29 de março de 2024
Adriano de Aquino

Tão longe, tão perto e bem mais à frente


No próximo ano, o século XX completará 20 anos da sua extinção.
Há mais de 20 anos o cidadão brasileiro consciente e preocupado com os problemas nacionais sabia e se pronunciava contra os crescentes, incontroláveis e diversificadas formas de exploração da Amazônia, da Mata Atlântica, dos Cerrados, dos Igarapés, das Lagoas, Manguezais, das Matas de Galeria e de Várzea, dos Córregos, Lagos e Nascentes, ameaçados pelo histórico desprezo nacional ao planejamento.
Foi a displicência criminosa que autorizou a ocupação desordenada do solo e trouxe a reboque monstruosas consequências.
Agora, na maioridade do Século XXI, as terríveis consequências do abandono irresponsável das regras sociais básicas e da renúncia suicida às grandes obras infra estruturais em beneficio da maior parte da população, cobra seu preço.
Não foi uma invasão de Alien que devorou a precária civilização nativa. Foi a falta de controle correto e honesto do Estado sobre as incontáveis mazelas nacionais que, somada à corrupção sistêmica – única coisa realmente planejada e organizada pelas autoridades desse país- que estimularam o canibalismo social que vigora em todos os cantos do pais.
As tropas dos ‘soldados do crime’, super armadas, que hoje ameaçam pobres e ricos nos campos e nas cidades, não brotaram ontem dos mananciais naturais destruídos anteontem.
Há tempos elas se dedicam a formar um poderoso contingente de extermino mais rápido e eficaz que o aquecimento global que brilha mais à frente, anunciando mais uma forma de extinção.

Adriano de Aquino

Artista visual. Participou da exposição Opinião 65 MAM/RJ. Propostas 66 São Paulo, sala especial "Em Busca da Essência" Bienal de São Paulo e diversas exposições individuais no Brasil e no exterior. Foi diretor dos Museus da FUNARJ, Secretário de Estado de Cultura do Rio de Janeiro, diretor do Instituto Nacional de Artes Plásticas /FUNARTE e outras atividades de gestão pública em política cultural.

Artista visual. Participou da exposição Opinião 65 MAM/RJ. Propostas 66 São Paulo, sala especial "Em Busca da Essência" Bienal de São Paulo e diversas exposições individuais no Brasil e no exterior. Foi diretor dos Museus da FUNARJ, Secretário de Estado de Cultura do Rio de Janeiro, diretor do Instituto Nacional de Artes Plásticas /FUNARTE e outras atividades de gestão pública em política cultural.

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