Matemática e Desenho sempre foram um problema pra mim. Desde os tempos de Primário e Ginásio, eu sempre tive dificuldades com estas duas matérias. Fiquei em Segunda Época (hoje chamada de Recuperação, acho mais correto) nos 4 anos de Ginásio, justamente, em Matemática e Desenho. No Primário, graças à ajuda de minha mãe, conseguia ir levando, na média ou quase nela, recuperando no final. Não se preocupem, não vou lhes falar de meu Histórico Escolar (rs) é apenas, talvez, causa da minha prolixidade, mas vocês entenderão logo a seguir o porquê.
Vou me meter em searas que não domino, portanto certamente pode sair besteira, mas já que estou dando a cara a tapa nesta semana, vamos lá…
Como eu disse, Matemática sempre foi complicada pra mim, mas lógica e interpretaçãonão, ao contrário. Sempre tive facilidade.
Uma das poucas coisas que aprendi em Exatas (é assim que chamam hoje a Matemática, a Física e a Química – outro terror) é que existem diversas formas de se chegar a um mesmo resultado. De uma forma, demoramos mais, de outra demoramos menos, mas se os resultados estiverem corretos e iguais, tudo bem.
A isso se consagrou chamar de METODOLOGIA. As curvas, os cálculos, o desvio padrão, o “CQD” dos teoremas, as frações e os percentuais; estas coisinhas matemáticas usadas, muito na engenharia e, por empréstimo, em outras ciências, eram e são complicadas pra mim – de fazer e de entender -, mas fáceis de se interpretar, se nos forem apresentadas de forma clara, com uma Lei de Formação… em resumo: didaticamente!
E, se a partir destes dados, você tem que tomar decisões importantes, é melhor que eles sejam corretos, de boa qualidade e reflitam a realidade da melhor forma possível. E o que isto significa? Precisam ser atualizados, claros, fáceis de serem entendidos e que possam, seguramente, servir de base à sua tomada de decisão. Isso é a base da Didática. De novo o Dicionário nos ensina: didática é arte de transmitir conhecimentos; a técnica de ensinar; a forma de ser compreendido facilmente.
Imagem Google – WorldOmeteres (meramente ilustrativa)
Bem, agora aos fatos: O Ministério da Saúde, na gestão desastrosa do Mandetta, mostrava dados, com especificações de número de pessoas contagiadas, de internados em leitos e em CTI e, infelizmente, mortos. Só que estes dados estavam viciados na origem, ou seja, as Secretarias Estaduais, na maioria por culpa das Secretarias Municipais, somente informavam ao Ministério da Saúde, com alguns dias de atraso, algumas vezes com mais de 10 dias, haja vista que os resultados dos exames que, com certeza, indicavam a causa mortis do indivíduo, que morrera há 7 ou 10 dias e que entrava na contagem de mortos das últimas 24h.
Vale dizer, que a mídia e o Mandetta contavam, erradamente, que se, ontem eu tinha 250 mortos e que o número de hoje era 600, que morreram mais 350 pessoas nas últimas 24h. Demorou para entenderem que isso não era verdade.
Depois veio o Nelson Teich, que não disse a que veio… Com a assunção, por interinidade, do novo Ministro da Saúde, um NÃO-MÉDICO, o que não é nenhuma novidade, porque já tivemos vários Ministros de Saúde não-médicos. Os últimos que me lembro foram o José Serra e o da Dilma, Alexandre Padilha, que há muito já não se dedicava à Medicina e sim à política, tal como se descobriu, posteriormente, com o Mandetta, mais político do que ortopedista.
O atual, e ainda interino, Ministro Eduardo Pazuello, não é médico, mas sim um técnico logístico internacional e que, no momento atual, era o que precisávamos. Ajustar a logística do Ministério, a distribuição, a recepção, as compras, o ordenamento de prioridades para encaminhamento ao lugar certo, deixando para o segundo escalão, técnico por excelência, levar a ele suas decisões para que então ele pudesse seguir em frente e tomar a decisão ideal para a população NAQUELE MOMENTO…
A principal mexida foi na METODOLOGIA de exibição à mídia. A mudança foi técnica e primordial para a mudança de decisão. Senão vejamos:
– da forma anterior, a curva de contaminação e mortes pela COVID-19 tinha picos não reais, mas altamente relevantes para a mídia interessada em desacreditar o governo, pois se a contagem de mortos subira de 250 para 600, significava que morreram 350 nas últimas 24h, o que não era verdade;
– na nova forma de exibir, há uma planilha DIÁRIA (datada on line), mostrando a cada dia, quantos morreram NAQUELE DIA. A informação é real time e adequada àquele dia em que ocorreu, mesmo que ela chegue com 10 dias de atraso. Eu corrijo a curva.
Outra novidade que passou a ser mostrada foram os “curados”, diariamente… hoje, o Brasil é o 2o país do mundo em número de recuperados. Parabéns a nossos bravos médicos, enfermeiros, técnicos, maqueiros e demais profissionais que fazem parte da equipe hospitalar, até mesmo, e por que não, o pessoal da limpeza, importantíssimo.
A mídia e os “contra o governo” armaram um circo, dizendo que o governo estava “escondendo mortos”, ou pior, “RESSUSCITANDO-OS”… Pura ignorância e má vontade.
O dado fornecido com a nova metodologia nos permitia corrigir a CURVA DA DOENÇA e, a partir daí, ajustar uma decisão tomada, tida como certa à época, e que se mostrou errada com a nova informação, permitindo uma maior flexibilização do público, permitindo assim uma recuperação econômica mais rápida.
Sucesso! Mas a mídia e a oposição, inconformados com a melhora real que o novo gráfico mostrava, entrou com uma ação no STF para obrigar o governo a voltar a mostrar “os dados ERRADOS E EXTEMPORÂNEOS” que mostrava anteriormente.
De novo o STF interfere, direta e indevidamente, a meu ver, num outro Poder, dizendo COMO ELE DEVE EXIBIR DADOS À MÍDIA… absurda, mais uma vez, esta interferência… o STF é para questões constitucionais e não operacionais, como era esta. Ele não pode, E NÃO DEVE, interferir em gerenciamento operacional de um outro Poder… deve apenas agir, constitucionalmente, em assuntos de Garantias Constitucionais.
E de novo quem? O Ministro Alexandre de Moraes!!! Sempre ele! Nada contra, mas por que sempre ele?
Isso mostra que o STF quer mesmo governar o país, judicializando medidas operacionais e executivas que, no máximo, o STF poderia não concordar com a forma de fazer, mas nunca dizer como deve ser mostrada, achei “um pouquinho demais”, fora de sua atribuição… salvo melhor juízo…
O STF, guardião de nossa Constituição deve se ater a assuntos constitucionais. Temos sempre que nos lembrar disso? Pode parecer que estou falando o óbvio, mas tendo em vista as últimas decisões MONOCRÁTICAS tomadas por este Tribunal, não fica tão absurdo assim.
Valter,
Mais um excelente texto… a metodologia é importantíssima, ela certamente pode melhorar o resultado (apressar seria a melhor palavra). Quanto à divergência de dados eu tenho uma explicação: sou escrevente e trabalho num cartório aqui em Curitiba. Muitas certidões de óbitos têm sido corrigidas a partir de novos atestados médicos. O correto é o médico atestante dizer todas as causas da morte do paciente e não somente uma. Muitos vêm só COVID-19 e depois corrigem para pneumonia, falência renal etc, ou vice-versa. Os registros de óbitos no Cartório (é assim que chamamos) são alterados até mesmo para retirar a COVID-19 da causa pq o teste que deu positivo, foi desfeito na contra-prova e isso, muitas vezes ocorre até 15 dias depois do registro do óbito. Isso mostra que o Ministro e sua nova metodologia estão corretas. O pico pode ter ocorrido há uma semana e eles estavam tratando depois, ou vice-versa. Vejo isso todo dia… é gente que tinha morrido de covid e agora morreu de pneumonia. É gente que morreu de enfarte e agora vem covid… uma zona (desculpe a palavra). Assim não há curva que possa ser avaliada corretamente. Ponto para o autor desta nova metodologia e pra vc pela excelente forma de mostrar o que muitos não querem ver…
abraços
Raquel
Valter,
Desculpe, mas não concordo com vc. Estão escondendo mortos sim… em compensação estão aparecendo mortos de outras doenças como covid19 pq interessa aos governadores e prefeitos continuarem com o estado de calamidade para poderem usar e abusar das compras sem licitação. Já temos 3 estados com prisões e com a polícia em cima…
Luciano
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