Difícil não falar dessa moça sensacional, que acordou um país inteiro com seu feito magistral, seu jeitinho infantil, capaz de unir as pessoas para o bem que representa uma atleta extraordinária ter premiados os seus esforços hercúleos com uma medalha de ouro nas Olimpíadas. Com uma só, não: com seis!
Há tempos eu não via as redes sociais em uníssono, bem como a imprensa, incensando um fato que nos eleva a todos, como seres humanos!
Claro que imagino a “dor de corno” dos hitleristas de plantão, que tiveram de recolher suas armas e bagagens e se calar diante de valor tão mais alto se levantando – negras e mulheres!
Quando eu tinha por volta de doze anos, lembro de ter feito a ronda por entre estádios e clubes de São Paulo que acolheram, naquela época, os Jogos pan americanos.
Respeitados o tamanho e a distância, ver de perto modalidades tão remotas para mim quanto a esgrima, o lançamento de dardos, saltos a cavalo e a ginástica olímpica, despertou meu amor pelos esportes e a admiração profunda pelos atletas e por sua perseverança.
Sentir-me solidária a eles no momento de uma queda depois de tanto treino, ou diante de uma lesão, fez com que eu crescesse melhor como ser humano.
Fiquei encantada em ver as crianças, que também treinam, assistindo às provas de ginástica e posso imaginar suas cabecinhas voando até essas três medalhistas, mulheres negras, vencedoras também no palco da vida, audazes, enfrentando (e tornando público esse enfrentamento) momentos tormentosos de cabeça, como fez essa gigante, Simone Biles, largando momentaneamente uma carreira em franca ascensão, para “cuidar da mente”.
Tremenda força e feito invejável que irá vicejar para sempre como um exemplo a ser seguido por todos – a vida só de sorrisos e feitos extraordinários do Facebook não é a das pessoas “de verdade”!
Não consigo deixar de me emocionar cada vez que penso nisso e na grandeza dessas criaturas, fazendo “mesura” para nossa Rebeca.
Chorei muito nessa conquista, mesmo não sendo feminista.
Provavelmente, porque cavei meu “lugar ao sol”, sem ser negra, nem pobre e nem desassistida – é claro que a minha vida terá sido bem mais fácil do que as dessas três meninas, a quem agradeço muito pelo belíssimo espetáculo e pelo exemplo edificante de tenacidade e grandeza de alma!
Tradutora do inglês, do francês (juramentada), do italiano e do espanhol. Pelas origens, deveria ser também do russo e do alemão. Sou conciliadora no fórum de Pinheiros há mais de 12 anos e ajudo as pessoas a “falarem a mesma língua”, traduzindo o que querem dizer: estranhamente, depois de se separarem ou brigarem, deixam de falar o mesmo idioma… Adoro essa atividade, que me transformou em uma pessoa muito melhor! Curto muito escrever: acho que isso é herança familiar… De resto, para mim, as pessoas sempre valem a pena – só não tenho a menor contemplação com a burrice!
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