28 de março de 2024
Carlos Eduardo Leão Colunistas

Viva “La Putaria”

Peraí, peraí, peraí! Não vá embora não! Não é o que você está pensando!

“La Putaria” é a mais nova creperia aberta semana passada na Savassi, tradicionalíssimo bairro boêmio de Belo Horizonte, aos moldes da sua homônima portuguesa, inaugurada em Lisboa, há 6 meses, com retumbante sucesso entre os nossos portugas. Portanto, a creperia mineira é a primeira loja no Brasil com espaço, estilo, decoração e proposta totalmente afeitos às inéditas ideias vindas da “terrinha”.

O ineditismo fica por conta das iguarias lá servidas, as já famosas “piroflles” e “xoxoflles”. Segundo o economia.uol.com.br, as referidas iguarias “são doces tipo waffles de origem belga em formato de pepecas e pirocas, a preços entre R$ 21 a 25, dependendo da cobertura escolhida entre chocolate, doce de leite, banana, morango, entre outras”.

O interior da loja é um “must”. Toda em tons de rosa, atrai muita atenção do grande público, incluindo crianças, refletida nos olhares curiosos, por vezes tímidos, outras vezes empolgados. Alguns fregueses fazem o estilo “envergonhado”, outros, mostrando um perfil mais “descolado”, posam comendo um suculento “piroflles” em frente aos cartazes “Maior do que o do seu namorado” ou “Não te engasgues” e publicam essas selfies, com incontido orgulho, em suas redes sociais no melhor estilo “Abaixo o preconceito. Viva o bom humor”.

Fora o extraordinário resultado de marketing avaliado nos quase 60 mil seguidores no Instagram após horas da inauguração e mais de 11 milhões de visualizações no TikTok no mesmo período, não cabe aqui nenhum julgamento de mérito sobre tradição, moral e costumes, muito menos sobre a “ousadia” da “La Putaria” ter sido inaugurada na capital da mais tradicional família brasileira.

Meu pensamento é livre. Minha mente é aberta. Sou um fervoroso adepto do darwinismo e um defensor contumaz da liberdade no seu mais amplo significado. Preconceito é a intolerância da alma. É um sentimento que trafega nos baixos caminhos do desamor. Passo longe dessa desvirtude.

Mas, mesmo com essa cabeça liberta, a minha constatação, infelizmente, é que a sociedade está doente. Não concebo a ideia dessa necessidade inclemente de chocar, de barbarizar, de constranger, de aviltar, de ferir, de macular sentimentos, tradições, sensações, crenças e, sobretudo, conceitos arraigados à fé e à família.

Nada me tira do pensamento que por trás dessa pretensa leveza, bom humor, gozação e irreverência há uma velada orquestração ideológica marxista de desfazimento dos conceitos de família e costumes onde a perversão sexual de se “comer”, em público, um pênis ou uma vagina de chocolate fosse algo totalmente natural, confundindo a cabecinha de crianças e adolescentes.

Engana-se quem pensa que no Brasil só existe a “La Putaria” de BH. Outras veladas lojas tipo “La Putaria” já existem há muito, vendendo corrupção, desmandos, interferências, ingerências, notícias falsas e outros produtos do ramo.

“La Putaria” passou a ser franquia de primeira necessidade no Brasil, onde se negocia ilusões, mentiras, ideologias e doutrinas as mais perversas. São frequentadas por eleitores ou admiradores daquela alma mais honesta que quer, pasmem, candidatar-se e, pior, eleger-se para nos impor a democracia chinesa, regulamentar a mídia e tolher o bem maior de um povo, a liberdade. Com o beneplácito da conhecida corja, claro!

Outras assemelhadas da “La Putaria” estão tentando comercializar, a qualquer preço, candidaturas de condenados, transgressores e marginais. Todos em remarcação e numa queima de estoque sem precedentes.

A dúvida fica por conta de quem agride mais. Ou um “piroflles” molhadinho ou um ladrão besuntado no chocolate amargo do crime, do dolo e da desfaçatez.

Carlos Eduardo Leão

Cirurgião Plástico em BH e Cronista do Blog do Leão

Cirurgião Plástico em BH e Cronista do Blog do Leão

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