13 de outubro de 2024
Adriano de Aquino Colunistas

Ópera dos Bilhões

Veículos da imprensa se tornaram uma espécie de ‘house agency’ da campanha eleitoral de 2022, em prol de um candidato ‘injustiçado’.

Em abril de 2018, no espalhafatoso episódio de resistência à ordem de prisão, decretada pelo juiz Sérgio Moro, Lula se abrigou na sede do sindicato dos metalúrgicos do ABC, em São Bernardo do Campo (SP). Desde então,surgiu na pantomima política tupiniquim uma espécie de Corisco, revivido. Mesmo recolhido ao xilindró, o Corisco+, manteve sua agenda pública protegida, com farta difusão nos veículos da grande imprensa, tecendo um roteiro sinistro que, passo a passo, o inocentaram de todas as acusações, diluindo os processos da Lava Jato e lhe restituindo direitos políticos.

Nesse ponto, Lula superou Corisco e se tornou CoriscoPlus*.

Agora, ele se apresenta ao eleitor como um sujeito ilibado, vitima de injustiça. Para dar mais ênfase à trama, órgãos da justiça estão empenhados em apagar definitivamente todo o envolvimento do Lula e as condenações nos processos julgados em três instâncias.

Foi tudo um engano! Ou, um ensaio malfadado.

Para mostrar sua face tolerante, a própria justiça ontem penalizou moderadamente, condenando Deltan DAllagnol a pagar uma multa e não decretando a prisão imediata de um dos “moleques messiânicos”, nas palavras de Lula, prática corrente entre togados em defesa do estado de direito e da democracia(sic).

Triste e desolada a sociedade lamenta o torpe espetáculo. Pronto! O cenário da farsa está completamente montado.

As próximas cenas serão mais vexatórias ainda e, para alegria dos editores, fartamente divulgadas pela grande imprensa, resgatando assim a ‘pureza’ de princípios de um personagem político rebatizado ‘inocente’ pela Suprema Corte e ungido pelos veículos de comunicação como o ‘Salvador da Pátria’, versão revisada do ‘Pai dos Pobres e Mãe dos Ricos’, uma alma generosa e justa, mobilizada pela “pena dos ‘moleques messiânicos’ da Lava Jato e cita condenação de Deltan” . Folha.

Imagem: Google Imagens – Metrópoles

Para mostrar que nem todos os atores são canalhas, Deltan, recebeu R$300 mil de cidadãos solidários que apoiam e desejam fazer valer uma justiça igual para todos, e assim ressarcir o condenado, ‘ofendido’ com a verdade dos fatos.

A verdade dói! A grana sara.

Em tantos anos de vida, não lembro ter assistido a um espetáculo tão escroto.

Adriano de Aquino

Artista visual. Participou da exposição Opinião 65 MAM/RJ. Propostas 66 São Paulo, sala especial "Em Busca da Essência" Bienal de São Paulo e diversas exposições individuais no Brasil e no exterior. Foi diretor dos Museus da FUNARJ, Secretário de Estado de Cultura do Rio de Janeiro, diretor do Instituto Nacional de Artes Plásticas /FUNARTE e outras atividades de gestão pública em política cultural.

Artista visual. Participou da exposição Opinião 65 MAM/RJ. Propostas 66 São Paulo, sala especial "Em Busca da Essência" Bienal de São Paulo e diversas exposições individuais no Brasil e no exterior. Foi diretor dos Museus da FUNARJ, Secretário de Estado de Cultura do Rio de Janeiro, diretor do Instituto Nacional de Artes Plásticas /FUNARTE e outras atividades de gestão pública em política cultural.

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