28 de abril de 2024
Editorial

O nosso “Febeapá”

Uso este título, numa homenagem ao inesquecível e genial Stanislaw Ponte Preta, pseudônimo de Sergio Porto, cronista, humorista e jornalista. Para os mais novos, que nunca ouviram este nome, ele, há mais de cinquenta anos, fustigava os despautérios cometidos pelos donos do poder em textos brilhantes e devastadores que eram lidos no jornal por todos os brasileiros. Seu livro “Febeapá” – o “FEstival de BEsteiras que Assola o PAís” – foi um livro onde ele mostrou toda a sua verve satírica, em pleno regime militar.

Mas deixemos Stanislaw de lado e vamos falar do presidente Lula.

Agora entendi o porquê de a todo momento ele citar Bolsonaro. Acho que ele pesquisa algumas coisas que o ex-presidente fez e faz igual. Destaco estes dois casos entre muitos outros. Senão vejamos:

– Ele achou um absurdo Bolsonaro colocar 100 anos de sigilo na agenda de Michelle, mas impôs os mesmos 100 anos de sigilo na agenda da Janja;

– Negou-se a fornecer 1.339 pedidos de informações, alegando serem dados pessoais, tal qual fez Bolsonaro com outras tantas.

O pau que bate em Chico não bate em Francisco? Onde está a coerência, Sr. Presidente?

Depois não entende por que seu governo vai mal? Prometeu uma coisa e faz outra, quando faz. O eleitor pode não saber votar, mas enxerga muito bem a falta de coerência.

Nem precisamos buscar muita informação para perceber que as coisas não estão mesmo bem com o presidente Lula. O Brasil, caminhando, nos alegraria é claro, mas é preocupante a sua verborragia descontrolada e algumas atitudes igualmente impensadas.

Como por exemplo: acusar alguém de roubo é grave! O presidente Lula, ao imputar a Bolsonaro o sumiço de 261 itens do Palácio da Alvorada, se coloca numa posição de acusador. Quem acusa deve provar, mas como? Os móveis foram encontrados. E agora? Quem ficou numa posição frágil foi o presidente Lula. Ele está descontrolado. É preocupante. Falsa acusação de crime é crime!

Não bastasse a inusitada proximidade com Maduro, indo além da conta em assuntos que são prioridades para outros, o presidente Lula parece ter declarado sem volta seu apoio àquele, criticando, de forma jocosa, a oposição da Venezuela. Narrativas?

Não basta apoiar Maduro e outros déspotas menos importantes, Lula vai colecionando gafes quando pontifica sobre assuntos que não domina. Deveria ouvir sua
diplomacia para não nos envergonhar com tantas besteiras.

Agora, com declarações mais amenas tenta amenizar o que disse. Se Lula não parar de defender o errado e calar a boca vai ficar mais difícil.

Não adianta o Planalto “ficar alerta” diante das pesquisas que mostram a aprovação ao governo cada vez mais baixa, porque ele mesmo nunca teve coragem de aprender, Lula trata a todos como ignorantes e a ignorância como uma virtude.

Diz coisas cada vez mais boçais. “Por que não utilizamos a inteligência humana que já temos aqui?”, perguntou, sob os aplausos encantados da Primeira-dama e mais uma plateia de mulheres, aparentemente convencidas de que estavam ouvindo uma coisa brilhante. “Um país que tem tanta gente inteligente, por que é que precisa de inteligência artificial?”, completou – antes de lançar o seu desafio para que os cientistas brasileiros desenvolvam uma “IA nacional até o mês de junho.

Não, não é piada!

Depois de todas as vergonhas que fez questão de passar na cena mundial, em seu primeiro ano de governo, começa o segundo empenhado em superar a si próprio no esforço concentrado para tornar-se o maior e mais rancoroso defensor das ditaduras do planeta.

E a perseguição ao ex-presidente continua, desde molestar uma baleia Jubarte até a atual “tentativa de fuga”… são risíveis as tentativas de imputar crimes ao ex-presidente. Não que ele não os tenha, mas estas são ridículas e, claramente, persecutórias.

Valter Bernat

Advogado, analista de TI e editor do site.

Advogado, analista de TI e editor do site.

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