2 de maio de 2024
Editorial

Tebet engoliu um ideólogo no IBGE

Lula consegue vai cada vez pior em suas indicações/nomeações. Agora confirmou a nomeação, para o IBGE, de uma das piores pessoas que este órgão poderia ter. Por quê? É simples: o novo “estatístico-mor” do Brasil é um inimigo dos números. Ele acha que a aritmética não pode atrapalhar seus desejos políticos.

A indicação de Marcio Pochmann, professor da Unicamp, para o IBGE expõe as entranhas do poder do PT. Uma indicação pessoal de Lula. Uma indicação essencialmente política. Pochmann é um ativista da esquerda radical e que sempre fez a cabeça de Lula. Foi ele que convenceu Lula a esta maluquice de transformar o Estado brasileiro num Estado gastador, acabando com o teto de gastos.

Pochmann é aquele cara que acredita nas coisas que ninguém mais acredita, nem mesmo a esquerda mais radical. Ele é visto com inúmeras restrições dentro do próprio PT.

Ele foi presidente do IPEA, com uma atuação bastante conturbada e discutida. Apenas como exemplo, ele já chegou a defender a jornada de trabalho de 12h por semana. Além disso, ele é totalmente contrário ao PIX, uma forma de pagamento que foi completamente aprovada pela população brasileira e que facilitou a vida de muita gente, daqueles que pagam e dos que recebem. Eis sua declaração: “Com o PIX, o Banco Central dá mais um passo na via neocolonial, a qual o Brasil já se encontra ao continuar seguindo o receituário neoliberal. Na sequência vem a abertura financeira escancarada com o Real digital e sua conversibilidade ao dólar, condição perfeita ao protetorado dos Estados Unidos”.

Delírio de esquerdista radical, com discurso saído do “Capital”, certamente seu livro de cabeceira, de onde decorou inúmeras frases e as leva para a vida.

Sua nomeação é uma afronta de Lula. É uma manifestação de autoridade perante o próprio partido. Pochmann era o presidente do Instituto Lula, tal a confiança que o presidente tem nele. Ele faz parte do núcleo duríssimo do PT, portanto capaz de qualquer coisa para salvaguardar os interesses políticos e ideológicos do governo.

Evidentemente, esta indicação demonstra a vontade de manipulação de números da economia, divulgados pelo IBGE, cujos últimos resultados têm desagradado ao presidente. Ocorre que é com base nestes indicadores que a economia anda, definindo assim políticas públicas, etc…

Só para lembrar, Cristina Kirchner, amiga pessoal de Lula fez a mesma coisa na Argentina, por ocasião de seu governo. Como ela não conseguia derrubar a inflação, ela aparelhou o IBGE de lá, que tinha excelente reputação. Ela colocou, na Diretoria, ativistas de seu partido a fim de manipularem os números. Maduro ainda faz isso na Venezuela. E no que deu? Estamos vendo.

Não é uma falsificação, é um truque para conter pressões inflacionárias.

Aqui mesmo já houve pressões sobre o IBGE para reduzir seus índices… não deu certo. Nos tempos da ditadura houve isso a rodo, quando Delfim Neto e Mario Henrique Simonsen, então ministros da fazenda.

A manipulação destes índices pode fazer com que, o IPCA, indicador do IBGE possa reduzir, artificialmente, a dívida do governo e assim, os investidores tomariam um calotes disfarçado. É isso que se teme com esta indicação ideológica de Lula. Que seja parte de um plano que pode nos levar à ruína!

Agora vamos ao mais grave: a troca foi imposta à Simone Tebet, ministra do Planejamento, sob o qual está o IBGE. É de causar estranheza que o indicado, após saber de sua nomeação, tenha publicado um tweet com a imagem de seu livro “O professor é o inimigo: uma análise sobre a perseguição docente no Brasil”, comentando: “Interessante abordagem de como opera a coalizão neoconservadora“. Mais do mesmo discurso…

A ministra declarou que sequer conhecia o indicado e que a escolha do presidente do IBGE seria tratada na hora adequada. Doce ilusão. Lula já o havia nomeado.

Isso aconteceu pela onipotência lulista. Ele acha que pode tudo.“Sou eu quem decide”!

Tebet, cuja ascensão ao referido ministério, se deu pelo apoio público e incondicional a Lula no 2o turno, negou desgaste com a imposição do presidente para seu parceiro para o IBGE, dizendo que “vai acatar qualquer decisão do presidente Lula”!

Disse ainda que “até hoje o presidente Lula não me fez qualquer pedido desde que assumi. Diante disso, nada mais justo do que acatar um pedido dele, independente do nome indicado, que ainda não havia me apresentado! Não é bem assim, Tebet…

Óbvio que a ministra, elegantemente, colocou panos quentes, afinal ela afirmou que ele não pedira nada a ela desde que assumiu, mas na realidade ele continua sem pedir, porque a indicação foi uma imposição. Lula impôs Pochmann no IBGE e pronto! Não houve qualquer prévia consulta.

Ora, o IBGE está sob o ministério do planejamento, logo a atual ministra demonstra ser um “boizinho de presépio” ao acatar a decisão impositiva de Lula.

Tebet preferiu não batalhar… deixou para 2024, quando começa a corrida para 2026.. Entube-se e crise superada?

Na real, Lula quer no IBGE um parceiro que dê um jeito nas estatísticas, fazendo sumir os números ruins e fabricando números bons.

Valter Bernat

Advogado, analista de TI e editor do site.

Advogado, analista de TI e editor do site.

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