Hoje vi um quadro que indica os vôos sobre o Atlântico. Não havia quase nenhum avião, saindo ou vindo para o Brasil.
Estamos meio isolados e as notícias não são boas. Manaus continua com mais de 100 mortes por dia. As perspectivas sobre a nova variante do coronavírus são assustadoras. O ex- Ministro Mandetta afirmou que espera uma megapandemia. O colunista de ciência do Estado de São, Fernado Reinach, fala de um tsunami.
A verdade é que estamos diante de algo muito grave e este é o tema do meu artigo de segunda no Globo. O governo não se deu conta disto. Não houve nenhuma medida de controle sanitário em Manaus.
O vírus já chegou ao estado limítrofe do Pará e o governador decretou lockdown na área da divisa dos dois estados. Roraima fez uma discreta barreira mas a verdade é que os estados do norte, sobre Rondônia e Roraima vivem também um momento difícil.
Rondônia pede socorro porque sua estrutura hospitalar está esgotada. E Roraima tenta importar oxigênio da Venezuela o que é sua alternativa mais prática. De Santa Helena e Boa Vista são apenas três horas de viagem.
O processo de vacinação é uma esperança mas ele caminha devagar. E há muitas discussões sobre a vacina da Astrazeneca a aposta do Brasil. É preciso ampliar o leque de negociações. A vacina da Johnson, por exemplo, que está para ser aprovada nos EUA é mais uma alternativa.
Fala-se na Sputinik V que seria fabricada no Brasil por um grupo político que apoia Bolsonaro. O grupo diz que os russos oferecem uma venda de 10 milhões de doses prontas da vacina.
Felizmente foi decidida a compra de mais 54 milhões de doses da Coronavac. Mas ainda assim não há realmente um plano nacional com as 300 milhões de doses já compradas. Alguns países, embora não tenham em mãos todas as doses compradas, como é o caso do Canadá, já garantiram um número de quatro doses por habitante.
Continuo achando que é preciso um entendimento nacional em torno do que virá com essa nova variante. Vamos enfrentar tempos difíceis. E o negacionismo prossegue. Ignoram-se o vírus e suas variantes.
Continuar martelando, quem sabe os próprios estados se reunem para discutir uma estratégia para essa nova fase, uma fase com um vírus mais contagiante e as pessoas cansadas das medidas restritivas.
Fonte: Blog do Gabeira