Se o tempo é a nossa estrada, o final de ano – pelo menos para mim – acaba funcionando como um ponto de parada. Um pit-stop. A gente liga a seta para a direita, sai da rodovia e para para abastecer o carro. E aproveita para dar aquela esticadinha nas pernas, uma espreguiçada “coreográfica” que, com sorte, não é acompanhada por nenhuma dorzinha intrometida. Daí, se a companhia for boa (as minhas, sortudo que sou, têm sido as melhores), passamos ao café e à prosa no balcão – e, quem sabe, um pão de queijo para acalmar a barriga pela próxima etapa da viagem.
Antes de voltar ao carro, porém, eu quase sempre saio e procuro o horizonte.
Às vezes, ele está encastelado no alto de uma serra, logo ali adiante. Em outras, se oculta entre nuvens, serra abaixo, como se brincasse de esconde-esconde com meus olhos. E em certas ocasiões, aparece como na foto do cartão que abre este post, no ponto de fuga da imagem, como um irresistível indicador de direção, adiante.
Visualmente, às vezes ele pode até sugerir que o nosso destino se afunila em uma direção muito bem definida – como, novamente, nesta foto*. Mas, em termos geográficos o horizonte é exatamente a mais inexata das referências. Ele é uma espécie de “livro em branco”, que ao mesmo tempo que nos convida a seguir em frente, abre uma infinidade de caminhos diante de nós (e aqui peço perdão pelos eventuais clichês filosóficos).
O horizonte, como a vida, é fluido e depende de acasos, decisões, encontros, desencontros, receios, desejos e sonhos para se desenhar.
E de modos de ver também. No final das contas, um pôr do sol pode ser uma aurora, dependendo da legenda que colocamos na foto.
Feliz ano novo e uma excelente viagem por 2024 para todos.
Fonte: Rebimboca Comunicação
