23 de abril de 2024
Vinhos

Vinho pode ser muito bom para a saúde


O consumo de bebidas alcoólicas tem sido, ao longo do tempo, objeto de acaloradas discussões onde argumentos, a favor e contra, são debatidos à exaustão.
Em diversos países tentaram proibir a produção e o consumo, sem sucesso, muitas vezes baseados unicamente em princípios religiosos, que não pretendemos discutir aqui. Tentam, até hoje, estimular o consumo consciente, através de peças publicitárias que sensibilizam a todos.
A reboque disto tudo, pesquisadores de diversos centros de estudo se dedicam a descobrir os reais efeitos dos fermentados e dos destilados em nosso organismo.
O vinho é um campeão destas descobertas.
Vamos apresentar, de forma bem sucinta, as mais novas razões para se ter, sempre à mão, uma taça da nossa bebida favorita.
– O Centro Médico da Universidade Loyola, EUA, divulgou, baseado em uma pesquisa feita com mais de 140 trabalhos acadêmicos, que o consumo moderado de vinhos tende a evitar doenças como a Demência e o Mal de Alzheimer.
O Prof. Edward J Neafsey afirma, entretanto, que não recomenda que aqueles que nunca consumiram vinho, o façam a partir de agora. Para obter este efeito é necessário que o consumo seja realmente moderado e regular.
– Um estudo comparativo entre apreciadores de cerveja, destilados e vinhos, feito pela Escola de Medicina da Universidade da Califórnia, em San Diego, demonstrou que os enófilos têm o risco de contrair doenças hepáticas significativamente diminuído.
Novamente, a moderação é a chave para se obter o benefício. Consumo exagerado de qualquer uma destas bebidas vai levar a um colapso de fígado.
– Dois centros de estudos, diferentes, concluíram que existe uma correlação positiva entre o consumo de vinho e a prevenção do câncer de próstata e do câncer de mama.
Uma publicação da Escola de Medicina de Harvard chamada “Men’s Health Watch”, afirma que o consumo de 4 a 7 taças de vinho tinto, por semana, reduziriam o risco do câncer prostático. Ainda não sabem exatamente a razão, mas continuam pesquisando e, no momento, já se pode atribuir parte deste fenômeno à presença de flavonoides e do polifenol resveratrol.
O Centro Médico Cedars-Sinai, EUA, descobriu que, ao contrário do que era senso comum (o consumo de bebidas alcoólicas favoreceria a aparecimento do câncer de mama feminino), o consumo de vinho tinto teria um efeito diametralmente oposto.
Compostos químicos encontrados nas sementes da uva teriam a propriedade de reduzir a produção de estrogênio em mulheres antes da menopausa, ao mesmo tempo que induziria uma maior produção de testosterona, o que é perfeito para inibir algum tipo de câncer.
O consumo de 1 taça, por dia, seria suficiente. Consumir a uva, in natura, pode ter o mesmo efeito. Deixo para as leitoras a decisão de qual caminho seguir.
– Outros tipos de câncer também podem ser evitados com um consumo regular e moderado de vinho.
A universidade inglesa de Leicester afirma que o resveratrol encontrado no vinho tinto tem a capacidade de reduzir em 50% a chance de desenvolver tumores malignos no intestino.
O Dr. Chung Chao, Phd., publicou um interessante estudo concluindo que os antioxidantes do vinho tinto constituem um ótimo protetor do câncer de pulmão, inclusive para fumantes. Neste caso, ressalva que tomar vinho não substitui deixar de fumar.
Para confirmar este estudo, pesquisadores holandeses descobriram que o vinho branco também age como um protetor deste mesmo órgão.
– Aumento de Ômega 3 e até proteção contra queimaduras solares.
Pesquisas realizadas em diversos centros europeus, demonstraram que o consumo regular e moderado de vinho aumenta o nível de ácidos graxos, no sangue. O mesmo efeito obtido ao se consumir óleo de peixe…
A Universidade de Barcelona alerta que o consumo regular de vinho ajuda a diminuir os efeitos dos raios UV da luz solar. Não substitui, entretanto, a clássica lambuzada com um bom protetor solar.
– A Academia de Ciências da China realiza um extenso experimento, com ratos cobaia, pesquisando uma correlação entre o consumo de vinho tinto e a diminuição da resistência à Insulina, causa da temida diabetes tipo 2. Os resultados são promissores, embora ainda não possam ser aplicados ao ser humano. Mas são ótimas notícias.
– A escola de Medicina da Universidade de Washington estuda como diminuir o crescimento de vasos sanguíneos no globo ocular, que podem provocar uma retinopatia diabética ou degeneração macular por idade. A novidade é que o resveratrol, encontrado nos tintos, tem a propriedade de impedir este crescimento.
– Uma das mais interessantes confirmações de um fato sabidamente conhecido, que os apreciadores de vinho têm vida longa, agora é embasado pela Escola de Medicina de Harvard. Comprovadamente o resveratrol e o gene denominado SIRT1 seriam os fatores que nos levam à uma vida saudável e comprida.
– Outro estudo importante relaciona o consumo de até 7 taças de vinho, por semana, com o baixo risco de desenvolver quadros depressivos. Por outro lado, um consumo maior pode ter o efeito oposto e indesejável.
Então, olho na quantidade. Isto vale para homens e mulheres.
– Efeitos de um AVC podem ser devastadores, menos para enófilos moderados e que bebem vinho diariamente. Pesquisadores da famosa Escola de Medicina da Universidade Johns Hopkins, EUA, acreditam que o nível de uma enzima, denominada heme oxygenase, que protege as células do cérebro contra danos provocados por um derrame, podem ser aumentados pelo resveratrol encontrado nos tintos.
Uma dúvida ainda persiste, segundo o Prof. Sylvain Doré, se o polifenol, citado, é capaz de fazer tudo sozinho ou precisa da ajuda do álcool para desempenhar a sua função.
Precisamos de mais desculpas?
Muita saúde e bons vinhos!
Vinho da Semana: um tinto clássico, de Bordeaux, com todos os benefícios mencionados nesta coluna.
Murets de Mez AOC Bordeaux Rouge – $
Maduro, cheio e frutado, com taninos redondos e sabores de groselha negra. Um tinto suculento e generoso.
Harmoniza com: Pernil de cordeiro, Pato ou Ganso, Vitela, inclusive os miúdos (fígado, rins), Rosbife, Filé alto e Queijo Gouda.
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Tuty

Engenheiro, Sommelier, Barista e Queijeiro. Atualiza seus conhecimentos nos principais polos produtores do mundo. Organiza cursos, oficinas, palestras, cartas de vinho além de almoços ou jantares harmonizados.

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Engenheiro, Sommelier, Barista e Queijeiro. Atualiza seus conhecimentos nos principais polos produtores do mundo. Organiza cursos, oficinas, palestras, cartas de vinho além de almoços ou jantares harmonizados.

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