19 de abril de 2024
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Politicamente incorreta, graças a Deus

Enquanto morava no Brasil, o terrorista italiano Cesare Battisti posou de perseguido político, de pobre inocente que, por culpa de suas opiniões, não encontrava paz em lugar algum.

A esquerda brasileira, que adora ter um mártir de plantão, colocou-o no colo e tratou-o com todos os mimos. Na época, Eduardo Suplicy pediu oficialmente um novo julgamento para o seu pobre e injustiçado amiguinho. Globais, globetes, artistinhas, artistetes, intelectuais e “intelequituais” assinaram um documento de apoio ao anjo italiano que o Brasil pretendia redimir. Coitadinho do Battisti, soluçaram os politicamente corretos.
Tarso Genro, que está na fila do meu metafórico GV enferrujado e empenado, era o ministro da justiça em 2009. Apesar dos protestos da Itália, Genro concedeu a Battisti o estatuto de exilado político. Na ocasião – senti tanta raiva que não consigo esquecer -, fez um discursinho sem-vergonha prometendo segurança ao ilustre assassino.
O presidente Lula não ficou atrás. Recebeu Battisti com honras. Permito-me imaginar que, juntos, degustaram um Chateau Petrus safra 1994, à venda na Europa por quase dois mil e quinhentos Euros. A garrafa. Coisa pouca para as duas personagens ilibadas, que tanto faziam pelos necessitados do cruel mundo capitalista.
Com as bênçãos de Lula, o criminoso permaneceu nove anos no spa tropical que lhe fornecia casa, comida e roupa lavada – aliás, quem pagava essa conta? – além de viagens de férias ao Nordeste. Coitadinho do rapaz, precisava relaxar.
Graças a Michel Temer, Battisti foi devolvido à Itália em 2018. Agora, enjaulado na prisão de Oristano, onde cumpre pena de prisão perpétua, comportou-se como era de se esperar. Cuspiu na cara de Lula, de Tarso Genro, de Suplicy, de todos os outros esquerdistas que proclamavam a sua inocência. Já que está preso num país que não brinca de prende-e-solta igual ao Brasil, ele decidiu jogar a verdade no ventilador e declarou que matou, sim. Matou dois, mandou matar mais dois, assaltou, sequestrou e aleijou alguns que, lamentavelmente, escaparam de sua mira certeira. Como diria Odorico Paraguaçu, Cesare Battisti é um FDP juramentado.
A inocência alardeada no Brasil? Ah, imaginem, o próprio Battisti também acabou de afirmar que foi um conto-do-vigário para comover as nossas antas “boazinhas” que se dispuseram a protegê-lo.
Depois, vergonha internacional foi o Brasil ter alugado, a peso de ouro, a Base de Alcântara.
Felizmente, sou politicamente incorreta desde a mais tenra idade. Acho que fizemos um papelão. Ofertamos um prato cheio para a imprensa do Primeiro Mundo debochar de nós.
Que vexame, Brasil.

O Boletim

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