25 de abril de 2024
Adriano de Aquino

A ONU, a Venezuela e o pacote anticrime de Moro


Ontem o secretário geral da ONU anunciou que a organização não interferirá na tragédia venezuelana.
Na semana passada (29/01), Rupert Colville, porta-voz do Alto Comissariado para Direitos Humanos, expôs publicamente as habilidades da ONU em matéria de sadismo. Com a maior desfaçatez, Colville afirmou que as mais recentes atrocidades do ditador Maduro são do conhecimento do ACDH, confirmando para o mundo estupefato que o arquivo do descaso e omissão da ONU é um acinte aos Direitos Humanos.
Colville veio a público para dizer o que todo mundo já sabia: Entre os dias 21 / 26 de janeiro a polícia e as milícias do tirano prenderam arbitrariamente 77 crianças, algumas delas de apenas 12 anos, mais de 40 pessoas morreram e que 850 foram presas. Para aprimorar a frieza arquivista da ONU, de acordo com Colville, 26 vítimas foram baleadas por forças do governo, 5 morreram em invasões de casa e 11 durante saques.
A ONU se transformou no portal dos necrotérios.
No Brasil, em escala diferente, os ‘virtuosos’ defensores dos direitos humanos se sentem orgulhosos com os mais de 60 mil assassinatos por ano. Qualquer iniciativa que venha a alterar esse quadro crescente e dantesco, é virulentamente rechaçada pelos nossos ‘colvilles’ de prontidão. Eles cavam trincheiras para reagir de forma sorrateira contra qualquer alteração positiva que possa reduzir o alarmante índice de catástrofes que assola o Brasil.
Simulacros de oposição afirmam que combaterão duramente as propostas apresentadas pelo ministro Moro.
Um dos argumentos da ‘resistência’ merece destaque pelo seu alto grau de hipocrisia. Ela induz o cidadão desprevenido a temer a falsa ideia de que o combate ao crime organizado resultará em mais mortes. Porém, não aponta a que indicador essas ‘mais’ mortes se referem.
Na verdade, não se refere a nenhum indicador, pois, se trata de uma fria trapaça verbal. Ao cavarem trincheiras contra uma política de segurança mais enérgica, sob a falsa argumentação de que com ela morrerão ‘mais’ pobres, esses canalhas tentam mais uma vez desviar da realidade nua e crua: se os mais de 60 mil assassinatos por ano fossem de pessoas mais ricas da sociedade, eles próprios estariam entre os indicadores.
Seriam eles, ‘resistentes’ de uma casta política obesa com tantos privilégios, que estariam sacudindo suas panças para fugir de tiroteios, se abrigar sob automóveis. Estariam eles,como os moradores das favelas, sujeitos à exploração e a barbárie do tráfico de drogas e de armas e, alguns deles, já constariam dos B.O entre os mortos por balas perdidas que acertam, não eles, mas os cidadãos da classe média, os trabalhadores e os transeuntes obrigados a enfrentar o terror que se espalha por todos os cantos do pais mas que,infelizmente, não os atinge.
A desavergonhada hipocrisia desse simulacro de oposição me leva a supor que eles devem ter grandes lotes de ações preferenciais das morgues.
Lucram com a morte a rodo.

Adriano de Aquino

Artista visual. Participou da exposição Opinião 65 MAM/RJ. Propostas 66 São Paulo, sala especial "Em Busca da Essência" Bienal de São Paulo e diversas exposições individuais no Brasil e no exterior. Foi diretor dos Museus da FUNARJ, Secretário de Estado de Cultura do Rio de Janeiro, diretor do Instituto Nacional de Artes Plásticas /FUNARTE e outras atividades de gestão pública em política cultural.

Artista visual. Participou da exposição Opinião 65 MAM/RJ. Propostas 66 São Paulo, sala especial "Em Busca da Essência" Bienal de São Paulo e diversas exposições individuais no Brasil e no exterior. Foi diretor dos Museus da FUNARJ, Secretário de Estado de Cultura do Rio de Janeiro, diretor do Instituto Nacional de Artes Plásticas /FUNARTE e outras atividades de gestão pública em política cultural.

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