Lembro-me, na minha infância, dos meus pais comentarem sobre a Floresta Negra (“Schwarzwald” em alemão), sempre de maneira muito positiva. Mas na minha cabeça de criança eu pensava: por quê negra? E a imaginação ia longe: de escura, passou a perigosa e depois lugar onde duendes malévolos se escondiam… E essas impressões me acompanharam por vários anos.
A ótima notícia é que a Floresta Negra é linda e encantadora! Fiquei sabendo anos depois que os romanos a chamavam assim devido ao sombreado de sua vegetação muito densa. Ufa, foi um alívio!
Imagem típica da Floresta Negra… que é verde!!! (Fonte: Mônica Sayão)
Ela está localizada na região sudoeste da Alemanha e estende-se por 200km no sentido norte-sul e 50km no sentido leste-oeste. É composta por vales e montanhas não muito altas, sendo Feldberg seu ponto culminante, com cerca de 1.500m de altitude, e onde há pistas de esqui bastante usadas no inverno.
Há também alguns lagos e várias cidadezinhas lindas. Tudo muito verde e bucólico. A Floresta Negra não causa o impacto das montanhas dos Alpes, muito menos das Dolomitas na Itália, que são altíssimas! Mas nem por isso deixa de se atraente. Vale conferir.
A parte sul da Floresta Negra é a mais bonita. É onde localiza-se Freiburg Im Breisgau, assunto da minha coluna anterior, e que é a base ideal para pernoite e passeios de ida e volta pela região.
Principais atrativos da Floresta Negra:
1) Passear de carro sem destino por suas estradas:
Mesmo que a pessoa não tenha dicas do que conhecer, só o passeio de carro já é mais do que agradável. E certamente o motorista vai descobrir vilarejos e paisagens maravilhosas.
Sem destino pelas estradas da Floresta Negra: certamente ótimas surpresas.
(Fonte: Mônica Sayão)
Casa típica da região na beira de umas das estradinhas que serpenteiam as colinas e montanhas.
Reparem na lenha cortada e armazenada na base da casa, à espera de dias frios.
(Fonte: Mônica Sayão)
Paisagem muito bonita e impecavelmente limpa. (Fonte: Mônica Sayão)
Pousada e restaurante na beira da estrada. Esse vilarejo era bem pequeno, com uma dezena de casas. (Fonte: Mônica Sayão)
Outro vilarejo de uma só rua, que nem guardei o nome. (Fonte: Mônica Sayão)
2) Conhecer o lago Titisee:
Lago e cidade (de 11 mil habitantes) levam o mesmo nome. Titisee é um dos destinos mais populares dos alemães, em especial nos meses mais quentes. Rodeado pela floresta, o lago oferece esportes aquáticos. Há também um parque aquático com piscinas nas imediações da cidade, além de muitas trilhas pela mata. A cidade possui várias opções de hospedagem e muitas lojinhas de artesanato. Aliás, nada pode ser mais típico da Floresta Negra do que os relógios de cuco. E lá em Titisee há muitas lojas com todos os modelos imagináveis.
Lago Titisee, com vários hotéis e condomínios em sua margem. (Fonte: Mônica Sayão)
Vista do lago Titisee a partir do Hotel Brugger Am See onde já me hospedei.
(Fonte: Mônica Sayão)
Pequena praia no lago Titisee onde há barcos para aluguel.
(Fonte: Mônica Sayão)
3) Conhecer a cidade de Staufen:
Staufen é um dos meus xodós. Com uma população de 8 mil habitantes, casas coloridas, fontes, muitas flores e ruínas de um castelo, é parada obrigatória e deleite garantido.
Rua principal de Staufen com o castelo ao fundo. (Fonte: fotocommunity.de)
Praça central de Staufen onde está a prefeitura (construção maior).
(Fonte: Mônica Sayão)
Staufen é um ótimo lugar para um almoço ou pelo menos para um café.
(Fonte: Mônica Sayão)
O rio Neumagen passa por Staufen, ladeado por vegetação exuberante.
(Fonte: Mônica Sayão)
4) Conhecer Sankt Peter:
Este é um vilarejo que geralmente não consta dos guias turísticos.
O mesmo duque de Zähringen, que fundou Freiburg no início do século XI, foi quem mandou construir a abadia no local atual, já que era bem próximo de seu castelo. E assim surgiu a pequena cidade de Sankt Peter, hoje com 2.500 habitantes.
A Abadia de St. Peter na Floresta Negra (Kloster Sankt Peter auf dem Schwarzwald) tem um lindo interior barroco. Dei sorte e ainda assistimos a um ensaio de música clássica com coral. Era final da tarde de um dia de semana e só havia nosso pequeno grupo presente. Foi pura magia!
O vilarejo de Sankt Peter com o destaque das torres da abadia que leva o mesmo nome. (Fonte: pt.wikipedia.org)
Seu interior barroco/rococó. (Fonte: pikist.com)
Esta é a praça em frente à abadia, onde localiza-se a prefeitura também.
(Fonte: Mônica Sayão)
Mais um recanto charmoso da pequena Sankt Peter. (Fonte: Mônica Sayão)
5) E para terminar, experimentar o doce mais típico da região:
E que se chama…Floresta Negra, é claro! Foi lá que essa torta foi criada: camadas de bolo de chocolate, cerejas em calda e muito creme chantilly. Adoro doces, mas nada com tanto creme me apetece. Mas aprendi que o creme chantilly da Alemanha é levíssimo e a torta leva pouco açúcar. Acreditem, vale experimentar nem que seja uma única vez!
A famosa torta Floresta Negra.
“Arquiteta de formação e de ofício por muitos anos, desde 2007 resolveu mudar de profissão. Desde então trabalha com turismo, elaborando roteiros e acompanhando pequenos grupos ao exterior. Descobriu que essa é sua vocação maior.”
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