28 de março de 2024
Walter Navarro

Deixa pra lá, né?


Quero teu abraço e chupar o teu bagaço meladinho.
Vocês querem que eu fale sobre o quê, hoje? Do colóquio amoroso entre Dilma & Pimentel, no Felatio do Alvorada; da CPI da Carolina Dieckmann ou das fotos que o Carlinhos Cachoeira fez do aluno nº 1 do PT, Demóstenes Torres, nu, pelado e com a mão no bolso cheio de propinas? Perdão, tô trocando tudo. Vi e revi as fotos da gostosa Carolina pelada e peludinha. Eu faria melhor… O marido dela deve estar enjoado daquele caviar ou então é péssimo fotógrafo! Tô falando que este negócio de Internet e Facebook vai acabar em brigas e divórcios gerais… Tudo que a gente posta ou envia de lá vira segredo de liquidificador.
Melhor trocar de assunto.
Ah! Vou contar piadas de Cuba. Sabem como Ernesto ganhou o apelido de Che Guevara? Num mictório de Porto Alegre. Ele tava drenando o monstro, quando entrou um bigodudo e disse: “Tchê, Que vara!”.
Aí a professora pergunta ao Juanzinho qual sua palavra favorita. E ele: “cubanos”. E se justifica: “porque começa com cu, acaba com anos e nada me tira da cabeça que este “b” no meio é de bu…”.
Antigamente você comia qualquer universitária cubana, dando a ela um sabonete, um esmalte, uma pedra falsa ou um Sonho de Valsa. Com uma calça jeans, comia-se o próprio Fidel. Agora, tudo mudou. Fidel só gosta de casacos da Nike e da Adidas. Isso é que é comunismo! Ideologia? Eu quero uma pra viver. Ou beber…
Minhas piadas estão mais velhas e decadentes que Cuba.
OK. Vocês venceram! Vou continuar contando sobre minha viagem a Cuba.
No último capítulo, tinha acabado de chegar ao hotel, lembram?
Pois é. Como escrevi; o hotel não é o melhor, mas um luxo. Os turistas se esbaldam e os cubanos ficam lá fora babando, assoviando e chupando dedo porque não têm outra coisa pra chupar, nem cana! Conhecem aquela linda música do Chico Buarque, que trocou o casaco de Cuba pelo de Paris ao descobrir que o forro era de visom?
A música é assim: “Maravilha, ilha de luz. Quero a tua cor mulata, a tua verde mata, os teus mares azuis…”.
Bom, ilha de luz durante o dia e quando não tem racionamento… E Chico devia estar bêbado de mojitos porque os mares de Cuba são lindos, mas verdes.
Voltando ao hotel, foi inaugurado um ano antes da Revolução, em 1958, com o nome e a grife de Habana Hilton (daquela deliciosa e devassa, Paris Hilton). Com os alquimistas chegando, melhor, os comunistas, virou Habana Libre. Livre, repito, para os turistas. Cubano só entra lá pra sorrir amarelo e trabalhar duro. No lobby do hotel, várias fotos de Fidel. Foi lá que ele e sua turma do MST acamparam depois de penetrar Havana por trás e sem Guido Mantega…
Outros hóspedes famosos: um ator mexicano que, segundo a lenda, “aumentou em muito as visitas femininas ao hotel”, Jane Fonda, aquele marido véio e milionário dela, Ted Turner e até Matt Dillon!
Canta mais, Chico, pra me inspirar: “Maravilha, também quero o teu bagaço, a força do teu braço, o afago dos teus calos, quero os teus regalos, encharcados de suor”…
Depende… Se os regalos encharcados forem de uma cubana, também quero… Por falar nisso, prometi contar a vocês, como comer uma cubana sem fazer força, né? Calma que chego lá…
Bom, então, devidamente à vontade, em minhas régias instalações, de frente pro verde mar, tomei um táxi e mandei ver rumo ao centro antigo e boêmio de Havana. O motorista tentou me engabelar no troco, mas não conseguiu. Desci no meio da muvuca, achando tudo divino e maravilhoso, claro, era o primeiro dia, a primeira noite, as primeiras impressões. Tudo colorido, movimentado e cheio de música. Andei nem 20 metros e entrei no primeiro restaurante animado. Bem decorado, com música ao vivo e lotado de turistas do mundo inteiro, menos EUA, por motivos óbvios.
Sabedor de que os cubanos só têm frango e banana pra comer, solidário, pedi oceanos de cerveja gelada e colossal coquetel de camarões. Comi sem culpa porque não votei em Fidel, nem no Raul.
Ah! Lembrei-me de algo Hilário de Gouvêa. Tem uma avenida grandona em Havana, chamada Avenida dos Presidentes. Quais? Todos os dois? Depois, com calma, vi que o plural era pra homenagear os dois de Cuba e seus amigos pelas Américas!
Um pouco mais de Chico, por favor: “Antilha, ilha de amor. Jura que a felicidade é mais que uma vontade, é mais que uma quimera…”.
Anti-ilha, pode jurar à vontade, a quimera virou garapa azeda.
PS: Raios duplos! O espaço acabou e não ensinei como fazer amigos e comer uma cubana sem fazer esforço. Conto semana que vem, se eu quiser; claro.

Walter Navarro

Jornalista, escritor, escreveu no Jornal O Tempo e já publicou dois livros.

Jornalista, escritor, escreveu no Jornal O Tempo e já publicou dois livros.

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