29 de março de 2024
Veículos

Virtus, uma 'bola dentro' da Volkswagen


Lançado há cerca de um ano, o Virtus tem se mostrado uma “bola dentro” da Volkswagen. Concorrendo no disputadíssimo segmento dos sedãs compactos, modelo terminou 2018 em segundo lugar entre os mais vendidos, superando uma série de bons concorrentes e perdendo apenas para o Prisma, versão três volumes do Chevrolet Onix e que faz tempo é o best-seller absoluto no país. Também há cerca de um ano, cheguei a postar aqui no blog uma primeira avaliação do carro e, agora, apresento a vocês uma análise mais detalhada, em vídeo (acima), de sua versão intermediária Comfortline.
A arte de nomear carros
Escolher o nome para um novo modelo deve mais difícil que batizar um filho. Se com a criança, normalmente papai e mamãe têm, no máximo, de conciliar suas preferências com as sugestões de parentes (ou irmãozinhos menores do recém-chegado), com o carro, o pessoal do marketing das montadoras corta um dobrado para agradar o tal do mercado. E isso significa usar um nome que, ao mesmo tempo, seja chamativo o suficiente para destacar o lançamento, fácil o bastante para ser pronunciado e lembrado pelo consumidor, sem remeter a trocadilhos e, de preferência, que tenha também um significado que valorize o produto, sem destoar do restante da linha da marca. Há um ano, a Volkswagen foi quase literal nesse processo ao lançar o sedã do novo Polo, o Virtus – que, em latim, significa Valor, Coragem, Força e – tâ-dã! – Virtude. É, a modéstia não entra nesses brainstorms (que é como os marqueteiros chamam as reuniões de criação) automotivos.
Mas vamos ao que interessa: o carro é bom de dirigir, em grande parte pelo ótimo motor 1.0 TSI de três cilindros. Pequeno, leve e valente, ele garante a força necessária para arrancadas e retomadas vigorosas, sem que para isso precise beber o seu bolso inteiro, antes o contrário. Rodando na cidade, incluindo em meus trajetos mais trechos engarrafados do que livres, e me divertindo com o acelerador sem maiores preocupações com a economia, consegui uma média de 12 km/litro de gasolina.
Contribui para isso um bom e confortável câmbio automático de seis marchas, que salvo quando o motorista põe mais força no pé direito, mantém a rotação do motor sempre abaixo dos 2.500 rpm. Nessa faixa, o bom isolamento da cabine ajuda o Virtus a ser silencioso e sua suspensão auxilia muito na suavidade. Deu sono? Quando a pista fica livre, dá para trocar as marchas manualmente usando as borboletas atrás do volante, esticando mais o giro e trazendo uma pequena dose de adrenalina para bordo. Não chega a ser tão divertido quanto os seus irmãos de três volumes mais parrudos da VW com seus motores de 200cv, como versões do Jetta e o Passat, claro, mas dá uma destacada nesse sedã em meio a um mar de concorrentes mais comportados.


Entre-eixos, a fronteira final
Mas o que chamou mais a minha atenção no Virtus foi o espaço que ele oferece, especialmente para os passageiros no banco de trás. Ele tem o mesmo entre-eixos (medida que costuma resumir o conforto de um carro) de 2,65m da versão anterior do Jetta, que está logo acima no cardápio da montadora. E isso quer dizer que mesmo os mais pernudos – como eu – viajam sem esbarrar os joelhos nos bancos da frente. E isso sem sacrificar em nada o porta-malas, que leva 521 litros de bagagens (mesmo sem colocar as tralhas no liquidificador, cabe muita coisa).
Nesta versão Comfortline, a lista de acessórios de série e opcionais é bem generosa, incluindo acionamento automático de faróis e limpadores de para-brisa, ar-condicionado digital, multimídia completa e outros tantos itens bacanas. Tudo isso e toda a tecnologia de segurança – o Virtus recebeu nota máxima da avaliadora Latin Ncap em seus testes de colisão – destoa um tanto do acabamento interno, um verdadeiro reino dos plásticos. A montagem é caprichada, não há rebarbas ou vãos, mas a impressão que painéis e alças das portas passa é a mesma dos modelos mais baratos da marca, como Gol. Nem há um só pedacinho de tecido ou emborrachado em lugar nenhum…

Na ponta do lápis
No final das contas, acho que essa opção intermediária tem o melhor do Virtus. Em relação a mais cara, Hihgline, que custa equipada quase R$ 7 mil a mais, fica devendo principalmente o bacanérrimo – mas nada fundamental – painel digital com tela TFT, as rodas de aro 17 polegadas (as dele são 16) e os bancos de couro. Em relação a mais barata, MSI (que tem feito um enorme sucesso entre os taxistas e frotistas), além dos itens de conforto, tem a grande vantagem de trazer o motor 1.0 TSI em vez do 1.6 que equipa os modelos mais antigos da linha. Se eu fosse comprar um Virtus, esse Comfortline seria a melhor escolha.
Ficha técnica do Virtus Comfortline 2019 (dados do fabricante):
(gasolina/etanol)
DESEMPENHO
Aceleração: 0 a 100km/h 10,4s / 9,9s
Velocidade máxima: 189km/h / 194km/h
MOTOR
Dianteiro, transversal, três cilindros, 999 cm³, turbo
Potência máx: 116cv / 128cv. Torque máx (kgfm): 20,4 @ 2.000-3.550rpm
TRANSMISSÃO: Autom. de 6 vel.
FREIOS: Diant. disco vent., tras. disco
DIREÇÃO: com assist. Elétrica
RODAS/PNEUS: 6,0Jx16/ 205/55 R16
DIMENSÕES (mm)
Comp: 4.482, Dist. entre eixos: 2.651;
Larg: 1.964, Alt: 1.472
PESO: 1.092kg
CAPACIDADES (litros)
Porta-malas: 521
Tanque combust: 52
PREÇO: Para automóvel idêntico ao deste vídeo: R$ 84.330
FONTE: Blog Rebimboca

Henrique Koifman

Jornalista, blogueiro e motorista amador.

Jornalista, blogueiro e motorista amador.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *