

Como todos podem ver, continuo preferindo falar das pragas sobre as quais temos algum controle, já que sobre a situação política por aqui – e, por que não dizer, no restante do mundo – não temos controle algum, uma vez que todo continuam votando nos mesmos energúmenos.
A transformação que ocorre nos que aparentavam não sê-lo, é como as que acontecem no mundo encantado das fábulas, zás-trás! Só que ao contrário: viram sapos, não príncipes!
O nosso mundo atual, de encantado tem cada vez menos…
Mas, na sexta-feira passada, do nada, sem que tenhamos feito qualquer extravagância – e eu me pergunto o que, hoje, eu poderia reputar como tal – acordamos com Covid.
Fizemos o teste, deu que era, com direito a papel assinado comprovando!
A garganta coça muito, obrigando a tossir o tempo todo e a voz vai sumindo.
Somam-se a esses primeiros sintomas, com uma velocidade estonteante, outros tantos como muita dor no corpo, uma certa “moleza”, enjoo e inapetência.
Inapetência? Eu? Só pode ser doença grave! Enjoo e vômito várias vezes ao dia? Decidimos que seria o caso de fazer o teste para confirmar.
Dito e feito. Eu e meu marido estamos com Covid e, pouco ou nada, podemos fazer a respeito.
Tentamos não alarmar ninguém. Avisamos alguns amigos, uns poucos vizinhos ficaram sabendo e se ofereceram para ajudar nas compras… e, assim, não precisaríamos sair.
Hoje, já no oitavo dia, a sensação é de continuarmos gripados, fortemente gripados! A garganta arranha, a voz falha, o nariz escorre, mas as dores no corpo quase sumiram.
Soube que devemos ficar com esses sintomas por bastante tempo e, cá para nós, é ruim, mas certamente poderia ser pior, se já não tivéssemos todas as vacinas.
Não tem a menor dúvida de que,é nessas ocasiões,que você descobre quem de fato é solidário!
Uma das vizinhas, já no supermercado, liga para mim: “Estou no supermercado! Quer alguma coisa?!”
E eu fico mega comovida com a atenção e carinho absolutamente inesperados e pensando em ficar de bem com a humanidade novamente!


Tradutora do inglês, do francês (juramentada), do italiano e do espanhol. Pelas origens, deveria ser também do russo e do alemão. Sou conciliadora no fórum de Pinheiros há mais de 12 anos e ajudo as pessoas a “falarem a mesma língua”, traduzindo o que querem dizer: estranhamente, depois de se separarem ou brigarem, deixam de falar o mesmo idioma… Adoro essa atividade, que me transformou em uma pessoa muito melhor! Curto muito escrever: acho que isso é herança familiar… De resto, para mim, as pessoas sempre valem a pena – só não tenho a menor contemplação com a burrice!