O debate de hoje é sobre a decisão de Bolsonaro de não comprar a vacina chinesa, produzida pelo Butantã.
Ele desmente um carta de intenções do Ministro Pazuelo, praticamente desautorizando o general.
Tenho falado muito sobre isso na tevê. Minha posição coincide com a posição dos governadores e todos os políticos responsáveis: não importa de onde vem a vacina, se for eficaz e segura, deve ser usada salvar vidas.
Estaria até disposto a examinar os argumentos contrários mas a própria Anvisa afirma que vai dar licença para a vacina eficaz e segura, independente de sua origem.
Bolsonaro joga para sua plateia que tem pavor da China e também joga para confrontar João Dória, seu potencial oponente na campanha presidencial.
Acho uma bobagem essa luta política dos dois, em torno de um tema tão sério. Ninguém vence quando se escolhe esse caminho.
Mas a notícia mais importante do dia para mim foi a denuncia do MP de que a licença para a construção do porto em Pontal do Sul foi conseguida na base de propina.
As denúncias atingem o ex-presidente Collor de Melo. O anúncio da liberação coincidiu com o aniversário do homem que comprou a autorização do IBAMA. Um presentão.
Estive em Pontal do Sul e mostrei que esse porto ameaça a Ilha do Mel. Para mim, ele não é tão util assim pois é muito perto do Porto de Paranaguá, um dos maiores do país.
O porto é combatido pela Associação Mar Brasil do Paraná. A causa estava sendo julgada no STJ. Felizmente o Ministro Herman Benjamin pediu visto. Creio que agora, com essa notícia, por mais que alguns ministros estivessem inclinados a torpedear o futuro da Ilha do Mel vão hesitar um pouco.
O homem que recebeu a licença para construir o porto, João Carlos Ribeiro, nasceu em 5 de maio de 1941 e recebeu a licença ao fazer 78 anos, em 5 de maio de 2019.
O Brasil é cheio desses detalhes embaraçosos, como as cuecas cheias de dinheiro.
Fonte: Blog do Gabeira