Hoje falei do caso de Daniel Prude, 41, de Rochester USA. Ele morreu asfixiado por capuz de malha que a polícia colocou na sua cabeça. Daniel era negro, mais um morto pela polícia, por asfixia.
Dessa vez, as circunstâncias foram diferentes. Daniel sofreu surto psicótico e saiu nu pelas ruas. Dizia que tinha coronavírus e cuspia muito. Os sete policiais que o cercaram perguntaram se ele tinha AIDS. Pergunta pertinente pois Daniel sangrava muito possivelmente por quebrar uma janela ao fugir da casa do irmão.
Isso aconteceu em março. Mas a foto de um negro nu de capuz, no meio da rua, só foi divulgada agora e desfechou uma nova onda de protestos.
Temo que a noite, peçam para que comente a rusga de Rodrigo Maia e Paulo Guedes. Eles não se falam mais.
Por que o verbo temer? Acho a química humana irredutível à lógica. Sempre respondo isso quando ouço a frase: não sei o que esse viu naquele homem, ou vice versa.
Dois políticos não deveriam ficar de mal, como se fossem adolescentes. Em Minas dizemos sempre que na vida pública as ideias brigam e as pessoas não. Mas uma coisa é afirmar isso na serenidade das montanhas, outra é repeti-lo naquele caldeirão de Brasília.
Uma deputada acaba de matar o marido depois de tentar envenená-lo várias vezes. É tem nome de flor.
Talvez deva-se considerar que a briga de Guedes e Maia apenas como se Neymar ou Anitta estivessem rompendo com mais um namorado.
Nenhum leva em conta como é supérfluo o poder ou como a vida é breve. Amanhã tudo isso passa.
Alguém sempre vai se arrepender. Possivelmente, Guedes que já está isolado.
Fonte: Blog do Gabeira