Creio que é uma boa notícia ter aparecido mais uma alternativa de vacina, a da Johnson. Desde o princípio, ela era bem vista porque funcina com apenas uma dose e não depende mais do que geladeiras comuns para ser conservada.
Sua eficácia é de 66 por cento, em casos graves e moderados. Ainda faltam mais dados sobre a eficácia mas esta vacina, assim como a da Oxford e a Coronavac, utilizou também voluntários brasileiros na sua fase 3.
A vacina da Johnson vai ser avaliada nos Estados Unidos e sua aprovação, considerada muto provável, pode abrir caminho também para o exame na Anvisa.
Ela teria duas vantagens nesse caso: ter sido testada no Brasil e a aprovação de uma agência internacional, uma das quatro que o Brasil reconhece em lei como referência.
Acabo de ler uma notícia estranha no Globo. O governo teria pedido à Policia Rodoviária Federal para monitorar as redes sociais e anotar as reações negativas sobre seu comportamento na crise de Manaus.
Li várias vezes o título para confirmar se era aquilo mesmo. Se for assim, creio que perderei minha carteira de motorista pois tenho criticado o governo federal não apenas na crise do oxigênio que resultou na morte de mais de 30 pessoas como também na proposta de retirar os doentes de Manaus sem um plano específico de segurança que possa evitar a expansão da nova variante do coronavírus.
Essa nova variante do coronavírus é o tema do meu artigo de segunda no Globo. Hoje ouvi uma entrevista sobre a variante sul-africana, que ao lado da inglesa, parece ter as mesmas características da brasileira.
Realmente ainda não se sabe se ela é mais letal e agressiva que as outras. Mas o raciocínio elementar indica que sendo mais contagiosa certamente vai aumentar aquele faixa dos cinco por cento de pacientes que precisam de UTI.
O governo federal indicou que vai comprar as 54 milhões de doses de Coronavac do Butantan. Nada mais lógico. Essas briguinhas são muito cansativas porque aumentam a tensão, desnecessariamente.
A quarentena contribuiu para muito desequilíbrio psicológico. Há indicações de que o sono de milhares de pessoas foi perturbado nesse período de ansiedade.
Sou a favor da transparência total, as notícias tem que ser dadas, independentes de serem boas ou más. No entanto, tensões artificiais como essa entre o governo federal e o de São Paulo servem apenas para piorar a vida das pessoas.
Era evidente a necessidade de comprar as vacinas pois mesmo essa compra ainda não basta para garantirmos a primeira fase da campanha, entendo primeira fase como aquele que vacina funcionários da saúde, idosos e professores, uma vez que parece certa a volta às aulas presenciais.
Também parecia algo absurdo o governo de São Paulo ameaçar exportar as vacinas caso não fossem compradas pelo governo federal. Os estados estão aí lutando para trazer a vacina russa, a Sputinik V, e não conseguem.
Parece que o bom senso prevaleceu e isso é bom. Minha questão é essa: para que criar marolas se estamos com água no pescoço?
Fonte: Blog do Gabeira