Domingo é dia de sair um pouco do Brasil. No New York Times, li dois interessantes artigos. Um deles é Ema Marris, uma escritora de temas ambientais, que analisa a história dos jardins zoológicos e pergunta se vale a pena, moralmente, mantê-los.
É um artigo longo que parte da história dos zoos que começaram encerrando os animais em espartanas celas com barras de ferro e evoluíram para atmosferas um pouco mais adaptadas ao ambiente. Essa mudança aconteceu em 1907 através do alemão Karl Hagenbeck que designou celas que não parecem celas mas reproduzem em escala menor o habitat animal.
Marris analisa a tarefa de conservação dos zoos e constata que poucas espécies foram salvas através do método de mantê-las em cativeiro e depois soltá-las na natureza. Uma das que cita é o mico leão dourado brasileiro.
É um longo relato e a descrição que faz dos tiques nervosos dos animais no cativeiro é impressionante. Da mesma forma a quantidade de Prozac e outros remédios que são utilizados para acalmá-los.
No final, ela sugere que os zoos poderiam ser substituídos por jardins botânicos.
O Parlamento de Israel confirmou a nova coalizão de governo e isto significa que Netanyahu está fora do governo. Esta notícia chegou à tarde.
Pela manhã também no New York Times li um perfil de Yair Lapid, o líder centrista que foi o arquiteto da frente. Ele era jornalista, filho de uma romancista e de um jornalista, e parece que tem um grande futuro político no país .
O outro artigo que me interessou foi o colapso do metrô do México. New York Times analisou as causas do desastre e chegou às falhas de construção, inclusive pregos e soldas inadequados.
Outro tema que me interessa está na América Latina. Por que países como o Chile e Uruguai, apesar do alto índice de vacinação, ainda estão às voltas com a luta contra a covid-19?
Há muitas causas, inclusive o de baixar a guarda antes do tempo e a entrada, no caso uruguaio, da
variável P1 que apareceu em Manaus, inicialmente.
Os negacionistas estão usando esses problemas para combater a vacina como arma estratégica. Mas tudo indica que estão, mais uma vez, enganados. O processo de vacinação consegue reduzir internações e mortes e isso já é uma grande vantagem.
A única lição que podemos tirar desses fatos é a de que a vacinação não pode ser encarada isoladamente. As medidas restritivas só podem ser baixadas a partir da análise de um conjunto de variáveis e não apenas uma.
Esse é o erro de Bolsonaro que num contexto como o brasileiro sugere que vacinados não usem máscara.
Os Estados Unidos voltaram em grande estilo à diplomacia mundial. O encontro do Grupo dos 7 na Inglaterra trouxe bons resultados em termos de acordo geral: mais vacinas, mais proteção ambiental e uma resistência a algumas políticas da China.
Pena que não se conseguiu uma data para cessar a produção de carvão e pena também que Angela Merkel tenha feito sua última aparição no grupo.
No mais, domingo fechado, futebol em todos os horários, e todos impressionados com Eriksen, o jogador da Dinamarca que teve uma parada cardíaca em pleno jogo contra a Finlândia. Salvou-se com o uso de desfibrilador e um atendimento rápido.
De uma certa maneira, foi melhor que acontecesse naquele momento, pois as chances de sobrevivência tornaram-se maiores.
O desfibrilador é um aparelho que dá pequenas descargas elétricas na parede torácica ou nas fibras do coração. Nesses jogos, ele está sempre presente.
Fonte: Blog do Gabeira