrever que o governo Temer conseguiu vitórias importantes na economia, Miriam Leitão como que minimiza as conquistas destes dois anos de governo. Não fala que o governo Temer tirou o país da recessão – e tirou mesmo, tecnicamente, segundo os números do IBGE, como a própria jornalista já escreveu várias vezes.
Assim, dá algum alento ler na Folha de S. Paulo deste sábado, 18/8, artigo assinado pelo jornalista Leandro Narloch, autor de Guia Politicamente Incorreto da História do Brasil, mestre em filosofia pela Universidade de Londres, que, com imensa coragem, reconhece os feitos do governo Temer na área econômica:
“Mostrou um admirável comprometimento com reformas impopulares. Acabou com a farra dos subsídios de empréstimos do BNDES, aprovou o teto de gastos e a reforma trabalhista. A taxa de juros está em queda com inflação controlada”, escreveu ele.
E mais ainda:
“Temer teve coragem de enfrentar a ilusão eleitoreira de que leis (e não a produtividade e a oferta e procura) garantem direitos aos trabalhadores. Não fosse a fanfarronice da delação da JBS, teria conseguido aprovar a reforma da Previdência.”
***
Felizmente, nem todos caem nas mentiras do PT.
Editorial do Estadão, na quinta-feira agora, dia 16/8, desconstruiu a falácia de que os governos petistas fizeram e aconteceram na área social, tiraram milhões da miséria, esse blábláblá para boi dormir que os petistas não cansam de repetir como se fosse uma prece, um mantra
“É muito oportuna a pesquisa do Unicef (Fundo das Nações Unidas para a Infância) segundo a qual seis em cada dez crianças e adolescentes brasileiros até 17 anos vivem na pobreza”, começa o editorial. E vai direto à veia: “A vergonhosa estatística, com base em dados de 2015, escancara o tamanho da falácia lulopetista, repetida exaustivamente pelo departamento de agitação e propaganda do PT, segundo a qual no tempo em que Lula da Silva e Dilma Rousseff presidiram o Brasil trinta e tantos milhões de pessoas deixaram de ser miseráveis, por obra e graça do ‘pai dos pobres’ ora recolhido à carceragem da Polícia Federal em Curitiba.”
Aqui vão as íntegras do artigo de Leandro Narloch e do editorial do Estadão:
Ele tentou. Janot não deixou
Por Leandro Narloch, na Folha de S. Paulo, 18/8/2018
“Gângsters esclarecidos”, diz um amigo burocrata em Brasília. “Gângsters esclarecidos formam o governo Temer!” Não sei se Michel Temer chega a ser um gângster como o dono dos R$ 51 milhões encontrados num apartamento em Salvador (provavelmente Geddel Vieira Lima). Mas sim, foi um presidente surpreendentemente esclarecido.
Temer, é bom lembrar, foi vice de Erundina na eleição municipal de 2004. Sorriu ao lado de Dilma em 2014, auge da irresponsabilidade fiscal, quando ela adiou o ajuste para ganhar a eleição. E Temer é do MDB, o partido da malemolência, do deixa-disso. Justamente esse homem, desse partido, mostrou um admirável comprometimento com reformas impopulares. Acabou com a farra dos subsídios de empréstimos do BNDES, aprovou o teto de gastos e a reforma trabalhista. A taxa de juros está em queda com inflação controlada —se continuar assim, viveremos o fim do rentismo no Brasil.
É verdade que a reforma trabalhista foi meia-boca. A Constituição ainda impõe a unicidade sindical, esse monstrengo a la Mussolini que impede a concorrência entre sindicatos e incentiva a corrupção do Ministério do Trabalho.
Mas não sei se outro presidente faria uma reforma melhor. FHC pouco tempo atrás dizia que era impossível derrubar o imposto sindical no Brasil. Temer conseguiu —e só esse feito já valeu o impeachment de Dilma. O imposto criava uma máfia de parasitas que não se preocupavam em representar os trabalhadores, pois já tinham renda garantida.
A CLT era (e ainda é) um tiro no pé dos trabalhadores. Deixa patrões tremendo de medo de ter funcionários, o que impede a criação de vagas e prejudica quem deveria ajudar.
Temer teve coragem de enfrentar a ilusão eleitoreira de que leis (e não a produtividade e a oferta e procura) garantem direitos aos trabalhadores. Não fosse a fanfarronice da delação da JBS, teria conseguido aprovar a reforma da Previdência.
A economia viveria um gráfico em “V” —boa alta depois de uma grave recessão. Mas a delação adiou a retomada e nos empurrou para um gráfico em “L” —recessão seguida de marasmo. Temer tentou arrumar a casa —pena que Janot não deixou.
***
Futuro jogado fora
O Estado de S.Paulo, editorial, 16/8/2018
É muito oportuna a pesquisa do Unicef (Fundo das Nações Unidas para a Infância) segundo a qual seis em cada dez crianças e adolescentes brasileiros até 17 anos vivem na pobreza. A vergonhosa estatística, com base em dados de 2015, escancara o tamanho da falácia lulopetista, repetida exaustivamente pelo departamento de agitação e propaganda do PT, segundo a qual no tempo em que Lula da Silva e Dilma Rousseff presidiram o Brasil trinta e tantos milhões de pessoas deixaram de ser miseráveis, por obra e graça do “pai dos pobres” ora recolhido à carceragem da Polícia Federal em Curitiba.
O critério usado pelo Unicef para mensurar o alcance da pobreza entre crianças e adolescentes no Brasil leva em conta não somente a renda, mas também a qualidade do acesso dessas pessoas à infraestrutura e aos serviços públicos necessários para seu desenvolvimento, como educação e saneamento básico, além de moradia decente, proteção contra o trabalho infantil e acesso à informação.
Assim, o quadro apresentado pelo levantamento mostra o quanto é questionável a propaganda de Lula da Silva a respeito de seus feitos na Presidência. Levando-se em consideração apenas a renda, o estudo mostra que de fato houve melhora na última década, provavelmente como resultado da política de distribuição forçada de renda – da qual o Bolsa Família é o exemplo mais vistoso nos palanques petistas. No entanto, corretamente, o Unicef considera que não basta atingir um certo nível de renda para que se possa considerar satisfatório o combate à pobreza. “Os resultados mostram que a pobreza monetária na infância e na adolescência foi reduzida no Brasil na última década, mas as múltiplas privações a que meninas e meninos estão sujeitos não diminuíram na mesma proporção”, diz a pesquisa.
Utilizando dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) de 2015, o Unicef concluiu que 61% das crianças e adolescentes do País são pobres, quer porque estejam em famílias com renda insuficiente, quer porque sofrem diversas privações – ou uma combinação entre as duas situações, o que é ainda mais dramático.
São 18 milhões de crianças e adolescentes que vivem em famílias com renda insuficiente, dos quais 12 milhões também não têm acesso à infraestrutura e aos serviços sem os quais terão enorme dificuldade para se desenvolver. Outros 14 milhões até dispõem de renda considerada suficiente, mas sofrem privações múltiplas em outros aspectos essenciais.
A privação que mais afeta as crianças pobres brasileiras é a de saneamento básico, que atinge 13,3 milhões de pessoas. Em seguida vêm educação (8,8 milhões), água tratada (7,6 milhões), acesso à informação (6,8 milhões), moradia adequada (5,9 milhões) e proteção contra o trabalho infantil (2,5 milhões).
Há gradações em cada um desses aspectos. No caso de educação, por exemplo, é considerada “sem privação” a criança em idade escolar que frequenta escola sem atraso e sabe ler e escrever. Já a “privação intermediária” é aquela em que a criança acima de 7 anos de idade frequenta a escola com atraso e é analfabeta. E a “privação extrema” é aquela em que a criança acima de 7 anos não vai à escola nem é alfabetizada. Passa de 20% o total de crianças que estão em alguma dessas categorias de privação.
Em relação ao saneamento básico, 21,9% das crianças e adolescentes moram em casas onde há apenas fossas rudimentares ou esgoto sem tratamento. São mais de 13 milhões de brasileiros jovens vivendo em condições insalubres, majoritariamente no Norte e no Nordeste.
Tudo isso poderia ter sido ao menos atenuado nos mais de dez anos em que o PT esteve no poder, mas Lula da Silva preferiu o caminho fácil da demagogia de “dar dinheiro na mão de pobre”, que é como o ex-presidente costuma descrever suas políticas assistencialistas. Como mostrou o estudo do Unicef, essas políticas serviram apenas para mascarar a pobreza, iludir os tolos e render muitos votos ao hoje presidiário de Curitiba. Enquanto isso, o País vê toda uma geração ser condenada ao subdesenvolvimento.