Quem assume a presidência de um país, acha que pode tudo; que pode fazer o que quiser… mas depois que assume vê que a banda toca de outro jeito.
Lula e todos os seus companheiros, todos admiradores de Nicolás Maduro, fãs incondicionais deste ditador sabe-se lá o porquê.
Mas de repente, não mais que de repente, Maduro dá um bote: patrocina um processo eleitoral picareta e não permite a total fiscalização das eleições venezuelanas.
Não temos como dizer que na Venezuela as eleições foram limpas. Evidentemente não foram!
Lula, a princípio calou, já que tinha recebido Maduro como “Chefe de Estado”, num gesto de imprudência que poderia – e deveria – ter sido evitado, mas não foi. Errou, mais uma vez, é a vida como ela é.
Só que Maduro apodreceu, e agora?
O Conselho Eleitoral (o TSE deles) e a Suprema Corte, todos dominados por Maduro, disseram: “As eleições foram limpas, portanto, Maduro é o presidente”. Em outras palavras: É nós!!!
Lamentável a atuação da diplomacia brasileira sobre as eleições presidenciais na Venezuela, conduzida, não pelo ministro da pasta internacional Mauro Vieira, mas pelo assessor de política internacional Celso Amorim, escalado como observador, aliás por que existe um Ministro das Relações Internacionais se todas as decisões passam por Amorim? Por que não mandou o chanceler Mauro Vieira, está “prestigiado”? Numa metáfora futebolística tão a gosto de Lula.
E agora, como fica a situação? Vamos reconhecer a eleição venezuelana? Não podemos, já que tínhamos exigido as atas e elas não foram fornecidas. Tais atas não foram apresentadas e nem mesmo serão, conforme decisão do Conselho Eleitoral (o TSE deles), que declarou o ditador Maduro vencedor de forma irrecorrível.
Nesse meio tempo, Lula declarou que “não há nada de grave ou de anormal”, em contraponto aos EUA, à União Europeia e a mais de dez países da América Latina, além da OEA, que declararam não reconhecer a decisão do tribunal venezuelano, totalmente controlado por magistrados chavistas.
O governo brasileiro agora está avaliando o que deve fazer. Lula subiu o tom cobrando a divulgação das atas, o que não ocorreu e ouviu do assessor especial Celso Amorim que as coisas estão difíceis por lá. Como o Brasil vai resolver este imbróglio?
A sugestão de Lula de convocar nova eleição não teve acolhimento nem por parte de Maduro nem pela oposição. E, agora, Brasil e Colômbia articulam nota conjunta para reafirmar que ainda aguardam as tais atas.
Quase o mundo inteiro se manifesta contra o resultado, alegando fraude nas eleições. O Brasil ainda não assinou o documento conjunto de países contra a eleição venezuelana. O presidente Lula está deixando o tempo passar. Será que apoiará a fraude do companheiro Maduro?
Toda essa flagrante tentativa de “passar pano” deixa Lula desmoralizado e desacreditado no seu discurso de que a diplomacia brasileira voltava a ser “ativa e altiva”.
Segundo Lula, é só criar uma narrativa e está pronta a democracia relativa. Simples assim!
Agora a coisa complicou: um membro do Conselho Eleitoral, Juan Carlos Delpino, disse que não recebeu nenhuma evidência de que o chavista venceu, e denunciou em nota, irregularidades no processo. Isso converge com a opinião da oposição, e de grande parte da comunidade internacional. Ele afirma que a votação transcorreu normalmente, mas que o problema aconteceu durante a apuração (alguma semelhança com a gente?), já que houve uma série de descumprimento de normas e regulamentos essenciais.
Ele ainda acrescenta que os boletins de urnas, com os resultados do pleito deveriam ter sido enviados para a Justiça eleitoral imediatamente após o encerramento das mesas eleitorais, o que não ocorreu devido ao conveniente “ataque hacker”. Ainda acrescentou que foram relatados vários casos de expulsão de testemunhas (fiscais) da oposição no fechamento das mesas.
No entanto, Maduro faz cara de paisagem e simplesmente convoca eleições parlamentares e para governadores em 2025, aproveitando a fala de Lula de que “quanto mais eleições, melhor a democracia”.
Durma-se com um barulho desses!
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