7 de maio de 2024
Veículos

Como anda o Fiat Cronos Drive CVT 2023?

Passei uma semana com o sedã branco que você vê nas fotos deste post, um Cronos na versão intermediária Drive AT, equipada com motor 1.3 e câmbio automático do tipo CVT. É sobre ele – e, também, sobre nossa convivência – que trato neste post.

Menos pode ser mais. Embora a frase – um dos clichês mais usados da história da imprensa – seja em si só quase um “spoiler”, entregando, de cara, parte do enredo deste post, acho que vale usá-lo assim, logo no segundo parágrafo. Isso porque a linha 2023 do Fiat Cronos, de fato, encolheu, perdendo suas versões mais sofisticadas – as que usavam o antigo motor 1.8 eTorq, de até quase 140 cv de potência e mais de 19 kgfm de torque, aposentado pela marca no final de 2021, e câmbio automático. Ficou apenas com as opções de motor 1.0 e 1.3, inicialmente somente com câmbio manual.

Confira nestes vídeos da TV Rebimboca nossos test-drives com várias das versões anteriores do Fiat Cronos:

Vale dizer que o câmbio automático do tipo CVT é uma das duas maiores novidades para a linha do Cronos para 2023 para o sedã compacto da Fiat (a outra é a chegada de duas versões com motor 1.0, disponíveis apenas com câmbio manual). Já havia experimentado a combinação dessa caixa de marchas automática contínua e o motor de quatro cilindros, 1.3 Firefly flex de até 107cv de potência e 13,7 kgfm de torque na picape Strada, lançada há algum tempo, e sobre a qual também cheguei a falar aqui no blog (confira em https://oboletim.com.br/henrique-koifman/veiculos/fiat-strada-volcano-automatica-e-picape-nutela/). Um casamento bem feliz, diga-se de passagem.

Eficiente e suave, esse conjunto torna o Cronos ainda mais agradável de se conduzir, especialmente no trânsito urbano – algo que tem tudo a ver com seu perfil mais voltado para o conforto e a praticidade do que para arroubos esportivos. Sabe aquelas coisas que “funcionam sem a gente nem sentir”? Pois esse câmbio se enquadra nessa categoria.

Isso não quer dizer que esse Cronos 1.3 seja um carro preguiçoso ou lento. No trânsito, ele demonstra uma boa reserva de torque e, mesmo em baixas rotações, dá conta do recado com tranquilidade, sem aquelas “empacadas” em determinadas faixas de giro, comuns aos CVT.

Esperto, o motor sobe de giro até bem rápido quando mais exigido – especialmente quando se aciona a tecla “sport”, inteligentemente instalada no volante multifuncional e, por isso, muito mais acessível e “usável”, e que faz com que os giros sejam “esticados”, aproveitando as melhores faixas de potência do motor, que nesses casos até se faz ouvir um pouco mais na cabine.

E, para quem quiser se divertir um pouco mais, há a simulação de sete marchas que podem ser trocadas manualmente por meio da alavanca no assoalho (nada de “borboletas” no volante nesta versão).

Mas vale lembrar que o acerto geral – e a suspensão é um dos traços mais marcantes disso – é voltado para o conforto. Não que o carro seja instável, mas, macio, ele se inclina em curvas mais fechadas, ainda que sem provocar sustos dentro dos limites do bom senso. Por outro lado, a boa absorção das imperfeições do caminho por esse conjunto chega a impressionar.

No todo, rodei pouco mais de 350 km em sete dias, passando por vias expressas, engarrafamentos e também estradas. A média final, segundo a medição do computador de bordo, ficou em bons 13 km por litro de gasolina.

Acabamento, recursos etc.

Acho o desenho do Cronos (e do Argo, hatch do qual ele se origina), tanto do exterior da carroceria, quanto do interior, bem interessante. Neste exemplar que avaliei, estava instalado um adesivo de vinil opcional sobre o teto – que custa R$ 1.238. Na cor preta, ele compõe bem com esse desenho e, de quebra, me deu a impressão de melhorar os isolamentos acústico e térmico da cabine.

Por dentro, os painéis das portas e frontais são preponderantemente moldados em plástico rígido. Tudo bem montado, sem falhas, é verdade, mas sem grandes contrastes, nesta versão (diferentemente do que ocorria na antiga topo de linha HGT, por exemplo), compõem um “preto sobre preto” algo monótono e que mata um pouco o estilo sofisticado de suas linhas.

O carro é equipado com uma boa central de multimídia, com tela de 7” “flutuante”, descolada do painel e com dois botões (viva!) laterais que ajudam na navegação. Há conectividade com sistemas Android e Apple e uma boa quantidade de recursos e de informações disponíveis.

No painel de instrumentos, dividem o espaço uma tela central digital em preto e branco – onde se tem acesso aos informes do computador de bordo etc. – e dois grandes mostradores analógicos, um para o velocímetro, outro para o conta-giros.

O painel de instrumentos tem configuração clássica, com dois grandes mostradores analógicos – para velocidade e rotações do motor – e uma tela central de TFT monocromática com as funções e informações do computador de bordo. E o volante multifuncional oferece atalhos para muitos dos recursos também, bem ao alcance dos dedos. A ergonomia geral, aliás, é boa.

Contribuem para isso bancos confortáveis (mas sem muito apoio lateral), forrados em tecido agradável. Mesmo depois de algumas horas ao volante, não senti cansaço ou desconforto. O espaço para os passageiros, no banco de trás (com assento um pouco mais curto que o do hatch Argo) é bom para seu tamanho, levando dois adultos sem maiores apertos, e no porta-malas, cabem 525 litros de bagagem.

E então?

Embora não seja o de maior volume de vendas, o segmento dos sedãs compactos é dos mais competitivos em nosso mercado. VW Virtus (na foto abaixo, com o Cronos), Hyundai HB20s, Chevrolet Onix Plus, Nissan Versa, Toyota Yaris, Honda City… As opções não são poucas, ainda que com preços nem sempre muito próximos. O Cronos não é o mais espaçoso, nem o mais potente, nem o mais equipado, nem o de desenho mais recente deles,mas com esse novo câmbio CVT ganha um ótimo argumento de vendas. Se é um sedã desse tipo que você procura, ele merece ser considerado.

Fonte: Rebimboca Comunicação

Henrique Koifman

Jornalista, blogueiro e motorista amador.

Jornalista, blogueiro e motorista amador.

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