A Copa América tão criticada vai começar com um fato importante: 12 membros da comitiva da Venezuela testaram positivo para Covid-19.
A Venezuela é o time que enfrenta o Brasil, na estreia da Copa amanhã. Dentre os que testaram positivo, há cinco jogadores, todos isolados em Brasília.
Na sexta, o Supremo decidiu que não tinha condições de impedir a competição. Afinal, era uma decisão do executivo, com a chancela do Ministério da Saúde.
Esse surto de covid-19 na primeira delegação que chegou, precisamente a que enfrentará o Brasil, não deixa de ser um aviso.
Como não é possível evitar a Copa América, que pelo menos rígidos protocolos sejam respeitados.
Bolsonaro parece alheio ao problema que trouxe para o Brasil, com mais essa competição. É verdade que existem muitas em curso, mas todas já estavam programadas. Ele quer afirmar uma normalidade que ainda não existe.
Na verdade, Bolsonaro passou a manhã de sábado num desfile de motocicletas em São Paulo. Era alguma coisa como marcha para Jesus, mas sinceramente não vejo conteúdo religioso nisso. Ele não usava máscara, aglomerava e ainda por cima desfilava numa motocicleta com a placa coberta, uma transgressão às regras do trânsito.
Bolsonaro resolveu dar palpites científicos. Acha que quem teve Covid-19 não pega mais e que a vacina é um escudo intransponível. Tudo isso para argumentar contra a máscara.
Felizmente, tivemos hoje uma boa notícia. Três milhões de vacinas da Johnson devem chegar ao Brasil, depois que as autoridades americanas autorizaram a exportação.
Na verdade, podemos contar com três milhões de vacinados, porque esta vacina é de uma dose só. Aliás, com a resistência que existe no Brasil a uma segunda dose, ela parece mais apropriada para nossa cultura.
Tomei a Astrazeneca. Fui nadar normalmente e nem senti alteração no braço. Não foi o que aconteceu com uma vizinha e alguns amigos. O fato da Astrazeneca ter provocado uma reação de febre ou dor de cabeça fez com que muitas pessoas não voltassem mais.
Precisamos de uma campanha para trazer os que ficaram com medo de uma segunda dose.
Vejo com tristeza que o governo gastou R$23 milhões de propaganda de tratamentos que não funcionam contra o coronavírus.
Dia meio fechado. Lamento a morte de Marco Maciel, ex-vice presidente. Era uma pessoa muito gentil e sempre que vinha do Rio de Janeiro em missão oficial me passava um telegrama comunicando. Na época, era deputado.
Marco Maciel tornou-se membro da Academia Brasileira de Letras e o vi pela última vez por lá. Na verdade, ele se afastou de tudo há alguns anos porque sofria de mal de Alzheimer.
Morreu aos 80 anos, poderia ter vivido mais. Já registrei aqui que foi aprovado um remédio para Alzheimer. Mas parece que reduz em 20 por cento a progressão da doença e além do mais é caríssimo, parece que o tratamento custa US$200 mil.
Nesse caso, o melhor é investir dinheiro no apoio às famílias porque elas são muito atingidas pela doença. É preciso garantir assistência à pessoa 24 horas por dia. E quem pode fazer isso simultaneamente com o trabalho?
Fonte: Blog do Gabeira